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Até o Papa tem pecados, diz Francisco em audiência no Vaticano

Multidão enfrenta chuva para ouvir e ver o Papa
Multidão enfrenta chuva para ouvir e ver o Papa

Do G1 | O Papa Francisco disse nesta quarta-feira (29) que a Igreja Católica não é uma organização criada por um grupo de pessoas, mas é “obra de Deus”, que está composta de pastores e fiéis com seus “defeitos e pecados”, e que “até o Papa tem pecados… e muito”, mas Deus sempre os perdoa.

Diante de mais de 100 mil pessoas sob chuva, o Papa argentino celebrou na Praça de São Pedro, no Vaticano, a tradicional audiência das quartas, cuja catequese dedicou à Igreja e ao “projeto de Deus” de que todos os homens sejam uma única família e “sintam-se a família de Deus”.

“Neste projeto, encontra suas raízes a Igreja, que não é uma organização nascida do acordo de algumas pessoas, mas, como nos recordou tantas vezes o Papa Bento XVI, é obra de Deus”, disse.

O Papa disse que a Igreja nasce do desejo de Deus de chamar todos os homens à comunhão como ele, à sua amizade, a “sair do individualismo, da tendência a se fechar em si próprios, e a formar parte de sua família”.

Ele lembrou que, no entanto, muitas pessoas dizem: “Cristo sim, Igreja não”, “creio em Deus, mas não nos sacerdotes”; mas assegurou que é a Igreja quem leva os homens a Cristo e a Deus.

“Com certeza, os que a compõem -padres e fiéis- têm defeitos, imperfeições e pecados”, disse. “Também o Papa tem muitos pecados, mas quando nos damos conta desse pecado, encontramos a misericórdia de Deus. Deus sempre perdoa. Não nos esqueçamos disso.”

Alguns teólogos destacam que a “humilhação” do pecado “permite ver algo mais belo”, disse.

O Papa também disse que Deus criou o homem para que viva em profunda relação com Ele e que, inclusive, “quando o pecado rompe essa relação, Deus não nos abandona”.

“Toda a história da salvação é a história de Deus que busca o homem, lhe oferece seu amor e o acolhe”, disse o Papa, que acrescentou que a Igreja nasce do “gesto de supremo de amor da cruz, das costas abertas de Jesus, de que saíram sangue e água, símbolos dos sacramentos da eucaristia e do batismo”.

Francisco também disse que a Igreja se manifestou quando o Espírito Santo “tocou o coração dos apóstolos e os impulsionou a anunciar o Evangelho, difundindo o amor”.

A audiência foi vista por fiéis de vários países, como Espanha, El Salvador, Equador, Honduras, Peru, Argentina e México, a quem o Papa convidou a viver a fé “não só como um dom e um ato pessoal, mas como resposta à chamada de Deus para viver juntos, sendo a grande família dos convocados por Ele”.

Segunda fumaça preta

Conclave13032013Às 11h38 minutos de Roma (7h38 de Brasília) desta quarta-feira, 13 de março, da chaminé da Capela Sistina ainda saiu fumaça preta. A Praça São Pedro estava lotada de fiéis que aguardavam o êxito das votações dessa manhã. Isso significa que ainda não foi eleito o novo pontífice.

Espera-se que a próxima fumaça deve sair entre o início e o fim da tarde de hoje. Isso porque considera-se a possibilidade de o papa ser eleito ainda no primeiro escrutínio da tarde. Caso isso ocorra, já poderá haver fumaça por volta das 16h de Roma (12h de Brasília). Não havendo consenso entre os cardeais, as cédulas só serão queimadas após novo escrutínio, o que deve ocorrer após as 18h (15h de Brasília).

No início da manhã, os 115 cardeais celebraram missa na Capela Paulina do Vaticano, seguindo depois para a Capela Sistina, onde um novo momento de oração antecedeu o reinício ao processo eleitoral, que só se concluirá quando for obtida a maioria de dois terços dos votos (77 neste caso). A legislação prevê quatro escrutínios por dia, dois de manhã e dois de tarde. O segundo sufrágio tem início “imediatamente depois” do primeiro, caso este tenha sido inconclusivo.

As formalidades previstas para o início de cada bloco de votações preveem o juramento de cada cardeal bem como o sorteio de três escrutinadores, revisores e dos responsáveis pela recolha dos votos de eleitores que estejam doentes. Após o cumprimento destas exigências, os eleitores preenchem o boletim de voto que tem impressas as palavras ‘eligo in summum pontificem’ (elejo como sumo pontífice) e um espaço em branco para ali escreverem, secretamente, o nome do cardeal preferido.

Se as votações da manhã não tiverem sucesso, os cardeais regressam por volta das 12h30 à Casa de Santa Marta, no Vaticano, onde almoçam. Neste local, os cardeais estão também proibidos de qualquer contato com o exterior e vão ver apenas os responsáveis pelos serviços de limpeza, alimentação e segurança, para além dos condutores dos veículos que fazem o percurso entre a Casa de Santa Marta e o Palácio do Vaticano, todos eles sujeitos a juramento de segredo, sob pena de excomunhão.

Às 16h os prelados voltam à Capela Sistina, prevendo-se que os escrutínios comecem às 16h50. Caso os sufrágios tenham sido inconclusivos, os eleitores recitam a oração de Vésperas às 19h15, e regressam, 15 minutos depois, à Casa de Santa Marta, na qual residem durante o Conclave. Se a eleição do novo Papa ocorrer, a fumaça branca deverá ser confirmada pelo toque dos sinos, aguardando-se que entre a aceitação da eleição pelo novo Papa e o seu aparecimento público na varanda central da Basílica de São Pedro decorram uns 50 minutos.