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Imagens que vão ficar na em nossa memória

Durante o ano que passou algumas imagens circularam o mundo por mostrar a grandiosidade e a simplicidade de Deus. Quem não lembra da pomba sobre o caixão de Dom Eugênio, arcebispo do Rio falecido ano passado. Quem não se lembra da imagem de Nossa Senhora intacta após a passagem do furacão Sandy pelos EUA e depois de um devastador incêndio? Essas e outras imagens vão ficar em nossa memória.

Vamos relembrar então:

Imagem de Nossa Senhora intacta após o furacão Sandy nos EUA.
Imagem de Nossa Senhora intacta após o furacão Sandy nos EUA.
Imagem do G1 da pomba que permaneceu sobre o caixão de Dom Eugênio Sales
Imagem do G1 da pomba que permaneceu sobre o caixão de Dom Eugênio Sales

 

 

Testamento de Dom Eugenio Sales: “Quero morrer sempre fiel ao Papa”

 Foi sepultado nesta quarta-feira, dia 11 de julho, na catedral metropolitana do Rio de Janeiro o corpo do cardeal arcebispo emérito do Rio de Janeiro, o cardeal Eugenio de Araujo Sales. A santa missa de exéquias reuniu diversas autoridades civis e religiosas, e mais de cinco mil pessoas que, fervorosamente, rogaram a Deus pelo descanso eterno deste que era o cardeal mais antigo da Igreja Católica, que será lembrado pela sua fidelidade à Igreja e ao Papa.

A celebração, presidida pelo arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, foi concelebrada por 40 bispos e cardeais, entre eles o núncio apostólico para o Brasil Dom Giovanni d’Aniello, o presidente da CNBB Dom Raymundo Damasceno e o cardeal arcebispo emérito do Rio Dom Eusébio Oscar Sheid além de 250 sacerdotes e 43 diáconos de diversas dioceses do país que acompanharam os prelados na cerimônia.

A característica de dom Eugênio mais exaltada durante o rito litúrgico foi o seu amor a Igreja e sua obediência e fidelidade a Santa Sé na figura de Pedro e seus sucessores. Em mensagem destinada à arquidiocese, o Papa Bento XVIexpressou seu profundo pesar pela perda do “intrépido e generoso pastor” que “buscou apontar (com sua vida) a verdade”. O santo padre declarou ainda que em dom Eugênio “encontramos um seguro ponto de obediência à Sé Apostólica”.

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcísio Bertone, também enviou uma mensagem de solidariedade aos fiéis brasileiros e parentes de dom Eugênio exaltando que o cardeal “sempre viveu em profunda união com o Santo Padre na vivência dos valores evangélicos”.
O núncio Dom Giovanni d’Aniello completou dizendo que as obras do cardeal ficarão como legado e testemunho do seu amor a Igreja.

Com o lema episcopal Impendam et Superimpendar (de bom grado me gastarei e me desgastarei em favor de vós), Dom Eugenio marcou a Igreja e o Brasil com suas obras em favor dos mais pobres. Segundo Dom Orani, a vivencia radical deste lema fez do cardeal “um pastor que cuidou do rebanho, enfrentou os lobos e se tornou um sinal não só para a Igreja, mas para toda a sociedade”.

Dom Orani destacou o jeito silencioso de agir de dom Eugenio que o levou a algumas incompreensões. Mas afirmou que sua “verdadeira coroa de glória foi sua profunda conformidade com Nosso Senhor Jesus Cristo”. “Somos testemunhas de que esse irmão guardou a fé até o fim dos seus dias. Dom Eugenio se consumiu por inteiro. Deu de muita boa vontade o que era seu”, disse o arcebispo.

Dom Eugênio morreu aos 91 anos na noite desta segunda-feira. Foi cardeal por 46 anos e durante seu episcopado ordenou cerca de 200 sacerdotes. Em sua homilia, Dom Orani leu o testamento espiritual do prelado, escrito no dia 7 de outubro de 2003. Nele, dom Eugenio declarou seu amor a Deus e a Igreja e afirmou: “Nunca me arrependi de ter feito a minha entrega.” E ainda, “quero morrer sempre fiel ao papa.”

Seguindo o rito, o corpo de dom Eugênio foi conduzido ao som de cânticos eorações até a cripta que fica no subsolo da catedral metropolitana. Com o barrete, chapéu utilizado pelos cardeais, em cima do caixão, o corpo do prelado foi acompanhado com salvas de palmas dos fiéis. Cercado por seu irmão, sobrinhos e funcionários que conviveram com ele nos seus últimos dias, o corpo foi depositado no túmulo ao cântico da Salve Regina. A lápide do cardeal fica próxima a dos bispos Dom Nabal Setencel, Dom João D’Avila, Dom Romeu Brigenti e de Dom João Esbeard (o primeiro arcebispo do Rio).

Dom Eugênio foi velado desde a tarde de ontem na catedral onde foram celebradas 10 missas de corpo presente. Ontem, durante o horário do velório, todas as 262 igrejas da cidade tocaram seus sinos em homenagem ao cardeal.

Imagem do mês: pomba pousa sobre caixão Dom Eugênio Sales

Imagem do G1

Quando o corpo de Dom Eugênio Sales, cardeal do Rio de Janeiro falecido hoje, chegou para ser velado na catedral de São Sebastião no Rio de Janeiro uma pomba, símbolo do Espírito Santo pousou sobre seu caixão.

Dom Eugênio Sales foi autêntica testemunha do Evangelho, diz Papa

O Papa Bento XVI expressou seus sentimentos de pesar pela morte do Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro, Dom Eugênio Sales, num telegrama enviado nesta terça-feira, 10.

Dom Eugênio faleceu na noite desta segunda-feira, 9, aos 91 anos, vítima de um infarto enquanto dormia em sua casa no bairro do Sumaré, na capital carioca.

No telegrama enviado ao Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, o Pontífice ressaltou que Dom Eugênio revelou-se “autêntica testemunha do Evangelho no meio do seu povo”.

“Recebi a triste notícia do falecimento do venerado Cardeal Eugênio de Araújo Sales, depois de uma longa vida de dedicação à Igreja no Brasil”, disse o Papa no telegrama.

Bento XVI disse ainda dar graças ao Senhor por ter dado à Igreja tão generoso pastor que, nos seus 70 anos de sacerdócio e 58 de episcopado, procurou apontar a todos a senda da verdade na caridade e do serviço à comunidade, em permanente atenção pelos mais desfavorecidos, na fidelidade ao seu lema episcopal: “Impendam et superimpendar”(gastarei e gastar-me-ei por inteiro por vós).

“Enquanto elevo fervorosas preces para que Deus acolha na sua felicidade eterna este seu servo bom e fiel, envio a essa comunidade arquidiocesana, à Igreja no Brasil e a quantos tomam parte nos sufrágios animados pela esperança da ressurreição, uma confortadora bênção apostólica”, concluiu o Papa.

Acesse
.: NA ÍNTEGRA: Telegrama de Bento XVI sobre a morte de Dom Eugênio

Nota oficial de pesar da CNBB pelo falecimento de dom Eugênio Sales

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulga Nota Oficial de pesar pela morte do cardeal dom Eugênio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro. O secretário geral da Conferência, dom Leonardo Steiner, manifesta solidariedade com o povo e o arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro e com os familiares de dom Eugênio, particularmente com seu irmão, dom Heitor de Araújo Sales, arcebispo emérito de Natal (RN).

Leia a Nota:

Nota de condolência pelo falecimento

do Cardeal dom Eugenio de Araújo Sales

A Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) recebe, com profundo pesar, a notícia da morte do Cardeal dom Eugênio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro (RJ), ocorrida no final da noite desta segunda-feira, 9 de julho de 2012.

Dom Eugênio é uma verdadeira página da história da Igreja no Brasil. Seu caminho de vida percorrido como padre e bispo está associado aos marcos do trajeto feito pela comunidade dos discípulos missionários de Cristo neste país. Ordenado padre em 1943, desempenhou trabalho pastoral na então diocese de Natal (RN) onde veio a ser bispo auxiliar da já arquidiocese de Natal, em 1954, por nomeação do Papa Pio XII. Nomeado como arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, em 1968, criado Cardeal no Consistório de 1969, dom Eugênio ficou na Bahia até ser transferido pelo Papa Paulo VI para a arquidiocese do Rio de Janeiro, em 1971, lugar onde exerceu seu pastoreio até a renúncia aceita pelo Papa João Paulo II, em 2001.

Inspirado pelo seu lema episcopal, “Impendam et Superimpendar” (alusão a 2Cor 12, 15: “Quanto a mim, de muito boa vontade gastarei o que for preciso e me gastarei inteiramente por vós”), dom Eugênio foi Padre Conciliar do Vaticano II, criador da Campanha da Fraternidade e também apoiou o Movimento de Educação de Base e as Comunidades Eclesiais de Base. Homem de vasta cultura, sempre teve admiração por parte da sociedade brasileira. Por tudo isso e pela sua expressão de pastor, dom Eugênio foi uma permanente referência da Igreja nos momentos mais significativos da vida social e política no Brasil. Ele jamais se recusou a dar sua palavra firme, ortodoxa, clara a respeito dos mais importantes princípios da vida moral tanto da pessoa quanto da sociedade.

Era um comunicador que chegava, com facilidade, ao entendimento da opinião pública, mesmo depois de se tornar arcebispo emérito do Rio de Janeiro, dom Eugênio manteve publicação regular de seus textos em um blog na internet. Recentemente, por ocasião da Páscoa deste 2012, ele mesmo determinou que seria publicado um último artigo no qual ele escreveu: “Ao passo que a alegria, presságio do transcendente, faz-nos sentir algo superior às experiências comuns, ela, todavia, acorda em nós o mais próprio, o mais íntimo de nós mesmos. Será que não está inscrita na experiência pura e honesta da alegria uma tênue e todavia forte certeza de que a mais profunda realidade de nosso ser é imagem do eterno? Este estado de alma é como uma atmosfera jubilosa de nossa mente, que se reflete em nossos sentimentos e que se irradia em nossos relacionamentos humanos”.

Despedimos-nos de dom Eugênio com este sentimento que ele antevia em sua reflexão, isto é, com “presságio de transcendência”. Agradecemos a Deus pela sua caminhada cheia de frutos para a vida da Igreja e do povo e nos solidarizamos com seus familiares, especialmente com seu irmão dom Heitor Araújo Sales, arcebispo emérito de Natal, com a arquidiocese do Rio de Janeiro e com dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. Nossa oração nos consola na certeza de sua páscoa e na esperança de que esse nosso irmão compartilhava da convicção que nos foi deixada pelo apóstolo de que a “a coroa da justiça” está reservada para ele pelo Senhor, o justo juiz, que dará essa coroa, “não somente a ele, “mas a todos os que tiverem esperado com amor a sua manifestação”( 2 Tm 4,8).

Dom Leonardo Ulrich Steiner

Bispo Auxiliar de Brasília

Secretário Geral da CNBB