Isso daria um Globo Repórter. “Quem são? Onde vivem? Como se reproduzem? Como combatê-los?” E etc. Parece engraçado, mas de fato eles existem e as repostas para essa pergunta são bem claras. Simples até.

Quem são?
Toda comunidade possui suas pastorais, que possuem seus membros, coordenadores, líderes e donos. Os donos são fáceis de identificar. São aquelas pessoas que sempre regem a comunidade, mesmo sem terem cargos para isso ou ordem do sacerdote. Enfiam e tudo quanto é discussão e só aceitam a opinião deles próprios. Se contestados e combatidos, saem da comunidade e/ou passam a sabotá-la.
É triste esse perfil. Contudo, é o mais sincero retrato de um “dono da comunidade”. Ele não contribui para o crescimento da igreja.
Onde vivem?
Geralmente não perdem uma eleição, pulando de pastoral em pastoral para não ficar sem cargo, ou simplesmente se perpetuam na coordenação de sua pastoral. Pasmem, certa vez um desses “donos da comunidade”, onde participo, chegou a emplacar um laranja para lhe substituir burlando a regra do pároco sobre eleições. Obvio que não deu certo e hoje ele nem a missa vai.
Eles vivem do nosso lado. Ajudam quando estão à frente, mas do modo deles.
Como se reproduzem?
Eles se multiplicam não muito rápido, afinal comem uns aos outros na busca do poder, mas sempre que possível deixam um “legado” negativo. Como disse antes, escolhem companheiros que tenham o mesmo perfil e que podem contribuir para manter seu poder e ele mesmo no ciclo.
Lembro, ao escrever isso, uma frase de uma amiga: “nada como ficar no banco”.
Como combatê-los?”
Eis a parte mais complicada. Não é fácil. É preciso apoio do sacerdote e dos fiéis. Nem sempre os dois estão a favor das mudanças, devido a ilusão de que tudo caminha bem. Mas o primeiro passo é simples: ORAÇÃO.
Orar nos ajuda a conectar com Deus e a ouvi-lo nítido como a luz do Sol. A oração tem outro benefício além desse, ela une a comunidade em torno da fé, esperança do reino novo e partilha da Palavra sob a luz da Eucaristia. Orar afasta os espíritos maus, que criam esse perfil nas comunidades, como a ganância por poder.
O segundo passo é SER PROFETA. Nunca deixar de ser profeta. Antes de tudo, vale lembrar que ser profeta é levar a Palavra de Deus e denunciar os erros vividos. Lembre-se de Oséias, João Batista, Daniel, Ezequiel, Rute e tantos outros exemplos que Deus nos deixou. Profetizar incomoda. Leva a mudança e desperta os justos para o caminho do Senhor.
O terceiro passo é vivenciar a sua fé na comunidade. Não adianta orar e ser profeta se sua fé não é vivenciada na comunidade. DAR TESTEMUNHO é de suma importância. Diante da insistência desse seres é preciso ter perseverança no testemunho e sempre participar das atividades da comunidade. Fortalecer os laços.
E você, como combate os “donos da igreja”? Comente.
O grande perigo em tudo isso é virar um. Por isso coloquei a oração em primeiro lugar. Lembro que uma amiga, em assembléia comunitária, me disse: “nós discutimos, mas nos amamos”. Esse é o espírito. Amar sem medida.
Por Marquione Ban