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O Papa era nazista? Bento XVI e a juventude hitlerista em um ótimo artigo do Prof. Felipe Aquino

555206_441436042595638_809199627_nCom a anunciada renúncia do Papa Bento XVI para o dia 28 de fevereiro de 2013, retornam algumas inverdades na mídia sobre ele, de modo especial a pecha de que teria sido soldado da juventude de Hitler, a serviço do mal. Nada mais absurdo. Contudo, infelizmente isto é utilizado por aqueles que querem denegrir a imagem do Papa, diminuir o seu brilho de estrela de primeira grandeza; como se pudesse caber na cabeça de alguém que um cardeal da Igreja, hoje Papa, pudesse ter sido colaborador de um dos piores carrascos que a humanidade já viu. Somente pessoas com muita má fé ou por ignorância poderiam pensar tal desatino.

No livro “O sal da Terra” (Ed. Imago, 1997), o então Cardeal Ratzinger, deu uma longa entrevista ao jornalista alemão, seu amigo, Peter Seewald, na qual conta toda a sua vida e seu maravilhoso trabalho de muitos anos pela Igreja. Entre outras coisas, o atual Papa conta sobre sua passagem no exército alemão de sua época:

“De início não pertencíamos. Contudo, com a introdução, em 1941, da juventude Hitlerista obrigatória, meu irmão tornou-se membro de acordo com essa norma. Eu ainda era muito novo [14 anos], mas mais tarde fui inscrito na juventude Hitlerista quando estava no seminário. Assim que saí do seminário, nunca mais fui lá. E isso era difícil porque a redução da mensalidade, de que eu realmente precisava, estava ligada à comprovação de frequência à juventude Hitlerista. Mas, graças a Deus, tive um professor de Matemática muito compreensivo. Ele próprio era nazista, mas um homem consciencioso, que me disse “Vai lá uma vez para resolvermos isso…” Quando viu que eu realmente não queria ir, disse: “Entendo, eu dou um jeito nisso”, e assim pude ficar de fora (p. 44).

Pouco depois, os dois irmãos Ratzinger seminaristas foram mobilizados compulsoriamente e enviados para diferentes postos militares. O futuro Papa fez serviço militar na guarnição antiaérea de Munique, mas nunca atuou como soldado beligerante. Ele e outros tinham permissão de assistir às aulas no Colégio Maximiliano de Munique. Fora das horas de serviço, podiam fazer o que quisessem, e lá havia um grande grupo de católicos engajados que conseguiram organizar até aulas de religião, e de vez em quando podiam ir à Igreja. (ver o livro “A minha vida”, Ed. Paulinas, SP).

Mais tarde, em 20 de setembro de 1944, Ratzinger foi levado para um campo de trabalhos forçados em Burgenland. “Aquelas semanas de trabalho braçal ficaram-me na memória como uma recordação opressiva. Aprendemos a pegar e levar sobre o ombro a enxada com uma cerimoniosa disciplina militar; a limpeza da enxada, na qual não podia ficar a menor partícula de pó, era um dos elementos essenciais dessa pseudo-liturgia… Toda uma liturgia e o mundo que se construía em torno dela apresentavam-se como uma grande mentira” (citado no livro “Joseph Ratzinger, uma biografia”, de Pablo Blanco, Ed. Quadrante 2005, pp. 31 e ss.).

Isto mostra que, se o Papa esteve na juventude Hitlerista é porque foi obrigado, e dela se livrou assim que possível; e, no exército jamais esteve à frente de uma batalha.

Prof. Felipe Aquino

CONCURSO INTERNACIONAL PARA PROMOVER A DOUTRINA SOCIAL

Chama-se “Economia e Sociedade” o concurso internacional organizado pela Fundação Centesimus Annus – Pro Pontifice para promover a Doutrina Social da Igreja Católica. O prêmio será de 50.000 euros.

Se os vencedores chegarem a um máximo de três, a soma será dividida igualmente entre eles. O prêmio será concedido pela primeira vez em 2013 e voltará a se realizar a cada dois anos. Os trabalhos devem ser enviados ao Secretariado da Centesimus Annus – Pro Pontifice (centannus.award@foundation.va) até 15 de junho de 2012.

O prêmio é destinado a pesquisadores, pensadores, empreendedores e comunicadores que tenham publicado após 1991 (ano de promulgação da encíclica Centesimus Annus) trabalhos dedicados à Doutrina Social da Igreja nas áreas econômica e social. Serão consideradas obras publicadas em português, espanhol, italiano, inglês, francês e alemão.

O trabalho premiado deverá trazer contribuições originais para a explicação, aprofundamento e aplicação da Doutrina Social da Igreja no desenvolvimento econômico e social. Deve também se caracterizar pela solidez doutrinal e pela qualidade cultural excepcional. A Fundação Centesimus Annus – Pro Pontifice visa premiar contribuições compreensíveis por parte do público em geral, que expressem com força profética o compromisso cristão no desenvolvimento econômico e social.

O júri será composto pelo cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique e Freising; pelo professor Pierre de Charentenay, SJ, da Revue Études de Paris; pelo doutor Manuel Gómez Granados, do México, membro do Pontifício Conselho Justiça e Paz; pelo professor Han Thomas Hong-soon, embaixador da Coreia do Sul junto à Santa Sé; por Robert A. Nalewajek, da Centesimus Annus – Pro Pontifice, EUA; pelo doutor Lorenzo Rossi di Montelera, emérito presidente da Fundação Centesimus Annus – Pro Pontifice; por dom Giuseppe Antonio Scotti, presidente do Conselho de Administração da Fundação vaticana Joseph Ratzinger – Bento XVI; e pelo professor Michael Konrad, secretário.

A Fundação Centesimus Annus – Pro Pontifice existe desde 1993, comprometida com a propagação da Doutrina Social da Igreja. A oportunidade histórica que fez surgir a idéia de criar a fundação foi a encíclica Centesimus Annus, promulgada pelo papa João Paulo II em 1º de maio de 1991 para marcar o centenário da encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII.

Um século depois daquela, o papa considerou oportuno erguer a voz de forma adequada para evocar a doutrina social que coloca o homem no centro de toda atividade econômica. Com a orientação do cardeal Rosalio José Castillo Lara e de dom Giovanni Lajolo, alguns empresários e banqueiros foram convidados a promover as adesões ao projeto. A ideia tomou forma e foi se aperfeiçoando durante uma série de reuniões.

Diante do bom acolhimento da proposta, o cardeal Castillo Lara, em colaboração com a Secretaria de Estado e com a Conferência Episcopal Italiana, na pessoa do seu presidente, cardeal Camillo Ruini, apresentou a Sua Santidade a possibilidade da criação da fundação, que foi estabelecida com a assinatura do próprio papa em 13 de junho de 1993.

Para mais informações:

Fundação Centesimus Annus – Pro Pontifice

00120 Cidade do Vaticano; centannus@foundation.va; http://www.centesimusannus.org

Assessoria de imprensa: Constantino Coros, coroscosta@virgilio.it

Fonte ZENIT.org