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E eles nem prestaram atenção nas leituras III: Arquidiocese e Ordem Carmelita lamentam ato de violência em BH

(ACI).- A Arquidiocese de Belo Horizonte e a Ordem do Carmo divulgaram neste 28 de janeiro um comunicado oficial lamentando e condenando os incidentes ocorridos no domingo passado, 26 de janeiro, na Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, na Zona Sul da cidade, quando um grupo de pessoas impediu de forma agressiva a celebração de uma Missa.

Segundo os manifestantes, a confusão foi provocada para evitar a suposta ‘remoção’ do religioso carmelita Cláudio Van Balen. A celebração, que iria ser presidida pelo pároco da Igreja, Frei Evaldo Xavier Gomes, em ação de graças por sua recente eleição como prior da Província Carmelitana de Santo Elias ocorreria às 11:00 da manhã, horário em que normalmente celebra o frade holandês.

O dono da Igreja #SQN

Há muitos anos em sua ação pastoral e em diversas interversões públicas Frei Van Balen tem defendido o aborto, o casamento homossexual, o fim do celibato sacerdotal, a mudança radical da estrutura hierárquica da Igreja, assim como o divórcio, a homossexualidade e apresentou uma constante aproximação ideológica de cunho marxista, condenada há anos pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, às lutas e protestos populares. Isso por que ele é muito bom padre a ponto de cometer tamanhas heresias ensinando aos “fiéis” como deve ser a igreja. Triste.

Outro exemplo de sua heterodoxia, o religioso holandês, querido por tantos pelas suas posturas liberais, modifica os textos da Sagrada Escritura e a própria estrutura litúrgica dos sacramentos, como pode ele modificar a Bíblia, palavra de Deus? além de dar a comunhão a divorciados em segunda união ou pessoas publicamente em situações irregulares. Para seus seguidores, estas atitudes mostram a abertura ao mundo moderno que a Igreja toda deveria ter.

Manifestantes incoerentes

Para afastar ainda mais a alegação de que o Pe. Van Balen estava sendo removido ou condenado, o próprio estava convidado a participar como concelebrante, mas rejeitou, e segundo seus seguidores, divulgou por e-mail que seus superiores tinham decidido sua remoção da paróquia causando intrigas para envia-lo a Lagoa Santa, município da Zona Metropolitana de Belo Horizonte.

Carmelitas e Arquidiocese de BH

O comunicado conjunto dos Carmelitas e da Arquidiocese de BH afirma que os incidentes ocorridos configuram “desacato à Igreja de Belo Horizonte e ao novo provincial carmelita” e informa que “diante dos acontecimentos, define-se pela suspensão por tempo indeterminado da Missa celebrada aos domingos, às 11h, na igreja Nossa Senhora do Carmo”.

Sacerdote e assessor canônico e jurídico da CNBB, frei Evaldo Xavier, foi eleito prior provincial da Província Carmelitana de Santo Elias durante o capítulo provincial, no dia 22 de janeiro, em Belo Horizonte (MG).

O fato

A reação imediata da Arquidiocese e da Ordem foi gerada pela intensa agressividade com que uma centena de manifestantes impediram, aos gritos de “esta Igreja é de Frei Claudio”, a celebração no templo. Houve gritos, xingamentos, palavrões, bate-boca, invasão do presbitério, e tentativas de bater nos fies que queriam participar da missa, incluindo um grupo de crianças.

Veja o vídeo do ato absurdo AQUI

As tentativas de iniciar a celebração foram frustradas pela ação dos manifestantes que tomaram o presbitério e batiam no altar. O pároco, Frei Evaldo, começou a rezar o terço de joelhos diante da imagem de Nossa Senhora do Carmo junto com os fiéis, mas os seguidores de Frei Claudio tentaram impedir também o ato de oração multiplicando as vaias, gritando palavrões e batendo com força inúmeras vezes com as mãos no altar.

Até mesmo Polícia Militar tentou intervir, mas o pároco pediu sua retirada,  pois a situação poderia piorar.

Afastamento?

A suposta saída de Frei Claudio da paróquia, caso venha a ser confirmada pelas autoridades competentes, longe de ser uma anomalia constitui um prática comum na Igreja e a transferência ou remoção de clérigos esta prescrita no Código de Direito Canônico, nos cânones 190 a 196. Além de se tratar de um religioso que fez votos de obediência.

Por sua parte, Frei Evaldo Xavier afirmou que em toda sua vida sacerdotal jamais presenciou uma atitude tão agressiva e sectária como esta, que quebra a comunhão que deve reinar na Igreja.

Depois de impedir a celebração eucarística, o grupo de inconformados ainda discutiu dentro da igreja quais seriam as próximas atitudes a serem tomadas quanto aos protestos e cogitam até em pressionar o Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, para deixar o frade na Igreja que, segundo eles ‘é dele e de ninguém mais’.

Ainda há cristãos em BH

Diante da lamentável situação, fiéis da arquidiocese mineira criaram uma fanpage para solidarizar-se com as medidas tomadas pela Arquidiocese de Belo Horizonte e a Ordem do Carmo. O endereço é: www.facebook.com/euapoiofreievaldo.

O comunicado

Leia a seguir, na íntegra, o comunicado da Arquidiocese e da Ordem Carmelita:

Comunicado – Paróquia Nossa Senhora do Carmo

A Arquidiocese de Belo Horizonte e a Província Carmelitana de Santo Elias – responsável pela Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Sion – lamentam os incidentes ocorridos no último domingo, que gravemente prejudicaram a Celebração da Santa Missa às 11h, configurando desacato à Igreja de Belo Horizonte e ao novo provincial carmelita.

Diante dos acontecimentos, define-se pela suspensão por tempo indeterminado da Missa celebrada aos domingos, às 11h, na igreja Nossa Senhora do Carmo.

As igrejas devem ser sempre local de paz e fraternidade, de respeito e de fé, ambiente que favorece o encontro com Deus.

E eles nem prestaram atenção nas leituras II: confusão na Igreja do Carmo em BH

Navegando pela internet encontrei um vídeo da  trágica confusão dos que se dizem fiéis na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Sion, Belo Horizonte.

Abaixo segue a leitura realizada na liturgia de domingo, que eles se quer ouviram, pois preferiram tripudiar dentro da casa de Deus a ouvir sua palavra. Depois veja o vídeo.

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 1,10-13.17

10Irmãos, eu vos exorto,
pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo,
a que sejais todos concordes uns com os outros
e não admitais divisões entre vós.
Pelo contrário, sede bem unidos e concordes
no pensar e no falar.
11Com efeito, pessoas da família de Cloé
informaram-me a vosso respeito, meus irmãos,
que está havendo contendas entre vós.
12Digo isto, porque cada um de vós afirma:
‘Eu sou de Paulo’; ou: ‘Eu sou de Apolo’;
ou: ‘Eu sou de Cefas’; ou: ‘Eu sou de Cristo’!
13Será que Cristo está dividido?
Acaso Paulo é que foi crucificado por amor de vós?
Ou é no nome de Paulo que fostes batizados?
17De fato, Cristo não me enviou para batizar,
mas para pregar a boa nova da salvação,
sem me valer dos recursos da oratória,
para não privar a cruz de Cristo da sua força própria.
Palavra do Senhor.

“Acaso Cristo está dividido?” Com toda a certeza não. Mas seus seguidores, ou ao menos se intitulam assim, sim. Estão divididos. Uma confusão entre dois grupos de fiéis impediu que a missa das 11h fosse realizada normalmente na Igreja Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desse domingo.

O impasse

Os comentários estão abertos para que vocês opinem sobre esse fato.

E eles nem prestaram atenção nas leituras: confusão entre fiéis interrompe a Santa Missa em BH

Com um liturgia tão bonita quanto a de ontem, domingo (26/01), os fiéis se quer ouviram quanto mais entenderam. Cada vez mais a discórdia é implantada no seio da Igreja. Leia a segunda leitura que fez parte da liturgia de ontem. Atentem para a exortação de Paulo. 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 1,10-13.17

10Irmãos, eu vos exorto,
pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo,
a que sejais todos concordes uns com os outros
e não admitais divisões entre vós.
Pelo contrário, sede bem unidos e concordes
no pensar e no falar.
11Com efeito, pessoas da família de Cloé
informaram-me a vosso respeito, meus irmãos,
que está havendo contendas entre vós.
12Digo isto, porque cada um de vós afirma:
‘Eu sou de Paulo’; ou: ‘Eu sou de Apolo’;
ou: ‘Eu sou de Cefas’; ou: ‘Eu sou de Cristo’!
13Será que Cristo está dividido?
Acaso Paulo é que foi crucificado por amor de vós?
Ou é no nome de Paulo que fostes batizados?
17De fato, Cristo não me enviou para batizar,
mas para pregar a boa nova da salvação,
sem me valer dos recursos da oratória,
para não privar a cruz de Cristo da sua força própria.
Palavra do Senhor.

“Acaso Cristo está dividido?” Com toda a certeza não. Mas seus seguidores, ou ao menos se intitulam assim, sim. Estão divididos. Uma confusão entre dois grupos de fiéis impediu que a missa das 11h fosse realizada normalmente na Igreja Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desse domingo. 

O impasse

De acordo com a reportagem da Itatiaia a missa foi impedida de ser celebrada porque dois grupos de fiéis brigaram dentro da casa de Deus. Isso mesmo. Parte dos fiéis que lotavam o local não gostou da substituição do frei Cláudio, tido como mais moderno e bastante popular, pelo frei Evaldo, pároco. Diante a troca, um grupo gritava e protestava durante a missa, enquanto outro em resposta rezava em apoio ao novo pároco da igreja.

De acordo com a a rádio, os fiéis contra a decisão de troca do sacerdote, disseram que a substituição aconteceu sem qualquer aviso prévio, o que revoltou os “admiradores” de frei Cláudio.

“O frei Evaldo suspendeu essa hora da missa das 11h do frei Cláudio sem avisar a ninguém. O pessoal vem cá para assistir a missa do frei Cláudio e não encontra o frei Cláudio. Encontra aquela igreja esquisita, cheia de cores e de poderes. Era para não vir ninguém aqui. Não foi aceito esse ato autoritário”, disse o fiel Jonas Vilela Carvalho.

Recorrência

Essa foi a segunda confusão na Igreja Nossa Senhora do Carmo em menos de um mês. No dia 1º de janeiro, até a Polícia Militar foi chamada para controlar uma discussão entre os defensores dos freis Cláudio e Evaldo. Naquela oportunidade, foram registradas agressões físicas contra alguns fiéis e contra o próprio frei Cláudio.

Opinião

Fico muito triste quando vejo isso. Quando dividem o que não é para ser dividido. É sempre bom lembrar que a Igreja possui hierarquia e que essa deve ser respeitada. Caso haja abuso de poder, há meios corretos para denunciar. Agora, causar tanto dano a igreja assim é no mínimo obra do coisa ruim. Não se deixem usar por ele.

12Digo isto, porque cada um de vós afirma:
‘Eu sou de Paulo’; ou: ‘Eu sou de Apolo’;
ou: ‘Eu sou de Cefas’; ou: ‘Eu sou de Cristo’!
13Será que Cristo está dividido? (São Paulo aos Coríntios)

Arquidiocese de BH celebra o início das obras da Catedral Cristo Rei

nuncio BHGraças aos gestos concretos de solidariedade e doação, um momento histórico foi vivido durante o dia 7 de abril – Domingo da Misericórdia: o início das obras de edificação da Catedral Cristo Rei. A solenidade começou com Missa campal, presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello, e concelebrada pelo arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo, bispos-auxiliares, além de sacerdotes da arquidiocese de Belo Horizonte. O evento estendeu-se até a tarde de domingo, com momentos de oração e atividades voltadas para as famílias, como brincadeiras para as crianças, exames de pressão arterial e salão de beleza.

Durante a Missa, dom Giovanni D’Aniello, que pela primeira vez visitou a arquidiocese de Belo Horizonte, falou com alegria dessa experiência e agradeceu a dom Walmor pela oportunidade. “Durante as visitas, testemunhei como esta Igreja oferece aos carentes a esperança de Cristo Ressuscitado”, sublinhou. O Núncio disse que vai apresentar ao Papa Francisco a força das comunidades de fé da Arquidiocese de Belo Horizonte. “Contarei que aqui tem uma comunidade forte, viva, que vai sustentar com orações o seu ministério petrino”.

Ao recordar das importantes iniciativas de inclusão social e ajuda aos mais necessitados que conheceu na Arquidiocese, dom Giovanni D’Aniello ressaltou que a Catedral Cristo Rei reunirá as diversas pastorais, os meios de comunicação e o Memorial Arquidiocesano. Lembrou que uma semana antes do Domingo da Misericórdia, os fiéis testemunham o nascimento da Igreja, por meio da Páscoa, para dizer, referindo-se à Catedral, que no dia 7 de abril de 2013 todos testemunharam o início de uma igreja, fonte de comunhão.

Inspirado pela Liturgia do Dia, o Núncio Apostólico explicou que a comunhão e a solidariedade são leis universais e ensinou que Cristo é o ponto de referência. “Em Cristo, se constrói a comunhão, sacramento que coloca o homem em comunhão com Deus e, consequentemente, com outros homens”. Dom Giovanni concluiu sua homilia manifestando o desejo que de que a Catedral Cristo Rei, brevemente, torne-se lugar para a vivência da comunhão fraterna. “Que Nossa Senhora da Piedade nos ampare”, suplicou.

Ao se despedir dos fiéis, dom Giovanni D’Aniello citou a seguinte frase de Santo Agostinho: “tarde te conheci, tarde te amei”. Em seguida, a adaptou para homenagear a capital mineira: “Belo Horizonte, tarde te conheci, tarde te amei”. Foi bastante aplaudido pelos cerca de 5 mil fiéis que acompanharam a Celebração Eucarística.

Após a celebração, o arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo abençoou os operários que trabalharão nas obras da Catedral Cristo Rei e seus equipamentos. Dom Walmor afirmou que a Catedral Cristo Rei “será a casa de homens e mulheres de Deus”. Lembrou-se daqueles que ajudaram e ajudam a Arquidiocese de Belo Horizonte nesta caminhada rumo à Catedral. “São muitos nomes que estão no coração de Deus, da nossa Arquidiocese e no nosso”.

O Arcebispo sublinhou que a Catedral Cristo Rei acolherá especialmente os pobres e sofredores, “para que a Igreja continue a importante tarefa de fazer, de todos, discípulos e discípulas de Deus”. Depois, pediu a proteção de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais, e a condução de São José, patrono das obras da Catedral, para os trabalhos de edificação.

Diversas autoridades participaram da solenidade. O governador de Minas, Antonio Anastasia, disse que a Catedral Cristo Rei será lugar de fé e esperança. Dirigindo-se ao Núncio Apostólico, pediu que leve uma saudação especial ao Papa Francisco e o convide para que visite Minas Gerais. Já o prefeito da capital, Márcio Lacerda, ressaltou a importância da Catedral Cristo Rei “para que a fé, a solidariedade e a fraternidade sejam vividas de modo ainda mais intenso”.

As igrejas de Niemeyer

Na noite de ontem o arquiteto Oscar Niemeyer faleceu. Ele estava internado a semanas e sua saúde não era muito boa. Morreu as 104 anos e deixou um legado arquitetônico enorme. Entre muitas obras várias igrejas. Leia a matéria.

Ministério da educação – O arquiteto Oscar Niemeyer é uma daquelas personalidades que não misturam as convicções pessoais com os compromissos de trabalho. Ateu, ele é autor de dezenas de projetos que incluem catedrais, igrejas e capelas construídas em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e até no exterior, em países como Argélia e Alemanha. Somente na capital da República, o carioca de Laranjeiras projetou sete monumentos: Capela Nossa Senhora da Alvorada, Igreja Nossa Senhora de Fátima, Capela do Palácio do Jaburu, Igreja Apostólica Ortodoxa Antioquino de Brasília, Catedral Santa Maria dos Militares Rainha da Paz, Capela do Anexo IV da Câmara dos Deputados e Catedral Metropolitana de Brasília. Esta última é famosa no mundo inteiro e tornou-se um dos cartões-postais da cidade e do Brasil.

As sete belezas do maior nome da arquitetura brasileira estarão presentes no livro As igrejas de Oscar Niemeyer, com outras criações de mesma magnitude, entre elas, composições que não chegaram a sair dos croquis.  O livro reúne imagens em cores das construções, projeções, esboços e relatos da vida do arquiteto expostos por ele mesmo. Na obra, Oscar Niemeyer conta, aos 103 anos de idade, como aceitou dar vida a edificações voltadas para cultos sagrados.

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, ano passado, Niemeyer destacou a sua intenção ao publicar um livro contendo apenas criações arquitetônicas religiosas, falou sobre os comentários de ser o ateu mais religioso do Brasil e adiantou quais serão seus próximos trabalhos.

Originalidade

Para o professor do Departamento de Arquitetura da Universidade de Brasília (UnB), José Carlos Coutinho, o título do livro de Niemeyer, por si só, já é surpreendente. “A surpresa é que, mesmo sendo ateu, comunista e materialista, ele ainda assim é pai de vários monumentos dotados de espiritualidade. Sinal de que a própria Igreja se rende ao que ele projeta. Niemeyer é um criador autêntico e ele se orgulha dessa originalidade”, acredita o docente.

O traço de Niemeyer também impressiona quem não é especialista em arquitetura. “Não sei explicar como ele consegue fazer obras voltadas à religião. Só pode ser uma coisa divina. Tudo que ele desenhou tem um sentimento dele”, acredita a auxiliar de serviços gerais Thaís Miranda Jesus, 30 anos. Moradora da Ceilândia, ela costuma frequentar a Catedral Santa Maria dos Militares (Rainha da Paz), no Eixo Monumental. “Assim como ele (Oscar), eu não tenho religião, mas quando entro aqui, sinto paz”, resume.

Assim como Thaís, a vendedora Josyleide Pereira Santos, 39 anos, diz sentir-se em casa quando entra na Igreja Nossa Senhora de Fátima, mais conhecida como Igrejinha, construída na 307/308 Sul. “Não há diferença alguma se ela foi feita por um religioso ou um descrente em religião. O que importa é que a igreja traz uma sensação de tranquilidade, foi muito benfeita e tem um certo requinte. Eu acho que ela tem um design diferente”, descreveu a moradora de Sobradinho. Desenhado por Niemeyer, o espaço ganhou formas que, de longe, já identificam a autoria da obra. “Os traços dele são marcantes, não tem como errar ao dizer de quem é a obra”, afirma o auxiliar administrativo Fernando Andrade, 27 anos.

Perguntas para Oscar Niemeyer

Por que o senhor decidiu publicar um livro que conta apenas com as igrejas cujos projetos são de sua autoria?
Acredito que o público vai constatar, numa obra produzida com muito capricho, como um arquiteto, ao longo de um bom tempo, se dedicou a um tema que o entusiasma desde jovem (desde a Pampulha), havendo projetado cerca de três dezenas de templos religiosos. Nada incomum. Na apresentação que escrevi, tento esclarecer o que para muitos é um paradoxo: o fato de um arquiteto comunista, descrente das coisas religiosas, ter-se voltado com tamanha fidelidade ao tema.

Qual é a abrangência das duas obras, do livro e da revista?
Esse duplo lançamento já é por si mesmo um ponto de atração. Ambas as publicações chamam a atenção para as minhas obras recentes já a caminho de sua execução. E tratam-se de projetos que me agradam em particular, como é o caso da nova catedral desenhada para Belo Horizonte, que, espero, irá agradar tanto quanto a de Brasília.

Qual é a igreja projetada pelo senhor que, pessoalmente, lhe parece a mais interessante?
Prefiro não destacar nenhuma delas. É claro que tenho um carinho todo especial pela igrejinha de São Francisco de Assis, na Pampulha (em Belo Horizonte). Afinal, foi um dos meus primeiros trabalhos — como único arquiteto responsável.

Há quem diga que o senhor é o ateu mais religioso e espiritualista do Brasil?
Acho que sim. Lembro-me bem do que um núncio apostólico (representante diplomático permanente da Santa Sé que exerce o posto de embaixador) falou sobre a Catedral de Brasília, louvando a possibilidade de os crentes olharem pelos vidros transparentes desse templo os espaços infinitos onde acreditam estar o Senhor.

Como consegue passar tanta espiritualidade nos monumentos que projetou, mesmo sendo um ateu?
Acredito que essa mensagem seja assimilada pelo público não em razão de uma fé que não possuo, mas em virtude do meu cuidado em realizar uma obra capaz de exprimir a minha busca da beleza, inseparável do meu interesse pela surpresa arquitetural. Fico sempre contente em saber que as minhas igrejas causam agrado e o espanto necessário.

Arquidiocese de Belo Horizonte inaugura presépio na Praça da Liberdade

O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, inaugura, juntamente com os bispos auxiliares dom Joaquim Mol, dom Luiz Gonzaga Fechio, dom Wilson Angotti e dom João Justino, o presépio de Natal do Palácio Cristo Rei, nesta quinta-feira, às 19h. Durante a solenidade, será realizado um momento de oração, com apresentação de cânticos.

O presépio do Palácio Cristo Rei estará aberto à visitação das 7h às 23h. O endereço é Praça da Liberdade, 263, bairro Funcionários.

Gesto de amor: Idosa de 95 anos é carinhosamente adotada por vizinhos

Idosa conta com a ajuda dos vizinhos para ir ao banco pagar contas, fazer compras, limpar a casa, tomar remédios ou mesmo para bater um papo (Beto Novaes/EM/D.A Press. )
Idosa conta com a ajuda dos vizinhos para ir ao banco pagar contas, fazer compras, limpar a casa, tomar remédios ou mesmo para bater um papo

Estado de Minas – Solidão é palavra que nunca existiu na vida de Maria de Lourdes Pereira de Jesus – ainda mais agora, na plenitude dos 95 anos. Mesmo solteira, sem filhos e sobrinhos ou alguém próximo que carregue o seu sobrenome, ela vive com a casa cheia, tem sempre alguém para fazer as compras, ajudar na limpeza doméstica, dar o remédio na hora certa, pagar as contas no banco ou simplesmente bater um papo. Moradora do Bairro São Marcos, na Região Nordeste, a aposentada, nascida numa fazenda em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e que chegou à capital aos “vinte e poucos anos”, levanta as mãos para o céu e abre o sorriso ao se referir aos vizinhos: “Eles são minha família. Nas minhas orações, peço a Deus por todos, que nunca lhes falte o pão de cada dia”, afirma, rodeada de afeto e consideração. E, claro, de muitas histórias. Com grande lucidez e bom humor, dona Maria, como é conhecida, é também testemunha de outros tempos de Belo Horizonte: “Era uma cidade sem ônibus, com jipes, bondes e tranquilidade”.

Na sala da casa modesta, mas bem arrumada e com quadros e imagens de santos, principalmente de São José, já que ela nasceu no dia do santo, em 19 de março, dona Maria mostra que é vaidosa. Na manhã de sábado, estava de unhas feitas, num tom lilás, cabelos bem penteados e vestido colorido. Pela pontinha da barra da saia deu para ver que usava anágua arrematada com renda bege claro. “Amo a vida e vou passar dos 100 anos. Não há segredo para chegar a tanto, só quero mesmo é saúde”, afirma, de mãos dadas com os gêmeos Luiz Carlos, técnico de enfermagem, e Carlos Alberto Alves da Silva, estudante, de 27, que moram em frente. Apoiada na bengala, conta que gostaria de subir e descer a ladeira de sua rua, como fazia antes, sem medo de cair.

De uma família de 13 irmãos, todos falecidos, dona Maria não voltou mais à terra natal, pois sente muitas saudades dos pais, Ana e Joaquim. “Eles morreram quando eu era jovem. Sofri tanto que ia ao cemitério, em Teófilo Otoni, todos os dias, para acender velas. O que vou fazer lá sem eles?”, pergunta com um sentimento tão profundo que a voz se cala para dar espaço às lágrimas. Mas o carinho dos gêmeos fala mais alto e ela se recompõe, lembrando-se da infância. “Papai era lavrador, adorava tocar viola, trabalhava na fazenda do meu padrinho, Nascimento Neiva. Vivíamos na roça, tomando banho de rio, colhendo frutas no pé e verduras na horta, brincando sem perigo.”

Os anos se passaram e vieram tempos mais difíceis. Com a perda dos pais, a menina Maria de Lourdes foi trabalhar em casa de família, até que chegou a Belo Horizonte, no fim da década de 1930, acompanhando a conterrânea Alda Figueiredo, mulher de dono de farmácia. Famosa no passado pelo clima favorável a quem tinha problemas pulmonares e respiratórios, a capital foi indicada ao casal, na tentativa de ajudar a curar os sérios problemas de asma de Alda. “Moramos na Rua Padre Marinho, no Bairro Santa Efigênia, por 10 anos. Depois que dona Alda morreu, fui morar na casa das cunhadas dela, no Bairro Padre Eustáquio. Eu olhava as crianças, cozinhava, fazia de tudo. Hoje não tenho mais notícias deles. Os filhos dessas mulheres viajaram para o Rio de Janeiro e São Paulo.”

JANELAS ABERTAS 

Impressionante ver que dona Maria tem memória prodigiosa, recorda-se de nomes inteiros e datas. “Tem tanto para a gente lembrar…”, afirma, sem saudosismo. É de meados do século passado que vêm as lembranças mais fortes de BH. “Hoje, a cidade está estranha, com muitos carros. A violência tomou conta. Antes não havia ladrão desse jeito. As pessoas podiam pôr as cadeiras nas calçadas para conversar, e, nas noites de calor, as janelas dos quartos ficavam abertas. Falta respeito.”

Trabalhar sim, rezar mais ainda. Namorar, não. O certo mesmo é que não apareceu nenhum pretendente para a moça do interior já bem adaptada à capital. “Nunca namorei, nunca beijei. Beijo, só mesmo do papai”, conta dona Maria, que, brincando, conta que é 100% virgem. “Casar não me fez a menor falta. Sempre fui feliz e ainda tenho uma família grande. Marido para quê?”, pergunta.

Ao lado, a professora Maria de Lourdes Dias Moreira Batista, a Lourdinha, residente do outro lado da rua, conta que conhece dona Maria desde garotinha. “Meu marido, Wilton, nossos filhos, Danilo, de 21, e Danielly, de 20, e eu colocamos até uma janela estratégica para ficarmos de olho e atentos. Se acontecer alguma coisa, temos que agir rapidinho, pois ela mora sozinha. Wilton troca lâmpadas, conserta o chuveiro, dá um jeito em tudo”, diz a xará, que se reveza com outras vizinhas nas refeições e demais atividades. “Só mesmo quando dona Maria está mais cansada é que trazemos comida. Geralmente, ela gosta de cozinhar.” Luiz Carlos lembra que, por ser técnico de enfermagem, já aplicou injeção na amiga, enquanto Carlos Alberto está sempre alerta no período de chuvas. “Ela tem pavor a relâmpagos e tempestade de granizo. Acho que é o único medo de dona Maria”, diz o estudante, lembrando que a idosa é querida, pois faz o bem. “Há muitos velhos abandonados, maltratados, sem ninguém. Temos prazer em estar ao lado dela.”

A porta da casa está sempre aberta aos amigos, o telefone fica ao lado da cama para as emergências. “A gente faz o que pode, pois é uma pessoa ótima, de bom coração, que se preocupa com as famílias e com nossos filhos. Sempre ajudou todo mundo aqui da rua e vizinhança. Ela merece nosso carinho”, diz a dona de casa Sílvia Maria da Silva, mãe de Cirineu Fabrício e Diego, encarregada de dar os remédios, atualmente reduzidos aos de pressão, colesterol e cálcio. A declaração de Sílvia tem o aval das amigas Mariana Gomes Barros, natural de Itambacuri, Jaci Rosa Rodrigues, que a visita sempre com os bisnetos Samuel, de 5, e Sara, de 3, do casal José Maria Alves da Silva (que considera um “anjo da guarda”) e Gláucia Grigório, presentes com as filhas Lavínia e Larissa, e Gleice Maria de Castro. “De vez em quando ela puxa até nossa orelha se bobearmos na educação dos filhos e netos”, confessa Jaci Rosa.

Religiosa e festeira

“Quem planta colhe”, resume Maria de Lourdes Ferreira, de 82 anos. Essa outra xará tem uma característica: foi escolhida para ser madrinha de crisma de dona Maria. Quando entra pela porta, a afilhada diz imediatamente “‘bença’, madrinha”. Nesse momento, a senhora de 95 anos e sete meses conta que foi registrada já bem adulta, depois que o batistério foi localizado pelo ex-patrão Geraldo Pereira, na Igreja do Bom Jesus, em Teófilo Otoni.

Pelo visto, são muitas as Maria de Lourdes em volta da mulher, nascida em 1917, que recebe aposentadoria por invalidez (problema de coluna) e tem usufruto da casa, deixada por seus antigos patrões Geraldo Pereira e Irene. “Neste bairro havia um sítio deles. Eles me deixaram viver aqui nesta casinha até o fim dos meus dias”, lembra dona Maria, que morou com os patrões por alguns anos em Morro Vermelho, em Caeté, na Grande BH, lugar do qual tem as melhores lembranças.

A casa da Rua Calvário, no São Marcos, tem quintal com árvores frutíferas, folhagens e uma mesa sob uma coberta que lembra um altar. “Trata-se de uma pessoa católica, de fé imensa em Deus, em Nossa Senhora Aparecida e em São José, que vai à missa na Igreja de São Benedito, na Paróquia de São Marcos, e às festas afro”, conta Lurdinha. A referência a São José é a deixa para os gêmeos falarem que o aniversário é supercomemorado. “Eu bebo até um pouquinho de vinho”, confessa dona Maria, marcando a dose na metade do dedo indicador. “Considero todo mundo filho e neto”, orgulha-se, com ares de matriarca.

E os planos para o futuro? Sem titubear, dona Maria avisa que deseja ter forças. “Viver é bom. Viver é bom, até o dia que Deus quiser. A melhor hora do dia é quando acordo e abro os olhos. Por isso, não gosto muito do quarto, prefiro a cozinha.” Mas sonhos sempre existem e a idosa revela o seu: “Quero muito conhecer o nosso arcebispo dom Walmor. Ele é bonito. Seria uma honra recebê-lo em minha casa.” A admiração é tanta que dona Maria mantém um quadro com o retrato do arcebispo na sala e faz questão de posar, junto com Luiz Carlos e Carlos Alberto, sob a foto do chefe da Cúria.

Pessoa e economia verde

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte

É uma convicção incontestável a importância de cuidar do verde e de se investir em ideias que gerem valor. Mais importante ainda é situar bem no centro dessas ideias a pessoa humana. Sem essa centralidade há sempre o risco de se obter avanços pouco significativos. Também será mais difícil atingir metas ousadas no contexto das urgências sociais e políticas desse tempo.

Ora, os graves problemas ecológicos exigem uma mudança efetiva de mentalidade levando as pessoas a adotarem novos estilos de vida. Se não houver uma evolução nesse caminho, não se avançará a passos largos em nenhuma das direções apontadas por ideias inteligentes. Só a pessoa detém a propriedade de buscar o verdadeiro, o belo e o bom, com a capacidade de gerar comunhão com o outro, influenciando, consequente e determinantemente, sobre as opções de consumo, poupança e investimentos.

Fica claro que se a economia verde se pautar simplesmente na lógica do lucro não será possível alcançar os resultados que a realidade contemporânea está urgindo. O comportamento de cada pessoa é determinante para desacelerar o processo de esgotamento dos recursos naturais, exigindo da sociedade contemporânea a revisão de conceitos sobre produção e consumo.

É óbvia a importância da tecnologia e da inovação.  Tem o seu lugar próprio o lucro. Contudo, não pode ser a força que preside todos os processos sob pena de impedir aberturas e compreensões que permitam situar e respeitar a centralidade da pessoa. É indispensável alavancar a ciência da sustentabilidade com uma antropologia assentada em princípios e valores consistentes para evitar decepções nas expectativas e nos compromissos de governos, empresas e todos os segmentos que são decisivos nos rumos da sociedade.

A rentabilidade, capítulo dessa questão, o respeito às leis e o arcabouço complexo dos engenhos técnicos e estratégicos devem ter como raiz e horizonte uma antropologia que considera a pessoa como referência central. É preciso evitar relativizações perigosas e altamente prejudiciais à vida, que deve ser respeitada em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio com a morte natural.

É necessária uma antropologia que impulsione o desabrochamento de uma autêntica espiritualidade. Nesse sentido, é importante compreender, admitir e viver a vida como dom, relacionando-se com a natureza, bem da criação para todos, segundo lógicas permeadas pelo sentido de gratuidade. A natureza deve ser tratada como poderoso recurso social que pode alavancar, equilibradamente, um desenvolvimento humano integral.

É interpelador saber que a atividade econômica não resolverá todos os problemas sociais. A lógica mercantil não é suficientemente forte para isso. O agir mercantil não pode seguir, neste caso, um caminho distante que desconhece a força do agir político. A centralidade de cada pessoa evoca uma cidadania capaz de produzir energias morais indispensáveis para se garantir a busca da sustentabilidade na justiça.

Este é o olhar para a hermenêutica do documento final da Conferência Rio+20 e dos clamores da Cúpula dos Povos. Um olhar emoldurado por uma adequada antropologia para o caminho proposto. Com a autoridade e configuração, por exemplo, da antropologia cristã, fica enfraquecido o volume significativo das presenças, nações e dirigentes, passíveis de desculpas. Todos devem assumir as metas necessárias e mais corajosas. Assim, com o passar do tempo, a Rio+20 poderá ser considerada o grande evento mundial.

A economia verde, concebida à luz da centralidade de cada pessoa, deve ser agora uma grande força de princípios no enfrentamento da crise vivida pela civilização atual. Adverte bem o Santo Padre Bento XVI, na Encíclica Caritas in Veritate, quando diz que é urgente repensar nossa relação com a natureza, dada por Deus como ambiente de vida. Desejamos o exercício de um governo responsável para guardar a natureza, fazê-la frutificar e cultivá-la, com formas novas e tecnologias avançadas.

Maquete da Catedral Cristo Rei, que foi abençoada pelo papa, será apresentada aos fiéis

maquete_catedralA maquete da Catedral Cristo Rei, que está sendo construída em Belo Horizonte (MG), e que fez parte da exposição “O esplendor da verdade, a beleza da caridade”, vai ser apresentada em Belo Horizonte nesta terça-feira, 14. Em breve a maquete estará nas paróquias da arquidiocese de Belo Horizonte, para que todos possam conhecer detalhes da Catedral Cristo Rei.

Ao ver a maquete no ano passado, o papa Bento XVI demonstrou entusiasmo. “É muito bom que ainda hoje existam pessoas com coragem para construir igrejas capazes de acolher tanta gente”, disse Bento XVI.

O papa ficou muito feliz ao saber que o serviço pastoral da Igreja metropolitana de Belo Horizonte terá na Catedral Cristo Rei um grande centro. “Com as pessoas próximas agiliza e melhora o serviço da Igreja”, comentou o Sumo Pontífice.

A primeira Missa com a maquete da Catedral Cristo Rei será celebrada hoje, 14, às 20h, no Ginásio do Colégio Pio XII. O endereço é Rua Alvarenga Peixoto, 1679, Santo Agostinho.

Dom João Justino ordenado bispo auxiliar para Belo Horizonte

Dom_JustinoA Arquidiocese de Belo Horizonte celebrou no último sábado (11/02) a ordenação episcopal do seu novo bispo auxiliar, dom João Justino de Medeiros Silva. A cerimônia ocorreu na Catedral de Santo Antônio, em Juiz de Fora/MG, e foi presidida pelo arcebispo metropolitano da capital mineira, dom Walmor Oliveira de Azevedo. Co-presidiram a celebração o arcebispo de Juiz de Fora, dom Gil Antônio Moreira, e o arcebispo emérito, dom Clóvis Frainer, OFMCap.

Em sua homilia, dom Walmor falou da alegria de receber mais um auxiliar em sua arquidiocese, fazendo uma analogia com a figura de João Batista. “Veio para dar testemunho da luz a fim de que todos pudessem ver. Testemunho da luz que é Deus. Um modelo para o caminho missionário de dom João Justino”. Também participaram da cerimônia os bispos auxiliares de Belo Horizonte, dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, dom Luiz Gonzaga Fechio e dom Wilson Luís Angotti Filho.

O novo bispo auxiliar fez em sua mensagem ao final da missa uma recordação de sua trajetória na Igreja da capital mineira, já que o dia de sua ordenação também era celebrado os 91 anos da arquidiocese.  O início do Ministério Episcopal de dom João Justino será no dia 25 de fevereiro, com uma missa celebrada no Santuário São Judas Tadeu – bairro da Graça, em Belo Horizonte.

Ecos de uma profecia

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte – MG

A beleza das decorações ou as alegrias das confraternizações do Natal devem enraizar-se no mais recôndito do coração humano. A preparação para o Natal é um caminho interior para dar sustento e consistências aos caminhos da vida e às vicissitudes que desafiam a existência humana cotidianamente. Sabiamente, a Igreja Católica na sua liturgia do tempo do Advento inclui na proclamação da Palavra de Deus a profecia de Isaías. Os ecos dessa sua profecia têm forças indicativas indispensáveis.

Trata-se de uma profecia que cultiva a inclinação para ouvi-la em razão de ressoar a sua voz com uma singular plenitude. É ímpar a beleza com que Isaías anuncia o Messias, Um anúncio com força de interpretação do  presente indicando caminhos novos e a premência de novos propósitos assumidos em âmbito pessoal para configurar e sustentar um tempo novo sempre esperado por todos em cada etapa da história. A profecia tem, pois, força de interpelação. Necessária quando se considera o congelamento de consciências e a naturalidade de certas posturas advindas de arriscadas relativizações de valores e de compromissos cidadãos.

Isaías atuou na história de Israel na segunda metade do século 8 a.C. Historicamente, profetizou quando a poderosa Assur se preparava para conquistar a Síria e a Palestina, tendo assistido a queda do reino de Israel e de Samaria, vendo com os próprios olhos a extrema desolação de Jerusalém. Portanto, um tempo de derrocadas e desolações, morais e na infraestrutura dessas sociedades. Sua palavra torna-se um forte sinal de esperança. Seus discursos ganharam uma admirável contundência na ordem interna da sociedade, situando bem o contexto político mais global e incidindo sobre a conduta moral de cada cidadão, mostrando, com argumentos incontestáveis, o quanto este valor tem força definidora nos rumos da sociedade, levando-a a conquistas ou a derrocadas.

Seu discurso atingia assim uma amplitude jamais vista. Essa amplitude é força educativa indispensável para que uma sociedade supere seus descompassos e consiga fixar seu horizonte emoldurado por razões que não incluem a mesquinhez, a desonestidade, a ganância e a luxúria. O enfrentamento deste embate não pode prescindir das referências morais com suas raízes em tradições e fontes sapienciais. O profeta ajuda uma sociedade perdida a assumir a convicção de que seus desastres advêm da imoralidade e a restauração de sua força brotará sempre da busca de uma conduta ilibada.

O profeta, pois, educa a consciência moral do povo e mostra-lhe que ela é o sustentáculo de suas conquistas, de sua recomposição e a dinâmica de superação de suas incontáveis fragilidades gerando descompassos e pesando sobre os próprios ombros. A derrocada moral dos chefes, a regra de um jogo em que vale tudo e qualquer coisa situa o povo num exílio que traz amarguras. Também faz perder a independência, alimenta as ilusões dos números e das posses, tendo como resultado a projeção em ruínas de todos extremamente enfraquecidos no seu poder que um dia pareceu inabalável e inexpugnável.

A profecia tem, então, como meta a correção desta obstinação que cega impedindo de fixar o olhar noutro alguém. Seu anúncio messiânico convida a encontrar a realidade nova que está visível no coração desse tempo indicando que o novo não virá do simples poder e das posses, mas da simplicidade amorosa da manifestação de Deus. Anuncia assim que ‘um broto vai surgir do tronco seco… das velhas raízes um ramo brotará’. O sinal será dado pelo próprio Deus, pois ‘eis que a jovem conceberá e dará à luz um filho e lhe porá o nome de Emanuel’.

Isaías, entendido de política internacional, e à luz dela interpreta com autoridade os acontecimentos, traz ao povo o único caminho possível, no encontro com o Messias, na força de sua presença, para a superação de tudo o que desfigura uma sociedade que foi poderosa. Um povo que foi forte, de reis imbatíveis agora exilados.

Essa presença, do Messias, Cristo Jesus, o Menino Deus do Natal, é a única fonte com força para incidir na conduta de cada um fazendo de todos capazes. Uma sociedade diferente da lógica que Deus chama de mãos sujas de sangue, dos que, gananciosamente, ajuntam casas a casas, emendando terreno com terreno, diz o profeta Isaías, até não sobrar espaço para mais ninguém, tornando-se donos de tudo.

Na verdade, o profeta revela onde estão as raízes dos males que afligem o povo. Comprova que o povo anda para trás porque abandonou o seu Senhor, na pretensão de ser dono. A vinda do Messias, o Cristo Salvador, tempo de uma nova aliança, traz os ecos da profecia como convite: “Lavai-vos, limpai-vos, tirai das minhas vistas as injustiças. Parai de fazer o mal e aprendei a fazer o bem. Buscai o que é correto, defendei o direito, fazei justiça. Natal é busca do novo pela força dos ecos de uma profecia.

Tudo pronto para o 13º Congresso Nacional da Pastoral Familiar

logo_congrressoBHBelo Horizonte acolhe as famílias brasileiras, vinda dos 17 Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nos dias 19 a 21, para o 13º Congresso Nacional da Pastoral Familiar. Cerca de 800 participantes estão inscritos, entre bispos, coordenadores regionais, diocesanos e assessores eclesiásticos da Pastoral Familiar; coordenadores nacionais dos Movimentos e Serviços Familiares, e agentes de Pastoral Familiar das dioceses de todo o Brasil.

No dia 19, haverá o 9º Seminário dos Assessores da Comissão Nacional da Pastoral Familiar. O encontro que antecede ao 13º Congresso Nacional da Pastoral Familiar é destinado aos casais e assessores eclesiásticos da Pastoral Familiar do Brasil, e terá como tema os Desafios e possibilidades da família no limiar do novo milênio “30 anos da Familiaris Consortio”.

As assessorias do 9º Seminário dos Assessores da Comissão Nacional da Pastoral Familiar ficarão a cargo do bispo diocesano de Camaçari (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, dom João Carlos Petrini; e de dom Joaquim Justino Carreira, membro da mesma Comissão.

A abertura oficial do Congresso Nacional da Pastoral Familiar será às 18h no Teatro Topázio, no Minascentro (Av. Augusto de Lima,785 – Centro) em  Belo Horizonte. Com o tema “Família Pessoa e Sociedade”, e o lema “Somos cidadãos e membros da família de Deus” o Congresso pretende ser um momento de formação, partilha e experiências, com o propósito de “alicerçar” o trabalho da Pastoral Familiar no Brasil.

A programação completa do Congresso está disponível no endereço http://congressonacionalpf.blogspot.com.    

Bento XVI completa seis décadas de sacerdócio

Papa comera seis décadas de sacerdócio

No dia de São Pedro, dia 29/06, o Papa Bento XVI vai completar 60 anos de sacerdócio. Bento receberá neste dia uma homenagem composta de mais de 60 artistas de todo o mundo.

O Brasil será representado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que devido à idade e saúde não muito boa, não poderá comparecer a cerimônia. Ele será representado pela maquete de sua obra, a Catedral de Belo Horizonte.

Arquidiocese de BH realiza exposição “Mostra Arte Sacra Recuperada”

Quem passar por BH neste mês de junho e julho, não pode perder a chance de conhecer o Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte.

Composto pelo Arquivo Arquidiocesano, Inventário do Patrimônio, Centro de Divulgação e Promoção Religiosa o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra realiza, de 3 de junho a 29 de julho, de 14h às 16h,  exposição de 242 peças de Arte Sacra, resgatadas pela Polícia Civil com o apoio do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.

Estas peças passaram no Museu por um minucioso trabalho de conservação. Algumas  estavam desaparecidas há 40 anos. A exposição servirá também para que as paróquias, congregações que tiveram objetos sacros roubados de seus acervos possam fazer o reconhecimento das peças.

Os objetos que não forem reivindicados pelos legítimos proprietários permanecerão na guarda do Memorial da Arquidiocese.

Serviço: 

 A exposição estará aberta ao público de terça à sexta-feira.

 Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte

Praça Duque de Caxias, 200 – Bairro Santa Tereza.

Fonte Arquidiocese de BH

Via Sacra virtual

A Via Sacra é a reprodução do caminho percorrido por Cristo no dia de sua crucificação. Nós católicos fazemos memória deste sofrimento de Cristo, em 15 estações. Agora a Arquidiocese de BH, seguindo a orientação do Papa de evangelizarmos pelos meios de comunicação, em especial a internet, lançou a Via Sacra Virtual.

O hotsite da Via Sacra Virtual faz com que o internauta   reflita sobre os quinze momentos da caminhada rumo a Cruz que Jesus que fez. Confira e ore também:

Via Sacra Virtual

Dom Luiz Gonzaga Fechio é ordenado bispo auxiliar de Belo Horizonte

A Catedral de São Carlos Borromeu, em São Carlos, interior de São Paulo, foi o local escolhido para a ordenação episcopal do bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Luiz Gonzaga Fechio. Bispos de várias dioceses, padres, diáconos, autoridades e fieis lotaram a catedral para a missa de ordenação, que foi presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor de Oliveira Azevedo.

No dia 19 de janeiro, o papa Bento XVI nomeou o então padre da paróquia dos Santos Anjos, da diocese de São Carlos, Luiz Gonzaga Fechio. Nestes dois meses, a diocese de São Carlos viveu a expectativa de ver a 11º ordenação episcopal de um padre nascido na cidade paulista.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, durante a celebração, lembrou que no mesmo dia 19, é comemorado o dia de São José, patrono da Igreja. Disse que o bispo, seguindo o exemplo de São José, deve exercer a paternidade e a irmandade. “Nosso ministério, a exemplo de José na sua paternidade, é a tarefa missionária de edificar a realeza de Cristo”. Dirigindo-se a dom Luiz Fechio, o arcebispo disse: “Vamos juntos edificar esta realeza de Cristo na arquidiocese de Belo Horizonte”. Dom Walmor ainda lembrou que a paternidade característica do ministério episcopal permite compreender que “a realeza em Cristo não é dominação, nem poder. É serviço”.

A celebração foi concluída com um pronunciamento de dom Luiz Gonzaga. O bispo pediu para que todos, especialmente aqueles que fazem parte da diocese de São Carlos e da arquidiocese de Belo Horizonte, orem por ele. “A graça que recebi não é um ponto de chegada, não é para que eu a guarde comigo, é para que o Senhor me use para distribuir muitas graças, principalmente ao pequeno”. Dom Luiz pediu a proteção de Deus, de São José e, em especial, Nossa Senhora da Piedade. “Que Nossa Senhora, que hoje lembro como Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais, me carregue em seu colo”, disse.

“Pela Graça de Deus” é o lema escolhido por dom Luiz Fechio para seu episcopado. O início das atividades do bispo auxiliará arquidiocese de Belo Horizonte será em abril.

Leia a íntegra da mensagem do bispo auxiliar de Belo Horizonte, dom Luiz Gonzaga Fechio.

Fonte CNBB

Imagem CNBB