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“Êxodo: Deuses e Reis” um filme sobre escolhas e caminhos

Vale a pena ver o filme.
Vale a pena ver o filme.

Talvez seja moda ou não, mas no último ano assistimos Noé, e este ano vimos Êxodo: Deuses e Reis. O primeiro causou polêmica ao mudar a história de modo sutil mas mudou contata nas catequeses e escolas dominicais por aí. Personagens sumiram e Noé foi apresentado como um homem novo, forte e galã. Com “Êxodo” não é muito diferente. Mas espera aí…que bom que temos tido filmes retratando a história do povo de Deus e suas aventuras.

Sobre Êxodo ou Exodus: Deuses e Reis tenho muitas percepções a contar. Alguns fúteis, outras não. Vou me ater às que realmente considero importante. Para começar, lembro que no filme há momento em que o choro vem ao ver a fé de um povo sofrido. Não todos desde povo, mas daqueles que a guardam, assim como nos dias de hoje poucos fazem. A experiência de ver um Moisés herói, general e obediente mesmo sem crer surpreendeu a mim que fui criado na fé católica. Vi um Moisés mais Batiman do que nunca. [Consideração fútil].

Christian Bale como Moisés
Christian Bale como Moisés

Aprendi, ou melhor, aprendemos que Moisés era mais velho e gago, mas que ao ser chamado por Deus não o contestou. Teve fé e isso bastou. Vivi uma catequese que mostra um Deus rígido no Antigo Testamento e que nunca abandonou seu povo. Mas… [Cuidado, pode ter pequenos spoilers]…. que em uma frase de Moisés no filme se apresenta rancoroso, vingativo. Deus não o respondeu quando questionou que Ele abandonou seu povo 400 anos na escravidão. Não com essas palavras, mas o fez.

Escravos mas com fé.
Escravos mas com fé.

Nunca vi uma representação de Deus como a desse filme. A sabedoria divina está lá, mas a inocência cruel de uma criança que brinca com formigas também.

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O filme sobre Noé e o Dilúvio não condiz com a visão da Igreja, afirma Prof. Felipe Aquino

Fui ver o filme no cinema e em breve vou escrever uma crítica. Adianto que quem quiser ver o filme e estiver pensando em ver um filme religioso e/ou bíblico vai se decepcionar. Noé é um drama de ação.

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(ACI/EWTN Noticias).- O conhecido autor e apresentador católico, Prof. Felipe Aquino, em um dos seus mais recentes artigos fala sobre o filme “Noé”, estrelado pelo ator Russel Crowe. No texto o pensador brasileiro conhecido pelos seus 73 livros e pregações, assinala que a obra hollywoodiana apresenta uma visão que não se coaduna com a interpretação que a Igreja dá do episódio do dilúvio e da aliança de Deus com Noé.


“Os quatro capítulos do Gênesis (6-9) narram o dilúvio bíblico e significa uma expressão do pecado que, a começar com Adão e Eva vão se alastrando cada vez mais. Esta narração contém, como pode-se notar quando se lê atentamente, repetições e contradições. Os exegetas (estudiosos da Bíblia) concluem que a narração é a fusão de dois documentos (fontes Sacerdotal P e Javista J) conservando cada qual os seus detalhes próprios, sem que o autor sagrado tivesse a preocupação de harmonizá-los entre si. Isto mostra que o autor sagrado não estava preocupado com detalhes menores, e visava sim um sentido mais profundo, uma mensagem religiosa”, explica Prof. Aquino.

Filme não condiz com a bíblia.
Filme não condiz com a bíblia.


Recordando ainda o fato de que nas tradições dos povos antigos há cerca de 288 histórias de dilúvio, e todas com uma base comum: há uma grande catástrofe por conta de uma grande ofensa dos homens contra a divindade. O elemento do castigo que mata os homens e os animais pode ser a água, o fogo, o terremoto, etc.

“Na Babilônia há quatro versões semelhantes de dilúvio, semelhantes ao da Bíblia. Note que Abraão foi oriundo da Mesopotâmia. Aos olhos da ciência é certo que não houve um único dilúvio universal”, afirmou o professor que também é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP.

 “Quando o texto bíblico fala de “terra inteira” e “todos os homens” não fala em sentido geográfico, mas religioso, hiperbólico isto é, o gênero humano para o autor sagrado se reduzia  àqueles que transmitiam os valores religiosos da humanidade”.

“A mensagem do relato do dilúvio (Gen 6-9) – prossegue o Prof. Aquino- quer mostrar o seguinte: Deus é santo e puro; Deus é justo; não pode deixar o mal imperar; Deus é clemente; convida à conversão antes de corrigir”, ressaltou Prof. Felipe.

“O dilúvio marca o fim de um período da história religiosa da humanidade e marca o início de uma nova era; é como se fosse o início de um novo mundo, onde Deus faz aliança com Noé, o “pai” da nova humanidade”.

Falando propriamente de Noé, Prof. Aquino ressalta que este “é uma imagem de Cristo”.
“Noé salvou a humanidade pelo lenho da arca, Cristo vai salvá-la pelo lenho da cruz, do dilúvio do pecado. A arca de Noé é uma figura da Igreja; assim como ninguém sobreviveu fora da arca, ninguém se salva fora da Igreja. Todos os que se salvam, mesmo que não pertençam à Igreja, se salvam por meio de Cristo e da Igreja, ainda que não saibam disso”, destaca.

“As águas do dilúvio são figura do Batismo, que pela água dá vida aos fiéis e apaga os pecados; o dilúvio, como nova criação, prefigura “os novos céus e a nova terra” (2Pe 3,5-7.10) que haverão no fim da história”.

“Como se pode ver, esta visão da Igreja nada tem a ver com a do filme de Noé”, asseverou Felipe Aquino.