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Latino é escolhido para que Papa Francisco lave seu pés

(ACI/EWTN Noticias).- Um jovem latino, cuja identidade se reserva por questões legais, será um dos doze internos aos que o Papa Francisco lavará os pés durante a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira Santa, que será celebrada no centro penitenciário para Menores de Casal del Marmo, em Roma (Itália).

Assim o explicou no dia 25 de março ao grupo ACI o Padre Gaetano Greco, pároco da igreja da Instituição Penal, quem explicou que alguns se ofereceram voluntariamente e a outros, para superar a vergonha ou a timidez, lhes fizemos um cordial convite.

O então Cardeal Bergoglio, agora Papa Francisco, lavando os pés a um pequeno em cadeira de rodas
O então Cardeal Bergoglio, agora Papa Francisco, lavando os pés a um pequeno em cadeira de rodas

“Mas todos estão muito contentes e a visita os fará pensar, repensar e compreender que há pessoas no mundo que se preocupam com eles”, precisou o sacerdote.

O Padre Greco assinalou que estes menores geralmente têm um passado familiar difícil que os condiciona a seguir uma vida com poucas ou nulas expectativas e centrada nas drogas e na delinquência.

A visita do Papa, explicou o sacerdote italiano, “fará com que compreendam que o erro não condiciona a vida, que existe o perdão e que é possível começar a construir a vida de novo”.

“Que o Papa Francisco em pessoa se preocupe com eles me parece muito significativo, porque expõe ante o mundo este problema que vivem tantos rapazes e moças desfavorecidos”, considerou.

Os doze jovens aos que o Papa lavará os pés têm entre 16 e 21 anos. Embora tenham participado da Missa do Domingo de Ramos, esta celebração de agora, “certamente vai devolver-lhes a esperança”.

Com esta modificação do lugar da Missa da Quinta-feira Santa, o Santo Padre muda a habitual Basílica de São João de Latrão pelo centro penitenciário, onde o Bispo Emérito de Roma, Bento XVI também presidiu uma celebração em 2007.

Naquela oportunidade, Bento XVI assinalou que “uma vida sem Deus não funciona porque é privada da luz” e alentou “abandonar o pecado e escolher retornar a Deus. Façamos juntos este caminho de libertação interior”.

O lava-pés

A quaresma é tempo de fazer “caminho” com Jesus, para chegar à Ressurreição. Fazer caminho significa conversão e seguimento. A quaresma sempre nos propõe a olhar os gestos de Jesus e para uma verdadeira conversão.

O que significa converter-se num mundo que nos propõe todas as facilidades para viver globalmente o individualismo?

Jesus ao percorrer o caminho da cruz não pensa nele, nas suas dores, mas nas dores de tantos crucificados como Ele, que buscam a Ressurreição. A cruz é sinal de conversão, mudança, transformação para a conquista de mais vida.

Páscoa é passar de uma vida centrada sobre nos mesmos, sobre o nosso egoísmo, para uma vida solidária com os muitos irmãos marginalizados em nossa sociedade. Portanto, o anúncio cristão não pára na cruz. No meio de nós está presente Jesus, o Ressuscitado, o Deus vivo. Antes de tomar o caminho da cruz, Jesus nos apresenta uma proposta de vida, que é um programa de conversão: o lava-pés. O lava-pés traduz toda a vida de Jesus: o amor. “Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13, 1) ou seja até as últimas conseqüências do gesto de amar, isto é, até a cruz: “Tudo está realizado” (Jo 19,30).

Vamos acompanhar os gestos praticados por Jesus no lava-pés (Jo 13, 4-11). Este aconteceu numa refeição. Estar ao redor de uma mesa é sentar-se e partilhar as alegrias, as angústias, as emoções…, também algo para comer.

– Jesus levantou-se da mesa. Ele nos diz que é preciso sair do nosso egoísmo, mobilizar-se, ir ao encontro dos outros.

– Tirou o manto. Jesus se esvazia de si mesmo e coloca-se na condição de servo. Ele nos ensina sobre a necessidade de despojar-se de tudo o que divide, dos fechamentos, das barreiras, dos medos, das inseguranças, que nos bloqueiam na prática do bem.

– Pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Jesus põe o avental para servir. “Aquele que era de condição divina, humilhou-se a si mesmo” (Fl 2, 6-8). Ele nos propõe o uso do avental do servir na disponibilidade, e na generosidade, e ainda do comprometer-se com os mais necessitados e colocar-se em último lugar.

– Colocou água na bacia. Jesus usa instrumentos da cultura do povo: água e bacia. Repete um gesto que era feito pelos escravos ou pelas mulheres. Ele quer nos dizer que para anunciar sua proposta é preciso entender, conhecer, assumir o que o povo vive, sofre, sonha…

– E começou a lavar os pés dos discípulos. Para lavar os pés Jesus se inclina, olha, percebe e acolhe a reação de cada discípulo. Com o lavar os pés, Jesus nos compromete a acolher os outros com alegria, sem discriminações, a escutar com paciência, a partilhar os nossos dons…

– Enxugando com a toalha que tinha na cintura. Jesus enxuga os pés calejados, rudes e descalços de seus discípulos. São muitos os gestos que Jesus nos convida a praticar para amenizar os calos das dores de tantos irmãos: visita a doentes e idosos, organizar-se para atender crianças de rua, uma palavra de ânimo a aidéticos, valorização de nossos irmãos indígenas…

Diante da prática de Jesus podemos nos perguntar:
Quais os gestos concretos que nós como cristãos/ãs e catequistas, vamos assumir? Será que esta Páscoa pode ser igual a outras tantas?

Queremos ser a Igreja do avental, que se coloca a serviço na defesa dos que mais sofrem, dos que não têm defesa. Vamos com coragem vestir o avental do servir na alegria e testemunhar todos os gestos praticados por Jesus. Só assim poderemos realizar sempre a festa da Ressurreição. Feliz Páscoa!

Ir. Marlene Bertoldi
http://www.portalcatolico.org.br

Quinta-feira Santa – Eucaristia: Sacramento do amor

A celebração da Semana Santa encontra seu ápice no Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-feira Santa, a sexta-feira da paixão e morte do Senhor e a solene Vigília Pascal, no sábado à noite. Esses três dias formam uma grande celebração da páscoa memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

A liturgia da Quinta-feira Santa nos fala do amor, com a cerimônia do Lava-pés, a proclamação do novo mandamento, a instituição do sacerdócio ministerial e a instituição da Eucaristia, em que Jesus se faz nosso alimento, dando-nos seu corpo e sangue. É a manifestação profunda do seu amor por nós, amor que foi até onde podia ir: “Como Ele amasse os seus amou-os até o fim”.

A Eucaristia é o amor maior, que se exprime mediante tríplice exigência: do sacrifício, da presença e da comunhão. O amor exige sacrifício e a Eucaristia significa e realiza o sacrifício da cruz na forma de ceia pascal. Nos sinais do pão e do vinho, Jesus se oferece como Cordeiro imolado que tira o pecado do mundo: “Ele tomou o pão, deu graças, partiu-o e distribuiu a eles dizendo: isto é o meu Corpo que é dado por vós.

Fazei isto em memória de ‘ mim. E depois de comer, fez o mesmo com o cálice dizendo: Este cálice é a nova aliança em meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22,19-20). Pão dado, sangue derramado pela redenção do mundo. Eis aí o sacrifício como exigência do amor.

O amor, além do sacrifício, exige presença. A Eucaristia é a presença real do Senhor que faz dos sacrários de nossas Igrejas centro da vida e da oração dos fiéis.

A fé cristã vê no sacrário de nossas igrejas a morada do Senhor plantada ao lado da morada dos homens, não os deixando órfãos, fazendo-lhes companhia, partilhando com eles as alegrias e as tristezas da vida, ensinando-lhes o significado da verdadeira solidariedade: “Estarei ao lado de vocês como amigo todos os momentos da vida”. Eis a presença, outra exigência do amor.

A Eucaristia, presença real do Amigo no tabernáculo de nossos templos, tem sido fonte da piedade popular como demonstra o hábito da visita ao Santíssimo e da adoração na Hora Santa. Impossível crer nessa presença e não acolhê-la nas situações concretas do dia-a-dia.

Vida eucarística é vida solidária com os pobres e necessitados. Não posso esquecer a corajosa expressão de Madre Teresa de Calcutá que, com a autoridade do seu impressionante testemunho de dedicação aos mais abandonados da sociedade, dizia: “A hora santa diante da Eucaristia deve nos conduzir até a hora santa diante dos pobres. Nossa Eucaristia é incompleta se não levar-nos ao serviço dos pobres por amor.”

O amor não só exige sacrifício e presença, mas exige também comunhão. Na intimidade do diálogo da última Ceia, Jesus orou com este sentimento de comunhão com o Pai e com os seus discípulos: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti… que eles estejam em nós” (Jo 17,20-21).

Jesus Eucarístico é o caminho que leva a esta comunhão ideal. Comer sua carne e beber seu sangue é identificar-se com Ele no modo de pensar, nos senti mentos e na conduta da vida. Todos que se identificam com Ele passam a ter a mesma identidade entre si: são chamados de irmãos seus e o são de verdade, não pelo sangue, mas pela fé. Eucaristia é vida partilhada com os irmãos. Eis a comunhão como exigência do amor.

Vida eucarística é amar como Jesus amou. Não é simplesmente amar na medida dos homens o que chamamos de filantropia. É amar na medida de Deus o que chamamos de caridade. A caridade nunca enxerga o outro na posição de inferioridade. É a capacidade de sair de si e colocar-se no lugar do outro com sentimento de compaixão, ou seja, de solidariedade com o sofrimento do outro. Caridade é ter com o outro uma relação de semelhança e reconhecer-se no lugar em que o outro se encontra…

Na morte redentora na cruz, Cristo realiza a suprema medida da caridade “dando sua vida” e amando seus inimigos no gesto do perdão: “Pai, perdoai-lhes pois eles não sabem o que fazem.” A Eucaristia não deixa ficar esquecido no passado esse gesto, que é a prova maior do amor de Deus por nós. Para isso, deixa-nos o mandamento: “Façam isso em minha memória”.

Caridade solidária é o gesto de descer até o necessitado para tirá-lo da sua miséria e trazê-lo de volta a sua dignidade. A Eucaristia é o gesto da caridade solidária de Deus pela humanidade. “Eu sou o Pão da vida que desceu do céu. Quem come deste Pão vencerá a morte e terá vida para sempre”.

PARÓQUIA SAGRADA FAMÍLIA PREPARA TRÊS SEMANAS DE FESTA

Semana das Dores, Semana Santa e festa de aniversário movimentam a paróquia

Os fieis da Paróquia Sagrada Família vão viver a tradição católica com maior fervor durante o final deste mês de março e inicio de abril. A paróquia realiza três semanas de festas e ações litúrgicas. A programação começa neste domingo, com a tradicional Semana das Dores, depois começam os trabalhos da Semana Santa e termina o período de festas com as comemorações do quarto aniversário da paróquia.

A Semana das Dores será celebrada em todas as comunidades da paróquia entre os dias 25 e 31 de março. As celebrações acontecem sempre as 19h30. As Paróquia Sagrada Família abrange os bairros Jardim Panorama (Comunidades Menino Jesus e Sagrado Coração de Jesus), Caçula (Comunidade Imaculada Conceição), Caravelas (Comunidade São Pedro) e Parque Caravelas (Comunidade Nossa Senhora das Graças). No sábado, dia 31, haverá em todas as comunidades a festa de Nossa Senhora das Dores com procissão.

SEMANA SANTA

Já a Semana Santa contará com uma programação especial. Destaca-se as confissões comunitárias para os trabalhadores, desempregados, pensionistas e aposentados  na comunidade Nossa Senhora das Graças. Confissão para casais na comunidade Menino Jesus e para os jovens na comunidade Imaculada Conceição.

Ainda durante a Semana Santa os fieis vão viver com grande intensidade o tríduo pascal, a quinta-feira santa, sexta-feira da paixão e sábado de aleluia que cuminam com a grande festa da ressurreição em todas as comunidades.

ANIVERÁRIO DA PARÓQUIA

Em 13 de março de 2008 a Paróquia Sagrada Família foi instituída em Ipatinga. Para comemorar a data a paróquia vai fazer uma grande festa. O tríduo em celebração a instituição da paróquia começa no dia 10 de abril e termina no dia 12. No dia 13 será a grande festa.

Para comemorar os quatros anos de paróquia, a Pastoral Litúrgica junto com Padre Aloísio Vieira, pároco,  convidaram para celebrar a festa alguns padres da região. Padres Alex, Paróquia São Geraldo – Ipatinga,  celebra no dia 10/04. Já o Padre Odilon – Paróquia do Ipaba preside a missa no dia 11/04. No dia 12/04 é a vez de Dom Odilon Guimarães, bispo de Itabira/Cel. Fabriciano. No dia do aniversário a celebração fica por conta do Padre Aloísio Vieira.  As celebrações acontecem sempre as 19h30.

Após a missa haverá partilha e apresentação de Tiba da TV Canção Nova.

PROGRAMAÇÃO

Confira a programação das três semanas que conta com celebrações, confissões comunitárias, missas, procissões e celebrações, shows. A programação também pode ser acessada no site http://www.psfipatinga.com.br .

25 a 30/03 – Semana das Dores

19h30 – em todas as comunidades

31/03 – Sábado

“Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas e Maria Madalena”. (Jo.19,25)

19h30 Celebração e procissão das dores de Nossa Senhora na comunidade Nossa Senhora das Graças
19h30 Celebração e procissão das dores de Nossa Senhora na comunidade Menino Jesus
19h30 Celebração e procissão das dores de Nossa Senhora na comunidade Sagrado Coração de Jesus
19h30 Missa e procissão das dores de Nossa Senhora na comunidade Imaculada Conceição – Pe. Aloísio
19h30 Celebração e procissão das dores de Nossa Senhora na comunidade São Pedro

SEMANA SANTA

01/04 – Domingo de Ramos

“Pegaram ramos de palmeira e saíram ao encontro de Jesus”. (Jo.12,13)

07h Bênção dos Ramos, procissão e Missa na comunidade São Pedro – Pe. Aloísio
10h Bênção dos Ramos, procissão e Missa na comunidade Imaculada Conceição – Pe. Aloísio
18h Bênção dos Ramos, procissão e Missa na comunidade Sagrado Coração de Jesus para Menino Jesus e Sag. Coração de Jesus – Pe. Aloísio
18h Procissão de Ramos e celebração na comunidade São Pedro
19h30 Procissão de Ramos e celebração na comunidade Nossa Senhora das Graças

02/04 – Segunda feira

“Dito isto, Pilatos saiu de novo ao encontro dos judeus e lhes disse: ‘Não encontro nele nenhum crime’.” (Jo. 18,38b)

19h Confissão comunitária do trabalhador, desempregado, pensionista e aposentado na comunidade Nossa Senhora das Graças – Pe. Aloísio

03/04 – Terça feira

“Eu, Javé, chamei vocês para a justiça, tomei-os pela mão, e lhes dei forma, e os coloquei como aliança de um povo e luz para as nações”. (Is.42,6)

19h Confissão comunitária para casais na comunidade Menino Jesus – Pe. Aloísio

04/04 – Quarta feira

“Jesus disse: Minha alma está triste até à morte, fiquem aqui e vigiem comigo”. (Mt.26,38)

19h30 Via Sacra na comunidade Imaculada Conceição
19h30 Via Sacra na comunidade Nossa Senhora das Graças

19h30 Via Sacra na Comunidade Menino Jesus

05/04 – Quinta feira

“Jesus disse: Desejei comer com vocês esta ceia pascal, antes de sofrer”. (Lc.22,15)

09h Missa do Crisma em Coronel Fabriciano – Catedral de São Sebastião
19h30 Missa do Lava-pés e da Instituição da Eucaristia e Sacerdócio na comunidade São Pedro, procissão e adoração do Santíssimo – Pe. Aloísio

06/04 – Sexta feira

“Jesus respondeu: Você daria a vida por mim?” (Jo.13,38a)

08h Teatro da  Paixão de Cristo e Caminha da Misericórdia (trevo do Jardim Panorama)
15h Ação Litúrgica, adoração da Cruz e Eucaristia na comunidade Imaculada Conceição
15h Ação Litúrgica, adoração da Cruz e Eucaristia na comunidade Sagrada Coração de Jesus
15h Ação Litúrgica, adoração da Cruz e Eucaristia na comunidade Menino Jesus
15h Ação Litúrgica, adoração da Cruz e Eucaristia na comunidade Nossa Senhora das Graças
15h Ação Litúrgica, adoração da Cruz e Eucaristia na comunidade São Pedro

07/04 – Sábado

“No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando perfumes que haviam preparado”.(Lc.24,1)

09h Confissão comunitária dos enfermos na comunidade N. Sra. Graças – Pe. Aloísio
16h Confissão Comunitária para jovens na comunidade I. Conceição – Pe. Aloísio
18h Bênção do fogo e Círios na comunidade São Pedro, procissão das Luzes para a Igreja, missa e procissão do Santíssimo – Pe. Aloísio

08/04 – Domingo

“E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém”. (At.10,39)

07h Celebração de Páscoa na comunidade São Pedro
08h30 Missa de Páscoa na comunidade Menino Jesus – Pe. Aloísio
10h Missa de Páscoa na comunidade Imaculada Conceição – Pe. Aloísio
18h Missa de Páscoa na comunidade São Pedro, procissão da vitória Nossa Senhora, Bênção do Santíssimo – Pe. Aloísio

ANIVERSÁRIO DA PARÓQUIA

10/04 – Terça-feira

19h30 – 1º dia do Tríduo em comemoração ao aniversário da Paróquia Sagrada Família – Pe. Alex

11/04 – Quarta-feira

19h30 – 2º dia do Tríduo em comemoração ao aniversário da Paróquia Sagrada Família – Pe. Odilon

12/04 – Quinta-feira

19h30 – 3º dia do Tríduo em comemoração ao aniversário da Paróquia Sagrada Família – Dom Odilon

13/04 – Sexta-feira

19h30 – Festa de aniversário da Paróquia Sagrada Família – Pe. Aloísio Vieira

Eucaristia é o sacramento da unidade, diz Bento XVI

Bento16Lavapes“O objetivo próprio e último da transformação eucarística é a nossa transformação na comunhão com Cristo. A Eucaristia tem em vista o homem novo, com uma novidade tal que assim só pode nascer a partir de Deus e por meio da obra do Servo de Deus”.

A afirmação é do papa Bento XVI feita na homilia da missa da Ceia do Senhor, que presidiu hoje, na Basílica de São João de Latrão. Nesta missa, que abre o Tríduo Pascal, recorda-se a instituição da eucaristia e do sacerdócio ministerial e o mandamento do amor. Durante a cerimônia, recorda-se o gesto de Jesus que, na última ceia, lavou os pés de seus apóstolos.

Bento XVI ressaltou que a eucaristia é sacramento da unidade. “Ela chega até ao mistério trinitário, e assim cria, ao mesmo tempo, a unidade visível. Digamo-lo uma vez mais: a Eucaristia é o encontro pessoalíssimo com o Senhor e, no entanto, não é jamais apenas um ato de devoção individual; celebramo-la necessariamente juntos. Em cada comunidade, o Senhor está presente de modo total; mas Ele é um só em todas as comunidades”, disse.

Veja a homilia na íntegra

Amados irmãos e irmãs!
«Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de padecer» (Lc 22, 15): com estas palavras Jesus inaugurou a celebração do seu último banquete e da instituição da sagrada Eucaristia. Jesus foi ao encontro daquela hora, desejando-a. No seu íntimo, esperou aquele momento em que haveria de dar-Se aos seus sob as espécies do pão e do vinho. Esperou aquele momento que deveria ser, de algum modo, as verdadeiras núpcias messiânicas: a transformação dos dons desta terra e o fazer-Se um só com os seus, para transformá-los e inaugurar assim a transformação do mundo. No desejo de Jesus, podemos reconhecer o desejo do próprio Deus: o seu amor pelos homens, pela sua criação, um amor em expectativa. O amor que espera o momento da união, o amor que quer atrair os homens a si, para assim realizar também o desejo da própria criação: esta, de fato, aguarda a manifestação dos filhos de Deus (cf. Rm 8, 19). Jesus deseja-nos, aguarda-nos. E nós, temos verdadeiramente desejo d’Ele? Sentimos, no nosso interior, o impulso para encontrá-lo? Ansiamos pela sua proximidade, por nos tornarmos um só com Ele, dom este que Ele nos concede na sagrada Eucaristia? Ou, pelo contrário, sentimo-nos indiferentes, distraídos, inundados por outras coisas? Sabemos pelas parábolas de Jesus sobre banquetes, que Ele conhece a realidade dos lugares que ficam vazios, a resposta negativa, o desinteresse por Ele e pela sua proximidade. Os lugares vazios no banquete nupcial do Senhor, com ou sem desculpa, há já algum tempo que deixaram de ser para nós uma parábola, tornando-se uma realidade, justamente naqueles países aos quais Ele tinha manifestado a sua proximidade particular. Jesus sabia também de convidados que viriam sim, mas sem estar vestidos de modo nupcial: sem alegria pela sua proximidade, fazendo-o somente por costume e com uma orientação bem diversa na sua vida. São Gregório Magno, numa das suas homilias, perguntava-se: Que gênero de pessoas são aquelas que vêm sem hábito nupcial? Em que consiste este hábito e como se pode adquiri-lo? Eis a sua resposta: Aqueles que foram chamados e vêm, de alguma maneira têm fé. É a fé que lhes abre a porta; mas falta-lhes o hábito nupcial do amor. Quem não vive a fé como amor, não está preparado para as núpcias e é expulso. A comunhão eucarística exige a fé, mas a fé exige o amor; caso contrário, está morta, inclusive como fé.

Sabemos pelos quatro Evangelhos, que o último banquete de Jesus, antes da Paixão, foi também um lugar de anúncio. Jesus propôs, uma vez mais e com insistência, os elementos estruturais da sua mensagem. Palavra e Sacramento, mensagem e dom estão inseparavelmente unidos. Mas, durante o último banquete, Jesus sobretudo rezou. Mateus, Marcos e Lucas usam duas palavras para descrever a oração de Jesus no momento central da Ceia: eucharistesas e eulogesas – agradecer e abençoar. O movimento ascendente do agradecimento e o movimento descendente da bênção aparecem juntos. As palavras da transubstanciação são uma parte desta oração de Jesus. São palavras de oração. Jesus transforma a sua Paixão em oração, em oferta ao Pai pelos homens. Esta transformação do seu sofrimento em amor possui uma força transformadora dos dons, nos quais agora Jesus Se dá a Si mesmo. Ele no-los dá, para nós e o mundo sermos transformados. O objetivo próprio e último da transformação eucarística é a nossa transformação na comunhão com Cristo. A Eucaristia tem em vista o homem novo, com uma novidade tal que assim só pode nascer a partir de Deus e por meio da obra do Servo de Deus.

A partir de Lucas e sobretudo de João, sabemos que Jesus, na sua oração durante a Última Ceia, dirigiu também súplicas ao Pai – súplicas que, ao mesmo tempo, contêm apelos aos seus discípulos de então e de todos os tempos. Nesta hora, queria escolher somente uma súplica que, segundo João, Jesus repetiu quatro vezes na sua Oração Sacerdotal. Como O deve ter angustiado no seu íntimo! Tal súplica continua sem cessar sendo a sua oração ao Pai por nós: trata-se da oração pela unidade. Jesus diz explicitamente que tal súplica vale não somente para os discípulos então presentes, mas tem em vista todos aqueles que hão de acreditar n’Ele (cf. Jo 17, 20). Pede que todos se tornem um só, «como Tu, ó Pai, estás em Mim, e Eu em Ti, que eles também estejam em nós, para que o mundo acredite» (Jo 17, 21). Só pode haver a unidade dos cristãos se estes estiverem intimamente unidos com Ele, com Jesus. Fé e amor por Jesus: fé no seu ser um só com o Pai e abertura à unidade com Ele são essenciais. Portanto, esta unidade não é algo somente interior, místico. Deve tornar-se visível; tão visível que constitua para o mundo a prova do envio de Jesus pelo Pai. Por isso, tal súplica tem escondido um sentido eucarístico que Paulo pôs claramente em evidência na Primeira Carta aos Coríntios: «Não é o pão que nós partimos uma comunhão com o Corpo de Cristo? Uma vez que existe um só pão, nós, que somos muitos, formamos um só corpo, visto participarmos todos desse único pão» (1 Cor 10, 16-17). Com a Eucaristia, nasce a Igreja. Todos nós comemos o mesmo pão, recebemos o mesmo corpo do Senhor, e isto significa: Ele abre cada um de nós para além de si mesmo. Torna-nos todos um só. A Eucaristia é o mistério da proximidade e comunhão íntima de cada indivíduo com o Senhor. E, ao mesmo tempo, é a união visível entre todos. A Eucaristia é sacramento da unidade. Ela chega até ao mistério trinitário, e assim cria, ao mesmo tempo, a unidade visível. Digamo-lo uma vez mais: a Eucaristia é o encontro pessoalíssimo com o Senhor, e no entanto não é jamais apenas um ato de devoção individual; celebramo-la necessariamente juntos. Em cada comunidade, o Senhor está presente de modo total; mas Ele é um só em todas as comunidades. Por isso, fazem necessariamente parte da Oração Eucarística da Igreja as palavras: «una cum Papa nostro et cum Episcopo nostro». Isto não é um mero acréscimo exterior àquilo que acontece interiormente, mas expressão necessária da própria realidade eucarística. E mencionamos o Papa e o Bispo pelo nome: a unidade é totalmente concreta, tem nome. Assim, a unidade torna-se visível, torna-se sinal para o mundo, e estabelece para nós mesmos um critério concreto.

São Lucas conservou-nos um elemento concreto da oração de Jesus pela unidade: «Simão, Simão, Satanás reclamou o poder de vos joeirar como ao trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos» (Lc 22, 31-32). Com pesar, constatamos novamente, hoje, que foi permitido a Satanás joeirar os discípulos visivelmente diante de todo o mundo. E sabemos que Jesus reza pela fé de Pedro e dos seus sucessores. Sabemos que Pedro, que através das águas agitadas da história vai ao encontro do Senhor e corre perigo de afundar, é sempre novamente sustentado pela mão do Senhor e guiado sobre as águas. Mas vem depois um anúncio e uma missão. «Tu, uma vez convertido…». Todos os seres humanos, à exceção de Maria, têm continuamente necessidade de conversão. Jesus prediz a Pedro a sua queda e a sua conversão. De que é que Pedro teve de converter-se? No início do seu chamamento, assombrado com o poder divino do Senhor e com a sua própria miséria, Pedro dissera: «Senhor, afasta-Te de mim, que eu sou um homem pecador» (Lc 5, 8). Na luz do Senhor, reconhece a sua insuficiência. Precisamente deste modo, com a humildade de quem sabe que é pecador, é que Pedro é chamado. Ele deve reencontrar sem cessar esta humildade. Perto de Cesareia de Filipe, Pedro não quisera aceitar que Jesus tivesse de sofrer e ser crucificado: não era conciliável com a sua imagem de Deus e do Messias. No Cenáculo, não quis aceitar que Jesus lhe lavasse os pés: não se adequava à sua imagem da dignidade do Mestre. No horto das oliveiras, feriu com a espada; queria demonstrar a sua coragem. Mas, diante de uma serva, afirmou que não conhecia Jesus. Naquele momento, isto parecia-lhe uma pequena mentira, para poder permanecer perto de Jesus. O seu heroísmo ruiu num jogo mesquinho por um lugar no centro dos acontecimentos. Todos nós devemos aprender sempre de novo a aceitar Deus e Jesus Cristo como Ele é, e não como queríamos que fosse. A nós também nos custa aceitar que Ele esteja à mercê dos limites da sua Igreja e dos seus ministros. Também não queremos aceitar que Ele esteja sem poder neste mundo. Também nos escondemos por detrás de pretextos, quando a pertença a Ele se nos torna demasiado custosa e perigosa. Todos nós temos necessidade da conversão que acolhe Jesus no seu ser Deus e ser-Homem. Temos necessidade da humildade do discípulo que segue a vontade do Mestre. Nesta hora, queremos pedir-Lhe que nos fixe como fixou Pedro, no momento oportuno, com os seus olhos benévolos, e nos converta.

Pedro, o convertido, é chamado a confirmar os seus irmãos. Não é um fato extrínseco que lhe seja confiado este dever no Cenáculo. O serviço da unidade tem o seu lugar visível na celebração da sagrada Eucaristia. Queridos amigos, é um grande conforto para o Papa saber que, em cada Celebração Eucarística, todos rezam por ele; que a nossa oração se une à oração do Senhor por Pedro. É somente graças à oração do Senhor e da Igreja que o Papa pode corresponder ao seu dever de confirmar os irmãos: apascentar o rebanho de Cristo e fazer-se garante daquela unidade que se torna testemunho visível do envio de Jesus pelo Pai.

«Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa». Senhor, Vós tendes desejo de nós, de mim. Tendes desejo de nos fazer participantes de Vós mesmo na Sagrada Eucaristia, de Vos unir a nós. Senhor, suscitai também em nós o desejo de Vós. Reforçai-nos na unidade convosco e entre nós. Dai à vossa Igreja a unidade, para que o mundo creia. Amém.