Arquivo da tag: Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé

Vaticano adverte que Medjugorje não pode ser assumida como verdadeira aparição

Foto: A carta enviada às diocese dos Estados Unidos

(ACI/EWTN Noticias).- O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Gerhard Müller, advertiu que as supostas aparições da Virgem Maria aos videntes de Medjugorje não podem ser assumidas como verdadeiras.

Ante a proximidade de uma série de eventos nos Estados Unidos com a participação Ivan Dragicevic, suposto vidente do Medjugorje, Dom Müller recalcou aos Bispos deste país que a posição da Igreja é que “não é possível estabelecer que houve aparições ou revelações sobrenaturais”.

Através de uma carta enviada ao Secretário Geral da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos, Dom Ronny Jenkins, o Núncio Apostólico nesse país, o Arcebispo Carlo Maria Viganò, a pedido de Dom Müller, indicou que “um dos assim chamados videntes do Medjugorje, o Sr. Ivan Dragicevic, estará presente em eventos em paróquias ao redor do país” nas que, conforme avisado, “o Sr. Dragicevic estará recebendo ‘aparições’”.

Com o objetivo de “evitar escândalo e confusão”, Dom Viganò recordou aos Bispos que “os clérigos e os fiéis não estão permitidos a participar de reuniões, conferências ou celebrações públicas durante as quais a credibilidade de tais ‘aparições’ seja finalmente afirmada”.

“O Arcebispo Müller pede que os Bispos sejam informados sobre este tema o antes  possível”, escreveu o Núncio. ACI Digital confirmou hoje que a carta do Núncio Apostólico foi recebida nas dioceses dos Estados Unidos.

Na Carta, Dom Viganò assinalou aos Bispos americanos: “como vocês sabem bem, a Congregação para a Doutrina da Fé está no processo de investigar certos aspectos doutrinais e disciplinares do fenômeno de Medjugorje. Por esta razão, a Congregação afirmou que, a respeito da credibilidade da ‘aparição’ em questão, todos devem aceitar a declaração, com data 10 de abril de 1991, dos Bispos da Ex-república da Iugoslávia, que afirma: ‘sobre a bases da investigação realizada, não é possível estabelecer que houve aparições ou revelações sobrenaturais’”.

A história destas aparições, não reconhecidas oficialmente pela Igreja Católica, começou em 1981 no povoado de Medjugorje, na atual Bosnia Herzegovina (parte da antiga Iugoslávia), onde seis meninos disseram ter visto a Virgem Maria. O então sacerdote Tomislav Vlasic, hoje retirado do estado clerical, apresentou-se como o diretor espiritual dos “videntes” e assinalou que a Virgem os visitou 40 mil vezes nos últimos 28 anos.

Embora as aparições não contam com o reconhecimento oficial da Igreja Católica, milhares de fiéis peregrinam anualmente ao lugar, onde inclusive foi construído um templo.

Em março de 2010 a Igreja criou uma comissão internacional de investigação sobre  Medjugorje, sujeita à Congregação para a Doutrina da Fé, composta por cardeais, bispos, peritos e experts, que trabalha de maneira reservada no caso.

Dom Muller sobre diálogo interreligioso: “não significa renunciar à própria identidade”.

Dom Gerhard Müller, novo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

Dom Gerhard Müller, novo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

Roma |Rádio Vaticano – Se recorda hoje 26 anos do histórico Encontro de Assis das Religiões pela Paz, iniciativa do então papa João Paulo II. Por ocasião do transcurso da data, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Gerhard Muller, destacou que no diálogo com outras religiões não se deve esconder a própria fé e a própria identidade, em nome de um diálogo politicamente correto.

“Para um cristão, referiu Dom Muller, o respeito pela religiosidade dos outros não significa e não deveria significar uma renúncia à própria fé, à própria identidade e à verdade definitiva recebida, através da Igreja, na Revelação de Deus”.

Ele acrescentou ainda, segundo refere a agência SIR, que “a Igreja pode propor um verdadeiro diálogo somente a partir da verdade sobre ela mesma. Seria vergonhoso esconder a fé autêntica e abandonar a unicidade da Revelação e da Encarnação do Filho de Deus, em nome de um diálogo politicamente correto. É justificado e correto somente um diálogo conduzido na verdade e no amor”.

“Por isto — continua — a nossa fé, dirigida à Cristo e a verdade sobre nós mesmos devem sempre ocupar um lugar privilegiado em cada ocasião de diálogo dos cristãos com aqueles que não o são. Portanto, o diálogo com os seguidores das religiões não cristãs é uma forma de testemunho de fé que deve ser sempre respeitoso para com o outro e a dignidade da sua consciência.(JE)