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CNBB lamenta aprovação da PLC 3/2013

cnbblogoA Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou no final da tarde desta sexta-feira, 2 de agosto, uma nota oficial sobre a sanção da lei 12.845/2013. No texto, os bispos lamentam que o Artigo 2º e os incisos IV e VII do Artigo 3º da referida lei não tenham sido vetados pela Presidente da República, conforme pedido de várias entidades.

De acordo com a CNBB, a “nova lei foi aprovada pelo Congresso com rápida tramitação, sem o adequado e necessário debate parlamentar e público, como o exige a natureza grave e complexa da matéria”.

A seguir, a íntegra da nota:

Brasília, 02 de agosto de 2013
P – N – Nº 0453/13

NOTA DA CNBB SOBRE A SANÇÃO DA LEI 12.845/2013

Ao reconhecer a importância e a necessidade da lei que garante o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual (Lei 12.845/2013), sancionada pela Presidente da República, nesta quinta-feira, 1º de agosto de 2013, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB lamenta profundamente que o Artigo 2º e os incisos IV e VII do Artigo 3º da referida lei não tenham sido vetados pela Presidente da República, conforme pedido de várias entidades.

A nova lei foi aprovada pelo Congresso com rápida tramitação, sem o adequado e necessário debate parlamentar e público, como o exige a natureza grave e complexa da matéria. Gerou-se, desta forma, imprecisão terminológica e conceitual em diversos dispositivos do texto, com riscos de má interpretação e implementação, conforme evidenciado por importantes juristas e médicos do Brasil.

A opção da Presidente pelo envio de um projeto de lei ao Congresso Nacional, para reparar as imprecisões técnicas constantes na nova lei, dá razão ao pedido das entidades.

O Congresso Nacional tem, portanto, a responsabilidade de reparar os equívocos da Lei 12.845/2013 que, dependendo do modo como venha a ser interpretada, entre outras coisas, pode interferir no direito constitucional de objeção de consciência, inclusive no respeito incondicional à vida humana individual já existente e em desenvolvimento no útero materno, facilitando a prática do aborto.

Cardeal Raymundo Damasceno Assis                    Dom José Belisário da Silva
              Arcebispo de Aparecida (SP)                                 Arcebispo de São Luís (MA)
                  Presidente da CNBB                                         Vice Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília (DF)
Secretário Geral da CNBB

Jornalista afirma em blog que projeto da “Cura Gay” foi retirado pelo autor

Crédito da foto: Wellingthon Crystyan

BLOG DA CAROLINA BAHIA | Autor do projeto que ficou conhecido como “cura gay” e também presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado João Campos (PSDB-GO) (foto) decidiu pela retirada do projeto de lei da Câmara. A decisão foi tomada há pouco em uma reunião da bancada evangélica.

Depois do avanço do projeto na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, presidida por Marco Feliciano (PSC-SP), o texto deveria ser apreciado na Comissão de Constituição de Justiça, onde tinha poucas chances de sobrevida, pois interviria sobre o Conselho Federal de Psicologia, que não está ao alcance do Congresso.

Mas diante da rejeição popular ao projeto, os deputados decidiram apreciar o texto em plenário, para mostrar à sociedade que a maioria da Casa é contra a medida.

Prevendo a derrota e o desgaste, a bancada evangélica recuou.

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O artigo foi copiado na íntegra do blog da Jornalista. Clique e visite o blog Carolina Bahia.

CNBB 2: Segunda nota do dia aborta redução da maioridade penal

Nota da CNBB sobre a redução da maioridade penal:

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“Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9)

O debate sobre a redução da maioridade penal, colocado em evidência mais uma vez pela comoção provocada por crimes bárbaros cometidos por adolescentes, conclama-nos a uma profunda reflexão sobre nossa responsabilidade no combate à violência, na promoção da cultura da vida e da paz e no cuidado e proteção das novas gerações de nosso país.

A delinquência juvenil é, antes de tudo, um aviso de que o Estado, a Sociedade e a Família não têm cumprido adequadamente seu dever de assegurar, com absoluta prioridade, os direitos da criança e do adolescente, conforme estabelece o artigo 227 da Constituição Federal. Criminalizar o adolescente com penalidades no âmbito carcerário seria maquiar a verdadeira causa do problema, desviando a atenção com respostas simplórias, inconsequentes e desastrosas para a sociedade.

A campanha sistemática de vários meios de comunicação a favor da redução da maioridade penal violenta a imagem dos adolescentes esquecendo-se de que eles são também vítimas da realidade injusta em que vivem. Eles não são os principais responsáveis pelo aumento da violência que nos assusta a todos, especialmente pelos crimes de homicídio. De acordo com a ONG Conectas Direitos Humanos, a maioria dos adolescentes internados na Fundação Casa, em São Paulo, foi detida por roubo (44,1%) e tráfico de drogas (41,8%). Já o crime de latrocínio atinge 0,9% e o de homicídio, 0,6%. É, portanto, imoral querer induzir a sociedade a olhar para o adolescente como se fosse o principal responsável pela onda de violência no país.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao contrário do que se propaga injustamente, é exigente com o adolescente em conflito com a lei e não compactua com a impunidade. Ele reconhece a responsabilização do adolescente autor de ato infracional, mas acredita na sua recuperação, por isso propõe a aplicação das medidas socioeducativas que valorizam a pessoa e lhe favoreçam condições de autossuperação para retornar a sua vida normal na sociedade. À sociedade cabe exigir do Estado não só a efetiva implementação das medidas socioeducativas, mas também o investimento para uma educação de qualidade, além de políticas públicas que eliminem as desigualdades sociais. Junta-se a isto a necessidade de se combater corajosamente a praga das drogas e da complexa estrutura que a sustenta, causadora de inúmeras situações que levam os adolescentes à violência.

Adotada em 42 países de 54 pesquisados pela UNICEF, a maioridade penal aos 18 anos “decorre das recomendações internacionais que sugerem a existência de um sistema de justiça especializado para julgar, processar e responsabilizar autores de delitos abaixo dos 18 anos” (UNICEF). Reduzi-la seria “ignorar o contexto da cláusula pétrea constitucional – Constituição Federal, art. 228 –, além de confrontar a Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente, as regras Mínimas de Beijing, as Diretrizes para Prevenção da Delinquência Juvenil, as Regras Mínimas para Proteção dos Menores Privados de Liberdade (Regras de Riad), o Pacto de San José da Costa Rica e o Estatuto da Criança e do Adolescente” (cf. Declaração da CNBB contra a redução da maioridade penal – 24.04.2009).

O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Brasília, nos dias 14 a 16 de maio, reafirma que a redução da maioridade não é a solução para o fim da violência. Ela é a negação da Doutrina da Proteção Integral que fundamenta o tratamento jurídico dispensado às crianças e adolescentes pelo Direito Brasileiro. A Igreja no Brasil continua acreditando na capacidade de regeneração do adolescente quando favorecido em seus direitos básicos e pelas oportunidades de formação integral nos valores que dignificam o ser humano.

Não nos cansemos de combater a violência que é contrária ao Reino de Deus; ela “nunca está a serviço da humanidade, mas a desumaniza”, como nos recordava o papa Bento XVI (Angelus, 11 de março de 2012). Deus nos conceda a todos um coração materno que pulse com misericórdia e responsabilidade pela pessoa violentada em sua adolescência. Nossa Senhora Aparecida proteja nossos adolescentes e nos auxilie na defesa da família.

Brasília, 16 de maio de 2013

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Presidente da CNBB em exercício

Dom Sergio Arthur Braschi
Bispo de Ponta Grossa
Vice-Presidente da CNBB em exercício

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Impactos sobre a vida humana

 

Cartaz oficial da CF 2011

Todos nós somos seres da natureza e, por isso, condicionados por ela. Não podemos fugir de suas leis e, se por um lado a transcendemos porque possuímos uma dimensão espiritual, própria do ser humano, por outro, não podemos fugir dela, porque somos seres naturais.

Sendo assim, precisamos de condições naturais para viver. Se nos falta o respiro, perecemos (cf. SI 103). Precisamos de luz, água, alimento, temperatura adequada e de abrigo para nos defender de situações adversas.

A natureza foi criada por Deus como ambiente próprio para a vida, e, é claro, qualquer mudança que ela sofra repercute no ser humano. Estamos presenciando manifestações na natureza indicativas da mudança que estamos atravessando, a qual ocorre naturalmente, mas é agravada pela ação humana. Essa mudança tem afetado a vida no nosso planeta. Deus criou um paraíso que agora está se tornando hostil, de modo que cada vez menos podemos viver em condições naturais. Os raios solares são nocivos, as chuvas provocam constantes destruições, os vendavais são devastadores e as secas impiedosas.

Por isso, a vida é afrontada. O fenômeno migratório motivado por questões climáticas aumenta a cada dia. As áreas de risco para a vida – na cidade e no campo – desencadeiam a morte prematura de muitas pessoas.

O ser humano procura evitar cada vez mais o contato com a natureza. Procura resguardar-se em ambientes fechados, climaticamente controlados, protege-se com cremes, filtros, óculos, guarda-sóis e outros aparatos que estiverem a seu alcance.

Ora, nossa fé nós diz que isso não é vontade de Deus, pois ele é o Deus da vida em abundância e quer a felicidade e o bem maior para os seus filhos e filhas.

Pe. José Adalberto Vanzella (Secretário-executivo do R. Nordeste 5)

Fonte: Catequisar

Afinal, para que serve a religião?

Não sei se por convicção ou preconceito, há pessoas que afirmam, alto e bom som, que a religião para nada serve. E provam suas palavras lembrando que não só é grande o número de presos e de corruptos que se declaram cristãos e de casais “praticantes” que partem para o divórcio, mas até mesmo de países que não evoluem… porque dominados pela religião.

Para saber o que há de verdade nisso tudo, alguns órgãos de informação, sobretudo nos Estados Unidos, promovem pesquisas de opinião pública, acreditando imprimir aos dados coletados um caráter científico.

Foi o que fez a revista “Proceedings of the National Acedemy of Sciences”. Após entrevistar 450.000 pessoas, chegou à conclusão que, para alcançar a felicidade, o primeiro passo a fazer é ter uma religião. O dinheiro só aparece em segundo lugar, e se traduz num salário mensal de, pelo menos, R$ 6.800,00.

A revista detectou outros cinco focos de felicidade. Ei-los, em ordem decrescente: não ser jovem (com o passar dos anos, aprende-se a lidar com as dificuldades); ser casado (a solidão mata); ter plano de saúde (a saúde pública é um caos); ter filhos (eles mantêm os pais unidos e jovens); ter curso superior (no ganha-pão, a competição é grande).

Se, para um considerável número de norte-americanos, a realização humana depende, em primeiro lugar, da religião, outra pesquisa, efetuada pela Gallup em 114 nações, vai numa direção contrária. Para ela, a religiosidade da população parece atravancar o seu desenvolvimento econômico.

Os motivos sugeridos, ou entrevistos, são inúmeros e diversificados. Alguns deles são positivos: a religião faz com que seus adeptos não coloquem o dinheiro acima de valores essenciais, como é a saúde, a educação, a solidariedade, a acolhida e a partilha. Quem tem fé se mantém alegre e esperançoso porque confia em Deus e sua riqueza é a vida eterna. Para ele, o fim não justifica os meios. Por isso, a ética deve sempre prevalecer, para que as transações comerciais e os acordos internacionais não se transformem em conchavos de quem pode mais chora menos. Evidentemente, tudo isso, conduz a um desenvolvimento mais qualitativo do que quantitativo.

Mas há também razões negativas, que fazem com que a religião dificulte a promoção humana, social e econômica dos povos. Uma delas é o fatalismo. Se tudo o que acontece é vontade de Deus, inclusive as injustiças, então o melhor é conformar-se: “Fazer o quê? Deus quer assim!”… Outra é a superficialidade com que se vive a fé: recorre-se a Deus somente nos momentos de conflito, em busca da solução de problemas. Assim, à medida que o progresso avança, descobrindo perspectivas jamais imaginadas, a religião vai perdendo o seu lugar e a sua função. Pior ainda é o que verifica em países onde, por motivos religiosos, se discriminam as mulheres e se promovem “guerras santas”…

Para ser fator de realização pessoal e social, a religião precisa ser bem entendida e melhor ainda assumida. O cristão não é alguém que proclama: “Salva a tua alma e o resto que vá para os quintos do inferno!” Não! Exatamente porque ama a Deus, ele se coloca a serviço do projeto que o levou a criar o mundo.

Por isso, se uma religião esconde em seu seio malandros e corruptos ou se mantém os povos no subdesenvolvimento social e econômico, ela precisa ser substituída por outra, digna de Deus e da pessoa humana. É o que lembrava o Concílio Vaticano II, em 1965: “A esperança de novos céus e nova terra, longe de atenuar, deve impulsionar a solicitude pelo aperfeiçoamento dessa terra. Por isso, ainda que o progresso terreno deva ser cuidadosamente distinguido do crescimento do Reino de Cristo, contudo é de grande interesse para o Reino de Deus, na medida em que pode contribuir para organizar a sociedade humana”.

Na mesma linha se pronunciaram os bispos latino-americanos em sua Assembleia de Aparecida, em 2007: “O fato de ser discípulos e missionários de Jesus Cristo nos leva a assumir evangelicamente, e a partir da perspectiva do Reino, as tarefas prioritárias que contribuem para a dignificação do ser humano e a trabalhar junto com os demais cidadãos e instituições para o bem da humanidade”.

Artigo escrito por Dom Redovino Rizzardo, Bispo de Dourados (MS), e publicado no site da CNBB

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