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A polêmica da cf 2021 e o diálogo pastoral

Há uma semana a Campanha da Fraternidade 2021 tem gerado uma polêmica muito grande entre nós católicos. O cisma que vive a nação parece ter atingindo a Igreja no Brasil. Só parece? Ele já existe há mais tempo que podemos imaginar.

Procurei ler e ouvir os vários lados sobre essa polêmica. E chego apenas a uma conclusão:

A Igreja no Brasil precisa olhar para dentro de si e conversar entre si. O diálogo pastoral é suprimido pelos estatutos e certezas de cada movimento, pastoral e serviço.

Recordo da primeira campanha ecumênica. Em uma formação dada em minha Diocese, as pastorais não se entendiam. RCC de uma lado, PJ, Pastoral da Saúde, CEBs de outro. Vicentinos sem saber onde iam e abrindo seu estatuto. E assim por diante. E no fim, o que ocorreu foi passar o estudo como obrigação quaresmal. Como vivência do Cristo na sociedade nada foi adiante. E a assim tem sido desde então. Não só nas campanhas ecumênicas, mas em todas.

Se falamos dos idosos, os esquecemos logo em seguida. Falar sobre índios é desnecessário, muitos bradam, pois vivem na cidade. Outros sobre o meio ambiente. Sobre acessibilidades nem temos rampas em nossos altares. Sobre a juventude, deixamos o insonso Setor Juventude substituir a pastoral e no fim no há mais movimento.

A incoerência para nós católicos começa aí. Nos preocupamos demais em defender nossos mundinhos, nossas pastorais, serviços e movimentos. Esquecemos que o mundo precisa de nós como lâmpada.

A CF 2021 faz alertas grandiosos sobre a inclusão, violência e questões sociais que precisamos sim debater. Isso não significa que vamos mudar a Tradição da Igreja. Precisamos viver mais como Cristo. Precisamos lembrar do samaritano, da samaritana, Nicodemos, Zaqueu e tantos outros.

Falar sobre as fobias sociais contemporâneas e iluminar soluções é o nosso papel. Nos trancamos nos templos e sonhamos com o paraíso sem sequer tentar construir ele aqui. Lâmpada não estamos sendo.

Parabenizo a CNBB pelo esforço em contribuir com o ecumenismo, mas saliento que precisa se curar também. Unificar a Igreja e seus movimentos. Há muito não dialogamos internamente como se deve.

Para quem quiser ler mais sobre o tema sugiro os artigos:

Então irmãos, não é tempo de briga, mas de unificação.

Marquione Ban

CONIC se manifesta contra o Projeto 234/201, vulgo “Cura Gay”

CONIC | A diretoria do CONIC esteve reunida no último dia 18 de junho. Entre os vários pontos de pauta, foram discutidos os diferentes Projetos que tramitam no Congresso e que, de maneira direta ou indireta, estão baseados em conteúdos religiosos. Um dos Projetos analisados foi o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 234/2011, que tem como objetivo a suspensão da resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP), de 1999, que estabelece normas de atuação para os profissionais da psicologia em relação à questão de orientação sexual.

As orientações do Conselho Federal de Psicologia fundamentam-se no argumento central de que a sexualidade é base constitutiva da identidade humana e, como tal, não é perversão e nem doença. Conforme declarações feitas no site da ONU Brasil no dia 17/05/2012, a OPAS (Organização Panamericana de Saúde) e a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmam que “serviços que se propõem a ‘curar’ homossexuais carecem de justificativa médica e representam uma grave ameaça à saúde e ao bem-estar das pessoas afetadas.” Ainda conforme Mirtes Periago, diretora da OPAS/OMS, “a homossexualidade não é um transtorno nem requer cura. Em consequência, não existe indicação médica para a mudança de orientação sexual.”

A maioria dos que defendem o PDC 234/2011 utilizam-se de argumentos religiosos. Neste sentido, enquanto Conselho Nacional de Igrejas, manifestamo-nos contrários a este Projeto Lei.

Consideramos que o PDC 234/2011 é discriminatório e reforça a prática de violência contra a população homoafetiva. A sexualidade, como bem afirma o Conselho Nacional de Psicologia, a Organização Mundial da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde não é doença e nem perversão. Ela é uma das dimensões da identidade humana.

Esta proposta atenta contra direitos humanos básicos de vida e convivência em uma sociedade que se diz democrática e num estado que por definição é laico.

A função social da religião é a de conectar as pessoas, desenvolver palavras e ações de reconciliação e acalmar a violência. Todas as formas de exclusão estão em contradição com os princípios religiosos. O amor vence o medo e cria vida plena. Como igrejas cristãs, somos chamadas a anunciar o amor, a solidariedade e a justiça para todos, especialmente os grupos mais vulneráveis. Deus é amor incondicional.

O cristianismo nasce e se desenvolve como comunidade inclusiva. Muitos textos do Evangelho ressaltam o convívio entre culturas e formas de vida distintas.

É mandato cristão amar incondicionalmente e conviver com as diferenças como expressão do desejo criador de Deus e da prática de Jesus.

Infelizmente leituras fundamentalistas/literalistas da Bíblia contribuem para a violência, preconceito e exclusão. Como cristãos e cristãs, precisamos desafiar essas leitura e produzir hermenêuticas e práticas que enfatizem as atitudes inclusivas de Jesus e das primeiras comunidades.

TODOS sempre significam TODOS: Eu vim para que TODOS tenham vida e vida em abundância (Jo 10.10).

Portanto, nos unimos aos grupos e pessoas que se posicionam contrários à aprovação deste Projeto.

Nosso país precisa de projetos e políticas capazes de sanar a dor, a violência e a crescente desigualdade social, provocadas pela concentração de riquezas. Como Igrejas cristãs do movimento ecumênico, sentimos o forte chamado para a promoção de uma sociedade diferente, com um Estado que esteja a serviço do povo, onde se afirmem a solidariedade, a justiça e o respeito aos direitos humanos.

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil

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Só para lembrar a vocês que a CNBB é membro do CONIC. Dúvidas clique AQUI ou veja aí em baixo às Igrejas que assinam a nota, uma vez que são membros do CONIC.

Igreja Católica Apostólica Romana – ICAR
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB
Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia – ISOA
Igreja Presbiteriana Unida – IPU

REJU lança nota contra o projeto de lei “Cura Gay”

A REJU – Rede Ecumênica de Juventude -, entidade ligada ao CONIC, Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil, lançou nota contrária ao projeto “Cura Gay” (como a mídia o intitulou). A título de informação, o Conic é vinculado a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, afinal a Igreja Católica é membro do conselho.

Leia:

CONIC | A Rede Ecumênica da Juventude (REJU) vem a público manifestar seu repúdio ao Projeto de Lei 234/11 recentemente aprovado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, sob autoria do deputado João Campos (PSDB-GO) e relatoria do deputado Anderson Ferreira (PR-PE), ambos vinculados à “Bancada evangélica”.

Este projeto, que vem sendo chamado de “Cura Gay”,pretende suspender a resolução do  Conselho Federal de Psicologia (CFP), de 1999, que proibiu @s profissionais da psicologia de realizarem terapia para alterar a orientação sexual. Uma vez que a orientação sexual não é considerada uma doença, mas, sim, uma variação da sexualidade humana.

A REJU, um espaço de debate e mobilização em torno dos direitos da juventude, tem em seus eixos de atuação o enfrentamento às intolerâncias, como a lesbofobia, transfobia e homofobia. Por estar neste debate, sentimos a necessidade de vir a publico, como jovens de diferentes experiências e tradições religiosas, para marcarmos nosso compromisso com o reconhecimento da diversidade sexual como um direito humano, algo também sinalizado no texto do Estatuto da Juventude aprovado no Senado Federal.

Somos contráriás ao projeto de “Cura Gay” (PL 234/11), porque:

1) O amor em suas diversas formas de expressão não pode ser considerado uma doença, e sim uma dimensão da vida, que precisa ser valorizada como direito fundamental do indivíduo que o pratica. Precisamos curar o ódio, a violência e as intolerâncias, atitudes estas que assistimos serem naturalizadas cotidianamente, sobretudo, contra pessoas subalternizadas pelos modelos heteronormativos que imperam na sociedade atual;

2) A homo, lesbo, transfobia são realidades presentes na sociedade atual, que resultam em distintas violências, cometidas especialmente contra jovens. Algo que foi sinalizado no “Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: o ano de 2011” (clique aqui). Os dados são preocupantes. De janeiro a dezembro de 2011 foram denunciadas 6.809 violações de direitos humanos contra LGBTs, desses, 69% dos casos são violações contra jovens de 15 a 29 anos. Considerar a orientação sexual de uma pessoa como uma patologia implica no estímulo à violência (física e simbólica) que sofrem cotidianamente a população LGBT, uma vez que discursos de ódio (presentes até mesmo na prática religiosa) são empregados, a todo o tempo, contra essas pessoas;

3) Permitir que a ‘Cura Gay’ (PL 234/11) seja instrumentalizada como enriquecimento de pessoas e instituições que de forma falseada irão oferecer os processos terapêuticos de “Cura Gay”, em sua maioria com finalidade ‘religiosas,’ é um retrocesso, porque atinge diretamente a integridade de pessoas LGBT. Tais processos também atingiriam, diretamente, a legitimidade das psicopatologias e das ciências psicológicas e psiquiátricas;

4) O projeto “Cura Gay” – posta em votação sob a influência do poder arbitrário do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), partícipe da chamada “Bancada evangélica” – fere gravemente o principio de laicidade do Estado brasileiro e os Direitos Humanos. O Estado laico garante (ou deveria) a não imposição de concepções particulares (como de uma determinada religião) para o espaço público. Assim, há um profundo respeito pelas distintas confissões religiosas, mas suas concepções privadas não podem ser elevadas à categoria de universal e de orientadoras das políticas públicas.

Além disso, a Constituição Federal (1988), afirma em seu primeiro título que:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Assim, a REJU julga que o Projeto de Lei 234/11 (“Cura Gay”) se constrói de maneira discriminatória e, consequentemente, inconstitucional. Por isto, desejamos que as outras Comissões que analisarão o projeto na Câmara dos Deputados não se furtem em manifestar-se firmemente contra tal iniciativa, sendo guiadas pela jurisprudência e, especialmente, pela Constituição Federal. Essa é nossa esperança, que a boa política prevaleça acima de qualquer tentativa de barganha que possa influenciar e favorecer o retrocesso na garantia de direitos.

Para além dos termos constitucionais, julgamos justa apenas a promoção do amor e da liberdade, e sobre tais pilares firmamos nossos pés, nossa luta e nossa fé.

Rede Ecumênica da Juventude (REJU)

Pastora Romi Bencke é a nova secretária geral do CONIC

Reunida em Brasília entre os dias 30 de julho e 1° de agosto, a diretoria do CONIC concluiu o processo de seleção para a Secretaria Geral. Por unanimidade, foi escolhida como a nova secretária geral da entidade a pastora luterana (IECLB) Romi Márcia Bencke, conhecida no meio religioso e social por seu destacado papel em organizações ecumênicas, em especial, e por sua identificação com as lutas em favor de uma sociedade mais justa.

Romi, que é a primeira mulher a assumir a Secretaria, tem uma ampla vivência ecumênica, que inclui, entre outras experiências, o trabalho junto ao CECA – Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria, em São Leopoldo (RS), e a atuação nas comissões de elaboração da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010, além da colaboração na Comissão Teológica do CONIC.

Natural de Horizontina (RS), formada em teologia, é casada e, ultimamente, tem concentrado suas energias em trabalhos nas áreas de gênero e pastoral. “Acolhemos a pastora Romi e desejamos um ótimo trabalho à frente da Secretaria Geral do CONIC, especialmente neste ano que o Conselho comemora seus 30 anos de fundação”, afirmou o 1° vice-presidente do CONIC, dom Francisco de Assis.

Para Romi, o desafio de ficar à frente da Secretaria Geral é bastante motivador. “Fiquei muito feliz quando soube da escolha, afinal, este é um cargo de muita responsabilidade, e que nos permite atuar de forma ainda mais plena em favor da unidade das Igrejas, do ecumenismo, seja por meio de projetos em benefício da sociedade, ou por meio de ações de mobilização, como a Semana de Oração, Conferência da Paz, entre outras. Enfim, nosso comprometimento será com o fortalecimento do CONIC”, disse.

Escolhido tema da SOUC 2013: “O que Deus exige de nós?”

“O que Deus exige de nós?”. Este será o tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC), edição 2013. Inspirado em Mq 6:6-8, o material foi preparado pelo Movimento de Estudantes Cristãos da Índia, com a consultoria da Federação de Universidade Católica de toda a Índia e do Conselho Nacional de Igrejas na Índia.

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), por sua vez, já se encarregou de produzir todo o material que será utilizado por igrejas e movimentos ecumênicos no Brasil.

SOUC 2012

Na celebração deste ano, foram adquiridos pelos grupos ecumênicos do Brasil e Igrejas cristãs, cerca de 13 mil livretos da Semana de Oração. Para 2013, o objetivo é que mais pessoas possam celebrar esta data.

Novo site

A nova diretoria do CONIC lançou, no último domingo, dia 5 de agosto, o novo site do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil. Totalmente reformulado, com design arrojado e bem interativo, o espaço será dedicado à divulgação de notícias da entidade e de atividades ecumênicas realizadas Brasil afora. Vale lembrar que o lançamento do novo site se dá no ano em que o Conselho comemora 30 anos de existência.

Ao navegar pelo site, o internauta poderá replicar tudo aquilo que leu em suas redes sociais, pois foi criado um mecanismo que permite compartilhar o conteúdo ali disponível instantaneamente. Também poderá deixar comentários nas suas notícias favoritas. Além disso, o site conta com páginas inteiramente dedicadas à Semana de Oração, às igrejas-membro, aos membros fraternos e muito mais.

O CONIC também ganhou uma nova conta no Facebook (facebook.com/conic.brasil) e outra no Twitter (twitter.com/CONIC_Brasil), o que permitirá maior interação com o público.

8º Dia da Semana de Oração pelo Cristãos e grande festa de Pentecostes: Unidos no Reino de Cristo

OITAVO DIA Tema: Unidos no Reino de Cristo
Texto: Ao vencedor, concederei sentar-se comigo no trono (Ap 3, 21)
Leituras
1 Cr 29, 10-13 A riqueza e a glória vêm de ti 
Sl 21, 1-7 Pões em sua cabeça uma coroa de ouro
Ap 3, 19b-22 AAo vencedor, concederei sentar-se comigo no trono
Jo 12, 23-26 e alguém me servir, o Pai o honrará

Comentário

Jesus Cristo é o primogênito entre os mortos. Ele se humilhou e foi exaltado. Cristo não tem ambição de vitória, mas partilha com todos seu reino e sua exaltação.

O hino de Davi, nascido da alegria do rei e do povo antes que o templo fosse construído, expressa a verdade de que tudo acontece pela graça. Mesmo um monarca terreno pode ser uma imagem do reino de Deus, que tem em suas mãos o poder de tornar todos grandes e dar-lhes força.

O salmo de ação de graças do rei dá continuidade a essa idéia. A tradição cristã também vê aí um sentido messiânico: Cristo é o verdadeiro rei, cheio de bênção e vida, a perfeita presença de Deus no meio do povo. Num certo sentido, essa imagem também pode se referir ao povo. Acaso não são os seres humanos o coroamento da criação? Não é verdade que Deus quer que nos tornemos co herdeiros com seu Filho e membros da sua Casa real?

As cartas do livro do Apocalipse às sete Igrejas locais constituem uma mensagem para a Igreja em todos os tempos e lugares. Todos aqueles que acolhem Cristo em suas casas serão convidados a partilhar com ele o banquete da vida eterna. A promessa a respeito de sentar em tronos, previamente anunciada aos Doze, é agora estendida a todos os que são vitoriosos.

Onde eu estiver, aí estará meu servo também. Podemos ligar a fala de Jesus (eu estou) ao impronunciável nome de Deus (eu sou aquele que sou, eu estou). O servo de Jesus, que o Pai honra, estará onde estiver o seu Senhor, que se sentou à direita do Pai para reinar.

Os cristãos sabem que a unidade entre eles, mesmo se requer esforço humano, é acima de tudo um dom de Deus. É uma participação na vitória de Cristo sobre o pecado, a morte e o mal que causa divisão. Nossa participação na vitória de Cristo atinge sua plenitude no céu. Nosso testemunho comum do Evangelho deveria mostrar ao mundo um Deus que não nos limita nem nos derrota. Devemos anunciar com credibilidade, às pessoas de nossos tempos, que a vitória de Cristo vence tudo que nos impede de partilhar a plenitude da vida com Ele e uns com os outros.

Oração

Poderoso Deus, que a todos governas, ensina-nos a contemplar o mistério da tua glória. Concede-nos que possamos aceitar teus dons com humildade e respeitar a dignidade de cada pessoa. Que o teu Santo Espírito nos fortaleça nas batalhas espirituais que temos pela frente para que, unidos em Cristo, possamos reinar com Ele na glória. Concede-nos isso através dEle, que se humilhou e foi exaltado, que vive contigo e o Espírito Santo, para sempre. Amém.

Questões para refletir

1. De que maneiras se manifestam em nossa vida a falsa humildade e o desejo de glória terrena?

2. Como expressamos juntos nossa fé no Reino de Cristo?

3. Como vivemos nossa esperança na vinda do Reino de Deus?

ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vosso fiéis

E acendei neles o fogo do Vosso amor.

Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

OREMOS:
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisa, segundo o mesmo Espírito,
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Senhor Nosso. Amém!

Espírito Santo que desce como em Pentecostes

7º Dia da Setena do Espírito Santo e Semana de Oração pelo Cristãos: Transformados pelo Bom Pastor

SÉTIMO DIA Tema: Transformados pelo Bom Pastor
Texto: Apascenta as minhas ovelhas (Jo 21, 17) 
Leituras
1 Sm 2, 1-10 Não é pela força que o homem triunfa 
Sl 23 Estás comigo com teu bastão e teu cajado
Ef 6, 10-20 Armai-vos de força no Senhor
Jn 21, 15-19 Apascenta as minhas ovelhas

Comentário

Os que superam o sofrimento necessitam de apoio do alto. Esse apoio vem através da oração. Lemos sobre o poder da oração de Haná no primeiro capítulo do livro de Samuel. No segundo capítulo, encontramos a prece de ação de graças de Haná. Ela percebeu que certas coisas acontecem somente com a ajuda de Deus. Foi por desejo dele que Haná e seu marido se tornaram pais. Esse texto é um exemplo com o qual alguém pode fortalecer a sua fé no que pareceria uma situação sem esperança. É um exemplo de vitória.

O bom pastor do Salmo 23 guia suas ovelhas mesmo através dos lugares mais escuros, confortando-as com a sua presença. Os que colocam sua fé no Senhor não precisam ter medo mesmo nas sombras da destruição ou desunião, pois seu pastor os guiará para os verdes pastos da verdade, para viverem juntos na própria casa do Senhor.

Na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo nos incita a sermos fortes no Senhor e na força do seu poder, usando uma armadura espiritual: verdade, justiça, anúncio da Boa Nova, fé, salvação, a palavra de Deus, oração e súplica.

O Senhor ressuscitado estimula Pedro – e na pessoa dele, cada discípulo – a descobrir em si mesmo um amor àquele que é o Único Verdadeiro Pastor. Se tiveres esse amor, então apascenta minhas ovelhas! Em outras palavras: alimenta-as, protege-as, cuida delas, fortalece-as – porque elas são minhas e me pertencem! Sê meu bom servidor e cuida daqueles que me amaram e seguem a minha voz. Ensina-lhes o amor mútuo, a cooperação e a coragem à medida que eles caminham nos desvios e curvas da vida.

Como resultado da graça divina, o testemunho de Cristo que em nós foi confirmado nos obriga a agir conjuntamente pela causa da unidade. Temos a capacidade e a sabedoria para dar tal testemunho! Mas será que queremos? O Bom Pastor, que por sua vida, ensinamento e conduta fortalece todos aqueles que tiveram fé na Sua graça e proteção, nos convida a cooperar com ele incondicionalmente, Assim fortalecidos, seremos capazes de ajudar uns aos outros na estrada da unidade. Então, sejamos fortes no Senhor, para que possamos fortalecer outros num testemunho conjunto de amor.

Oração

Pai de todos, tu nos chamas para ser um só rebanho em teu Filho, Jesus Cristo. Ele é nosso Bom Pastor que nos convida a descansar em verdes pastos, nos conduz para águas calmas e restaura nossas almas. Ao segui-lo, possamos assim cuidar de outros para que todos vejam em nós o amor do único verdadeiro Pastor, Jesus Cristo nosso Senhor, que contigo vive e reina com o Espírito Santo, um só Deus para sempre. Amém.

1. Como pode o Bom Pastor inspirar-nos para a consolação, revitalizar e restaurar a confiança de aqueles que estão perdidos?

2. De que forma podem os cristãos de várias tradições reforçar-se mutuamente em confessar e testemunhar Jesus Cristo?

3. Que significado tem para nos hoje a exortação de São Paulo: “Fortalecei-vos no Senhor…revesti-vos de toda a armadura de Deus”?

 ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vosso fiéis

E acendei neles o fogo do Vosso amor.

Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

OREMOS:
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisa, segundo o mesmo Espírito,
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Senhor Nosso. Amém!

6º Dia da Setena do Espírito Santo e Semana de Oração pelo Cristãos: Transformados pelo amor persistente de Deus

SEXTO DIA Tema: Transformados pelo amor persistente de Deus
Texto : Esta é a vitória, nossa fé (Cf 1 Jo 5,4)
Leituras
Hab 3,17-19 O Senhor é o meu Senhor, ele é a minha força
Sl 136,1-4.23-26 A fidelidade de Deus é para sempre
1 Jo 5,1-6 A vitória que venceu o mundo é a nossa fé
Jo 15,9-17 Ninguém tem maior amor do que aquele que se despoja da vida por aqueles a quem ama 

 Comentário

No texto do Antigo Testamento, é a fé em Deus que mantém viva a esperança, apesar de todo fracasso. A lamentação de Habacuc vira alegria na fidelidade de Deus que dá força em face ao desespero.

O salmo 136 confirma que a memória dos maravilhosos feitos de Deus na história de Israel é a prova da fidelidade do amor de Deus. Por causa da intervenção de Deus, o povo de Israel experimentou extraordinárias e surpreendentes vitórias. Relembrar as grandes obras de salvação de Deus é uma fonte de alegria, gratidão e esperança, que aqueles que crêem tem expressado ao longo dos séculos em oração, hinos de louvor e música.

A epístola nos relembra que aquele que nasceu de Deus é o que vence o mundo. Isso não significa necessariamente que as vitórias podem ser medidas por padrões humanos. A vitória em Cristo envolve uma conversão de coração, a percepção da realidade terrena desde a perspectiva da eternidade e a crença na vitória final sobre a morte. Essa força vitoriosa é a fé, que tem Deus como fonte e doador. E a sua mais perfeita manifestação é o amor.

Nas palavras do evangelho, Cristo garante a seus discípulos o amor de Deus, cuja confirmação final é a morte do Salvador na cruz. Ao mesmo tempo, ele os convida e os desafia a mostrar amor uns aos outros. O relacionamento de Jesus com seus discípulos é baseado no amor. Ele não os trata simplesmente como discípulos, mas os chama de amigos. O serviço que eles tem que prestar a Cristo consiste em moldar suas vidas de acordo com o mandamento do amor, que é resultado de convicção interior e fé. Num espírito de amor, mesmo quando parece lento o progresso no caminho da plena unidade visível, não perdemos a esperança. A fidelidade do amor de Deus nos tornará capazes de superar o maior oponente e as mais profundas divisões. É por isso que a vitória que vence o mundo é a nossa fé e o poder transformador do amor de Deus.

Oração

Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, por tua ressurreição triunfaste sobre a morte, e te tornaste o Senhor da vida. Por causa de teu amor por nós, nos escolheste como amigos. Que o Espírito Santo nos una a ti e uns aos outros em laços de amizade, para que possamos fielmente te servir neste mundo como testemunhas de teu amor fiel; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus para sempre. Amém.

Questões para refletir

1. Como devemos expressar o amor cristão em contextos de diferentes religiões e filosofias?

2. O que temos de fazer para nos tornar testemunhas da fidelidade do amor de Deus com mais credibilidade num mundo dividido?

3. Como os seguidores de Cristo podem se apoiar mutuamente de maneira mais visível pelo mundo afora?

ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vosso fiéis

E acendei neles o fogo do Vosso amor.

Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

OREMOS:
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisa, segundo o mesmo Espírito,
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Senhor Nosso. Amém!

5º Dia da Setena do Espírito Santo e Semana de Oração pelo Cristãos: Transformados pela paz do Senhor ressuscitado

QUINTO DIA Tema: Transformados pela paz do Senhor ressuscitado
Texto: Jesus veio, pôs-se no meio deles e lhes disse: A paz esteja convosco (Jo 20, 19)
Leituras
Ml 3, 22-24 Ele reconduzirá o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais
Sl 133 Que prazer, que felicidade encontrar-se entre irmãos! 
Ef 2, 14-20 Reconciliar os dois grupos com Deus, ambos num só corpo
Jo 20, 19-23  Jesus veio, pôs-se no meio deles e lhes disse: A paz esteja convosco! 

 Comentário

As palavras finais do último livro de profetas do Antigo Testamento trazem a promessa de que Deus enviará seu Escolhido para estabelecer harmonia e respeito em todos os lares. Geralmente tememos conflitos entre nações ou inesperadas agressões. Mas o profeta Malaquias chama a atenção para um dos conflitos mais difíceis de suportar: o coração partido nas relações entre pais e filhos. Essa restauração da unidade entre pais e filhos não é possível sem a ajuda de Deus – é o emissário de Deus que realiza o milagre da transformação no coração e nos relacionamentos das pessoas.

O salmo mostra que grande alegria tal união entre as pessoas pode trazer. O ser humano não foi criado para viver sozinho, e não pode viver contente numa atmosfera hostil. A felicidade consiste em viver numa comunidade humana com harmonia, paz, confiança e compreensão. Boas relações entre as pessoas são como orvalho que cai sobre a terra seca e como um óleo perfumado que intensifica a saúde e o prazer. O salmo se refere ao bem derivado de viver unidos como uma bênção, um dom de Deus que não depende de mérito, como o orvalho. Viver juntos em unidade não é coisa que se restrinja unicamente aos membros da família – temos aí uma declaração de proximidade entre pessoas que aceitam a paz de Deus.

A epístola nos fala daquele que o profeta Malaquias anunciou. Jesus traz unidade porque ele demoliu o muro de hostilidade entre pessoas em seu próprio corpo. Geralmente, a vitória de uma pessoa envolve a queda e a vergonha dos que foram derrotados, que preferem se retirar. Jesus não rejeita, destrói ou humilha; ele põe um fim à alienação. Ele transforma, cura e une a todos, para que possam ser membros da família de Deus.

O evangelho relembra o dom do Senhor ressuscitado, oferecido a seus inseguros e aterrorizados discípulos. A paz esteja convosco – essa é a saudação de Jesus e também o seu dom. É também um convite a buscar paz com Deus e estabelecer novas, permanentes relações dentro da família humana e de toda a criação. Jesus derrubou a morte e o pecado. Pelo dom do Espírito Santo, o Senhor ressuscitado convida seus discípulos a participar de sua missão de trazer paz, cura e perdão ao mundo inteiro. Enquanto os cristãos permanecerem divididos, o mundo não ficará convencido da plena verdade da mensagem do evangelho sobre a nova humanidade que Cristo nos trouxe. Paz e unidade são as marcas dessa transformação. As Igrejas precisam assumir e testemunhar esses dons como membros de uma única família de Deus, construída sobre o seguro fundamento da pedra angular que é Jesus.

Oração

Amoroso e misericordioso Deus, ensina-nos a alegria de partilhar a tua paz. Enche-nos com teu Santo Espírito para que possamos demolir as paredes de hostilidade que nos separam. Que o Cristo ressuscitado, que é nossa paz, nos ajude a superar toda divisão e nos una como membros de sua família. Isso te pedimos em nome de Jesus Cristo, em quem, contigo e com o Espírito Santo, está toda honra e toda a glória para sempre. Amém.

Questões para refletir

1. Que formas de violência em nossa comunidade podemos, como cristãos, enfrentar juntos?

2. Como experimentamos hostilidades ocultas que afetam nosso relacionamento de uns com os outros, como comunidades cristãs?

3. Como podemos nos acolher uns aos outros como Cristo nos acolhe?

ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vosso fiéis

E acendei neles o fogo do Vosso amor.

Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

OREMOS:
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisa, segundo o mesmo Espírito,
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Senhor Nosso. Amém!

3º Dia da Setena do Espírito Santo e Semana de Oração pelo Cristãos: Transformados pelo Servo Sofredor

TERCEIRO DIA Tema: Transformados pelo Servo Sofredor
Texto: Cristo sofreu por nós (cf 1 Pd 2, 21)
Leituras
Is 53, 3-11 Homem das dores, familiarizado com o sofrimento
Sl 22, 12-24 Ele não rejeitou um infeliz na miséria
1 Pr 2, 21-25 Cristo sofreu por nós
Lc 24, 25-27 Não era preciso que o Cristo sofresse isso?

  Comentário

O divino paradoxo é que Deus pode transformar o desastre em vitória. Ele transforma todos os nossos sofrimentos e infelicidades, bem como a imensidão das dores da história, numa ressurreição que abrange o mundo inteiro. Embora pareça estar derrotado, Ele é no entanto a verdadeira vitória que nada nem ninguém pode superar.

A comovedora profecia de Isaías sobre o sofredor Servo do Senhor foi completamente cumprida em Cristo. Depois de sofrer enorme agonia, o Homem das Dores verá sua descendência. Nós somos essa descendência, nascidos do sofrimento do Salvador. Dessa maneira, nele nos tornamos uma família.

Alguém pode dizer que o salmo 22 não é apenas sobre Jesus, mas também para Jesus. O próprio Salvador recorreu a esse salmo na cruz, quando usou suas desoladoras palavras de abertura: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Mesmo assim, na segunda parte do salmo a lamentação, a súplica cheia de dor, se transforma em louvor a Deus por suas obras.

O apóstolo Pedro é uma testemunha dos sofrimentos de Cristo (1 Pd 5,1), que ele nos apresenta como exemplo: é a esse sofrimento motivado pelo amor que somos chamados. Jesus não amaldiçoou Deus, mas se submeteu a Ele, que julga com retidão. Suas feridas nos curaram e nos trouxeram de volta para o único Pastor.

Somente à luz da presença do Senhor e de sua Palavra o plano divino do sofrimento do Messias se torna claro. Assim como aconteceu com os discípulos a caminho de Emaús, Jesus é nosso constante companheiro na pedregosa estrada da vida, movendo nossos corações e abrindo nossos olhos para o misterioso plano de salvação.

Os cristãos experimentam o sofrimento como um resultado da condição frágil da humanidade; reconhecemos esse sofrimento na injustiça social e em situações de perseguição. O poder da cruz nos atrai para a unidade. Aí encontramos o sofrimento de Cristo como fonte de compaixão e solidariedade com a família humana inteira. É como disse um teólogo contemporâneo: quanto mais nos aproximamos da cruz de Cristo mais próximos ficamos uns dos outros. O testemunho dos cristãos unidos nas situações de sofrimento se reveste de notável credibilidade. Em nossa partilhada solidariedade com todos os que sofrem aprendemos do servo sofredor crucificado as lições de esvaziamento, desprendimento e auto sacrifício. Esses são os dons do seu Espírito de que necessitamos em nosso caminho para nele viver a unidade.

Oração

Deus da consolação, tu transformaste a vergonha da cruz num sinal de vitória. Concede-nos que sejamos unidos ao redor da cruz de teu Filho para adorá-lo pela misericórdia que nos ofereceu através do seu sofrimento. Que o Espírito Santo abra nossos olhos e corações para que possamos ajudar os que sofrem e com isso experimentar a tua proximidade. Assim nos dirigimos a ti, que vives e reinas para sempre. Amém.

Questões para refletir

1. Como a nossa fé pode nos ajudar em nossa reação a um prolongado sofrimento?

2. Que áreas de sofrimento humano são ignoradas e tratadas com descuido hoje?

3. Como os cristãos podem juntos dar testemunho do poder da cruz?

ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vosso fiéis

E acendei neles o fogo do Vosso amor.

Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

OREMOS:
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisa, segundo o mesmo Espírito,
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Senhor Nosso. Amém!

3º Dia da Setena do Espírito Santo e Semana de Oração pelo Cristãos: Transformados pelo Servo Sofredor

TERCEIRO DIA Tema: Transformados pelo Servo Sofredor
Texto: Cristo sofreu por nós (cf 1 Pd 2, 21)
Leituras
Is 53, 3-11 Homem das dores, familiarizado com o sofrimento
Sl 22, 12-24 Ele não rejeitou um infeliz na miséria
1 Pr 2, 21-25 Cristo sofreu por nós
Lc 24, 25-27 Não era preciso que o Cristo sofresse isso?

 Comentário

O divino paradoxo é que Deus pode transformar o desastre em vitória. Ele transforma todos os nossos sofrimentos e infelicidades, bem como a imensidão das dores da história, numa ressurreição que abrange o mundo inteiro. Embora pareça estar derrotado, Ele é no entanto a verdadeira vitória que nada nem ninguém pode superar.

A comovedora profecia de Isaías sobre o sofredor Servo do Senhor foi completamente cumprida em Cristo. Depois de sofrer enorme agonia, o Homem das Dores verá sua descendência. Nós somos essa descendência, nascidos do sofrimento do Salvador. Dessa maneira, nele nos tornamos uma família.

Alguém pode dizer que o salmo 22 não é apenas sobre Jesus, mas também para Jesus. O próprio Salvador recorreu a esse salmo na cruz, quando usou suas desoladoras palavras de abertura: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Mesmo assim, na segunda parte do salmo a lamentação, a súplica cheia de dor, se transforma em louvor a Deus por suas obras.

O apóstolo Pedro é uma testemunha dos sofrimentos de Cristo (1 Pd 5,1), que ele nos apresenta como exemplo: é a esse sofrimento motivado pelo amor que somos chamados. Jesus não amaldiçoou Deus, mas se submeteu a Ele, que julga com retidão. Suas feridas nos curaram e nos trouxeram de volta para o único Pastor.

Somente à luz da presença do Senhor e de sua Palavra o plano divino do sofrimento do Messias se torna claro. Assim como aconteceu com os discípulos a caminho de Emaús, Jesus é nosso constante companheiro na pedregosa estrada da vida, movendo nossos corações e abrindo nossos olhos para o misterioso plano de salvação.

Os cristãos experimentam o sofrimento como um resultado da condição frágil da humanidade; reconhecemos esse sofrimento na injustiça social e em situações de perseguição. O poder da cruz nos atrai para a unidade. Aí encontramos o sofrimento de Cristo como fonte de compaixão e solidariedade com a família humana inteira. É como disse um teólogo contemporâneo: quanto mais nos aproximamos da cruz de Cristo mais próximos ficamos uns dos outros. O testemunho dos cristãos unidos nas situações de sofrimento se reveste de notável credibilidade. Em nossa partilhada solidariedade com todos os que sofrem aprendemos do servo sofredor crucificado as lições de esvaziamento, desprendimento e auto sacrifício. Esses são os dons do seu Espírito de que necessitamos em nosso caminho para nele viver a unidade.

Oração

Deus da consolação, tu transformaste a vergonha da cruz num sinal de vitória. Concede-nos que sejamos unidos ao redor da cruz de teu Filho para adorá-lo pela misericórdia que nos ofereceu através do seu sofrimento. Que o Espírito Santo abra nossos olhos e corações para que possamos ajudar os que sofrem e com isso experimentar a tua proximidade. Assim nos dirigimos a ti, que vives e reinas para sempre. Amém.

Questões para refletir

1. Como a nossa fé pode nos ajudar em nossa reação a um prolongado sofrimento?

2. Que áreas de sofrimento humano são ignoradas e tratadas com descuido hoje?

3. Como os cristãos podem juntos dar testemunho do poder da cruz?

ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vosso fiéis

E acendei neles o fogo do Vosso amor.

Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

OREMOS:
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisa, segundo o mesmo Espírito,
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Senhor Nosso. Amém!

2º Dia da Setena do Espírito Santo e Semana de Oração pelo Cristãos: Transformados na paciente espera pelo Senhor

SEGUNDO DIA Tema: Transformados na paciente espera pelo Senhor
Texto: Agora é assim que nos convém cumprir toda a justiça (Mt 3,1 5)
Leituras
1 Sm 1, 1-20 A confiança e a espera paciente de Haná 
Sal 40 Paciente espera pelo Senhor
Hb 11, 32-34 Graças à fé conquistaram reinos, praticaram a justiça 
Mt 3, 13-17 Agora é assim que nos convém cumprir toda a justiça

  Comentário

A vitória é freqüentemente associada com triunfo imediato. Todo mundo conhece o gosto do sucesso quando, depois de uma penosa luta, chegam as congratulações, o reconhecimento e os elogios. Em tal momento de alegria, dificilmente alguém percebe que, a partir de uma perspectiva cristã, a vitória é um processo de transformação de longo prazo. Esse tipo de compreensão da vitória, que é transformadora, nos ensina que ela acontece no prazo de Deus, não no nosso, exigindo de nós uma paciente confiança e uma profunda esperança em Deus.

Haná deu testemunho dessa paciente confiança e esperança. Após os muitos anos de espera por uma gravidez, ela orou a Deus por um filho, correndo o risco de ter sua lacrimosa prece desprezada como embriaguês pelo sacerdote no portal do templo. Quando Eli lhe assegurou que Deus atenderia a sua prece, ela simplesmente confiou, esperou, e não mais ficou triste. Haná concebeu e deu à luz um filho, a que chamou Samuel. A grande vitória aqui não é a de nações ou exércitos, mas é um vislumbre no campo de uma luta pessoal e privada. Ao final, a confiança e a esperança de Haná produziram não somente a própria transformação dela, mas também a de seu povo, em favor de quem o Deus de Israel agiu através de Samuel.

O salmista faz eco à espera paciente de Haná por Deus, no meio de um outro tipo de luta. O salmista também buscava libertação de uma situação que permanece desconhecida para nós, mas que é sugerida pela linguagem que menciona o “lamaçal do atoleiro”. Ele agradece a Deus por ter transformado sua vergonha e confusão e continua a confiar no amor persistente de Deus.

O autor da Carta aos Hebreus relembra a paciência de pessoas como Abraão e outros que se capacitaram para a vitória através de sua fé e confiança em Deus. A percepção de que Deus interfere e entra na narrativa da história humana elimina a tentação de triunfalismo em termos humanos.

No evangelho, a voz do céu no batismo de Jesus anunciando ” este é o meu Filho bem amado” parece ser a garantia do imediato sucesso de sua missão messiânica. Ao resistir ao demônio, no entanto, Jesus não cede à tentação de introduzir tudo no Reino de Deus sem demora, mas pacientemente revela o que a vida no Reino significa através de sua própria vida e do ministério que leva à sua morte na cruz. Embora o Reino de Deus desponte de um modo decisivo pela ressurreição, não está ainda plenamente realizado. A derradeira vitória virá somente com a segunda vinda de nosso Senhor. Assim, aguardamos em paciente esperança e confiança com o grito “Vem, Senhor Jesus!”

Assim também, nosso anseio pela visível unidade da Igreja requer espera paciente e confiante. Nossa prece pela unidade cristã é como a prece de Haná e do salmista. Nosso trabalho pela unidade cristã é como os feitos registrados na carta aos Hebreus. Nossa atitude de espera paciente não é desamparo ou passividade, mas uma profunda confiança na unidade da Igreja como dom de Deus, não conquista nossa. Esse tipo de paciente espera, oração e confiança nos transforma e nos prepara para a unidade visível da Igreja, não como a planejamos, mas como Deus há de nos dar.

Oração

Deus fiel, cumpres tua palavra em todos os tempos. Possamos nós, como Jesus, ter paciência e confiança na firmeza do teu amor. Ilumina-nos com teu Santo Espírito para não obstruirmos a plenitude da tua justiça com nossos julgamentos apressados, e para que possamos perceber tua sabedoria e amor em todas as coisas. Assim nos dirigimos a ti, que vives e reinas para sempre. Amém.

Questões para refletir

1. Em que situações de nossa vida deveríamos ter uma maior confiança nas promessas de Deus?

2. Em que áreas da vida da Igreja é mais comum o risco que vem da tentação de agir apressadamente?

3. Em que situações os cristãos deveriam esperar? E quando deveriam agir juntos?


ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vosso fiéis

E acendei neles o fogo do Vosso amor.

Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

OREMOS:
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisa, segundo o mesmo Espírito,
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Senhor Nosso. Amém!

1º Dia da Setena do Espírito Santo e Semana de Oração pelo Cristãos: Transformados pelo Cristo Servidor

 

PRIMEIRO DIA Tema: Transformados pelo Cristo Servidor
Texto:  O Filho do Homem veio para servir (Cf Mc 10, 45)
Leituras
Zacarias 9, 8-10 Um rei justo e vitorioso… e humilde
Salmo 131 Meu coração está sem pretensões
Romanos 12, 3-8 Temos diferentes dons para prestar serviço
Marcos 10, 42-45 O Filho do Homem veio para servir

 Comentário

A vinda do Messias e sua vitória foram realizadas através do serviço. Jesus quer que um espírito de serviço encha os corações de seus seguidores também. Ele ensina que a verdadeira grandeza consiste em servir a Deus e ao próximo. Cristo nos dá a coragem para descobrir que Ele é aquele para quem servir é reinar – como dizia um antigo provérbio cristão.

A profecia de Zacarias a respeito de um vitorioso e humilde rei se realizou em Jesus Cristo. Ele, o Rei da Paz, vem aos seus , a Jerusalém – a Cidade da Paz. Ele não a conquista com engodo ou violência, mas com delicadeza e humildade.

O salmo 131 descreve brevemente mas com eloqüência o estado de paz espiritual que é o fruto da humildade. A figura de uma mãe com seu filho é um sinal do terno amor de Deus e da confiança em Deus, à qual a comunidade inteira é chamada.

O apóstolo Paulo nos desafia a fazer uma sóbria e humilde avaliação de nós mesmos e a descobrir nossas habilidades. Tendo uma diversidade de dons, somos um só corpo de Cristo. Em nossas divisões cada uma de nossas tradições tem sido agraciada pelo Senhor com dons que somos chamados a colocar a serviço de outros.

“Pois o Filho do Homem veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate pela multidão.” (Mc 10, 45). Com seu serviço, Cristo redimiu nossa recusa a servir a Deus. Ele se tornou um exemplo para regenerar todas as relações entre as pessoas: aquele que quiser ser grande entre vós deve ser vosso servidor – esses são os novos padrões de grandeza e prioridade.

Na Carta aos Romanos, Paulo nos relembra que os diversos dons nos são dados para o serviço: profecia, ministério, ensino, exortação, doação, liderança e compaixão. Em nossa diversidade somos sempre um único corpo de Cristo, e membros uns dos outros. O uso de nossos diversos dons no serviço comum à humanidade torna visível a nossa unidade em Cristo. A ação conjunta dos cristãos para o benefício da humanidade, para combater a pobreza e a ignorância, para defender os oprimidos, para se ocupar com a paz e a preservação da vida, para desenvolver a ciência, a cultura, a arte são uma expressão da prática do ecumenismo, de que a Igreja e o mundo tanto necessitam. A imitação do Cristo Servidor propicia eloqüente testemunho do evangelho, atingindo não só as mentes mas também os corações. Tal serviço comum é um sinal do Reino de Deus que vem chegando – o Reino do Cristo Servidor.

Oração

Poderoso e eterno Deus, percorrendo a estrada real do serviço, teu filho nos conduz da arrogância da nossa desobediência à humildade de coração. Une-nos uns aos outros por teu Santo Espírito, para que através do serviço a nossos irmãos e irmãs, tua verdadeira face possa ser revelada. Assim nos dirigimos a ti, que vives e reinas para sempre. Amém.

Questões para refletir

1. Que oportunidades para o serviço ficam mais ameaçadas pelo orgulho e a arrogância?

2. O que deve ser feito para garantir que todos os ministérios cristãos sejam melhores experiências de serviço?

3. Em nossa comunidade, o que os cristãos de diferentes tradições podem fazer melhor juntos do que isoladamente para revelar o Cristo Servidor?

ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vosso fiéis

E acendei neles o fogo do Vosso amor.

Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

OREMOS:
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisa, segundo o mesmo Espírito,
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Senhor Nosso. Amém!

CONIC disponibilizará material para a SOUC 2012

Momento de celebração e integração entre cristãos de toda parte, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC) será comemorada, em 2012, entre os dias 20 e 27 de maio. Para as igrejas que pretendem celebrar a SOUC, o CONIC colocará à disposição, a partir de janeiro (2012), todo o material necessário à realização das celebrações, como o livreto da Semana. Para reservar o seu, basta contatar a Secretaria Geral do Conselho pelo telefone (61) 3321-4034, falar com Leila. Ou pelo e-mail: conic.brasil@terra.com.br.

Saiba mais:

O material para a Semana de Oração foi preparado por católicos, ortodoxos e protestantes em atividade na Polônia. A partir de amplas discussões entre os representantes de vários círculos ecumênicos do país, ficou decidido focalizar um tema que diz respeito ao poder transformador da fé em Cristo, particularmente no que se refere à oração pela unidade visível da Igreja, o Corpo de Cristo.

O tema da SOUC será: “Todos seremos transformados pela vitória de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Mutirão Ecumênico enfatiza cuidado com a natureza

Reunidos nos dias 26 a 28 de agosto, em São Leopoldo, cerca de 200 participantes vindos, em sua maioria, dos quatro estados meridionais do Brasil, refletiram acerca do papel das igrejas e dos cristãos na luta pela preservação do meio ambiente.

Tradicionalmente um encontro católico para reflexão acerca do ecumenismo, o “Sulão”, como era conhecido, chegou à sua sexta edição inaugurando um novo formato e abrindo novas portas à participação e colaboração de outras igrejas, conselhos e grupos.

A promoção do evento foi da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) e do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI), e teve o apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e da agência católica alemã Adveniat.

“O CLAI aderiu ao Mutirão por entender que o novo formato do evento traduz com mais propriedade a própria natureza do ecumenismo, que é o diálogo, a cooperação e a formação de redes”, afirmou o secretário regional para o Brasil, Darli Alves de Souza.

Os três dias do encontro, realizado no Centro Mariápolis Arnold, proporcionaram maior visibilidade a iniciativas ecumênicas já existentes na região Sul do Brasil, como a setorial regional da Rede Ecumênica de Juventude (Reju-Sul).

Ao final do evento, os participantes, divididos em grupos regionais, elaboraram compromissos em torno de temas como a ecologia e a formação ecumênica.  Abordagens como “uma ética cristã em defesa da vida” e a necessidade de “inserção dos jovens na caminhada ecumênica” , colocaram-se ao lado das sugestões de realização de mutirões locais e do fortalecimentos de iniciativas já existentes, como a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Catedral em debate: Painel Intolerância Religiosa

A Catedral Anglicana da Ressurreição em Brasília (DF) recebeu, no dia 27 de julho, o Painel sobre Intolerância Religiosa. O encontro teve como anfitrião o bispo primaz da Igreja Anglicana (IEAB), Dom Maurício Andrade e outros religiosos empenhados na promoção de uma cultura de paz. Na oportunidade, foi realizado um debate sobre intolerância religiosa. O encontro teve a promoção da Rede Ecumênica da Juventude – REJU e Catedral Anglicana da Ressurreição.

O evento foi um verdadeiro marco na integração de religiosos de diferentes denominações e culturas, reunindo lideranças anglicanas, bahá’ís, católicas, evangélicas, islâmicas, matrizes africanas, ameríndias e wiccans. O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), o Centro de Referência de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos para a Diversidade Religiosa (CRDHDR) e a Iniciativa das Religiões Unidas (URI Brasília) estiveram representados pelo reverendo Luiz Alberto Barbosa e Elianildo Nascimento, respectivamente.

Também marcaram presença Tatiana Ribeiro, coordenadora da Juventude Anglicana; Marga Stroher, da Secretaria de Direitos Humanos; Pe. Elias Wolf, representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); pai Alexandre de Oxalá, pelo Centro de Tradições Afro Brasileiras; Mãe J´lia, do candomblé; Pr. Osvaldo Reis, da igreja presbiteriana; Dom Maurício Andrade, bispo primaz da IEAB; Mavesper Cy Ceridwen, representando a Associação Brasileira de Wicca (Abrawicca) e Youssuh Salah El Din, como representante da religião islâmica.

Um novo encontro entre líderes religiosos será no dia 4 de agosto, no CONIC.

Fonte e foto: CONIC

CONIC apoiará Dia Nacional de Ação de Graças

Integrantes do Comitê Brasileiro de Resgate do Dia Nacional de Ação de Graças (DNAG) estiveram, dia 29 de junho, na Secretaria Geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). O objetivo do encontro foi discutir uma agenda comum, entre os dois órgãos, para a divulgação de um grande evento público que será realizado em Brasília, dia 24 de novembro, com intuito de resgatar a cultura da celebração do Dia de Ação de Graças no país.

Além do secretário geral do CONIC, Rev. Luiz Alberto Barbosa, e da coordenadora do Grupo Ecumênico de Brasília e secretária do CONIC, Zulmira Inês Lourena Gomes da Costa, estiveram presentes no encontro o presidente, a gerente executiva e o secretário geral do Comitê, Jonas Alvarenga, Graciete Pedrosa e Wilson Pires, respectivamente.

É importante lembrar que o Dia Nacional de Ação de Graças foi oficialmente instituído pela lei 781/49 e 5.110/66 e é comemorado na quarta quinta-feira do mês de novembro. Vários países no mundo comemoram esta data, vendo-a como uma rica oportunidade para se refletir sobre a importância do agradecimento a Deus, as pessoas e as instituições que formam a sociedade.

Na opinião de Zulmira Inês, o Dia Nacional de Ação de Graças é uma oportunidade única. “O resgate da comemoração desta data é muito importante. Não é pelo fato de o Estado ser laico que as pessoas não possam continuar dando testemunho da graça que recebem todos os dias”, explicou. Para Luiz Alberto, esta será uma grande oportunidade de popularizar o Dia Nacional de Ação de Graças. “Esperamos fazer com que esse movimento ganhe força e entre de vez no mapa das comemorações cristãs do povo brasileiro”, afirmou.

Digamos sempre OBRIGADO, pois não conseguimos nada sozinho

Com este slogan em 2007, nasce o Comitê Brasileiro de Resgate do Dia Nacional de Ação de Graças que visa divulgar e fortalecer essa data, fazendo com que sua comemoração entre, definitivamente, na vida de todos os brasileiros.

Clique aqui e saiba tudo sobre o movimento! 

Clique aqui e veja a divulgação da campanha 2011!

A espiritualidade ecumênica no Brasil

Nesta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos/2010, nós cristãos somos convidados a vivermos “unidos nos ensinamentos dos Apóstolos…” (At 2,42). Isso impele à reflexão sobre os elementos desse ensino que sustenta a comunhão dos discípulos e discípulas de Cristo. Esses elementos encontram-se de formas diferentes nas diversas tradições eclesiais. Eles nos conduzem à busca comunhão pela vivência de uma espiritualidade ecumênica.

A espiritualidade ecumênica caracteriza-se pelo intento de comunhão das diferentes modalidades de experiência da fé cristã, que acontecem no interior das diferentes igrejas. E configura-se pelo encontro, a escuta e a valorização recíproca das experiências de oração e de vida no interior de cada tradição eclesial, buscando individualizar as efetivas possibilidades da unidade cristã através da mística do diálogo.

A sua explicitação é privilegiada na oração que emerge dos encontros de natureza ecumênica promovidos seja pelas igrejas, seja organismos ecumênicos ou pelos cristãos, os quais em suas comunidades formam grupos ecumênicos espontâneos, alimentando o espírito de convivência e diálogo. Mas é, sobretudo, no interior do coração e da consciência de cada fiel que se forma a espiritualidade ecumênica. Ali o Espírito atua e suscita o diálogo com Deus e com os outros. Assim, a espiritualidade ecumênica não é exclusiva das organizações eclesiásticas e/ou ecumênicas, ainda se está legitimamente ancorada nessas instâncias. Ela tem seu lugar na disponibilidade do cristão em deixar-se guiar pelo Espírito que forma o seu modo de ser, de compreender e de conviver com o outro, construindo uma atitude de vida pautada pela capacidade de convivência, de diálogo e de comunhão.

2 – Uma base comum

Constatam-se três principais elementos que formam a base da espiritualidade ecumênica no Brasil: 1) a fé em Jesus Cristo ao qual todos os cristãos se referem como razão e centro da própria existência. Isso possibilita aos cristãos e suas igrejas abertura para o mútuo reconhecimento de suas tradições, compreendendo que as diferenças na forma de expressar a fé cristã nem sempre significam divergências quanto ao seu conteúdo. Assim, as diferentes concepções da fé cristã e a diversidade de formulações e expressões da espiritualidade, não impossibilitam a busca de caminhos que favoreçam a oração comum entre cristãos de diferentes igrejas.

2) A solidariedade no contexto em que se vive. No Brasil, e na América Latina como um todo, a espiritualidade tem um profundo enraizamento no contexto social das comunidades. Esse contexto é marcado por situações de empobrecimento, miserabilidade, exclusão. Essa situação é comum a cristãos de diferentes igrejas, fato esse que faz do contexto social um chão ecumênico. Consequentemente, a espiritualidade ecumênica que alimenta as práticas de convivência e diálogo dos cristãos nesse contexto, assume ares de profecia. A oração que sobe aos céus é proferida junto com o grito de dor e de sofrimento causados pela injustiça social.

3) O crescimento do movimento ecumênico no Brasil no período pós-conciliar, constatado por três principais fatores: a) o incremento dos organismos ecumênicos tanto a nível nacional quanto a nível local e regional. Destacam-se aqui a Coordenadoria Ecumênica de Serviços – CESE (1973), o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC (1982), e os inúmeros grupos ecumênicos que surgem nas diferentes comunidades, paróquias e dioceses. No interior da Igreja Católica Romana, destacam-se a Dimensão V da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e as Comissões Regionais e Diocesanas para o Ecumenismo; b) o fortalecimento das iniciativas em âmbito nacional, como as Semanas de Oração pela Unidade dos Cristãos e a Campanha da Fraternidade Ecumênica no ano 2000 (haverá outra Campanha da Fraternidade Ecumênica em 2005); c) a emergência de ambientes que vão aos poucos se tornando referência na experiência de uma espiritualidade ecumênica: Casa da Reconciliação, em São Paulo; Mosteiro da Anunciação, em Goiás; os Focolarinos, em várias regiões do Brasil; a comunidade de Taizé, na Bahía.

Esses três elementos são fundamentais para se entender o crescimento das iniciativas que promovem a oração comum entre cristãos de diferentes igrejas. Uma oração realizada em diferentes lugares e situações, mas que acontece motivada pelo mesmo Espírito que promove a unidade. A oração que emerge das práticas ecumênicas vai formando nos cristãos um modo de ser, atitudes e comportamentos ecumênicos que estão na base da espiritualidade ecumênica no Brasil.

3 – A natureza da espiritualidade ecumênica

As iniciativas ecumênicas que se concentram na espiritualidade não se propõe tratar das questões técnicas do ecumenismo, nem fazer análises ou discussões ecumênicas. Visam, sobretudo, partilhar uma comum experiência da fé, buscando alargar as possibilidades de comunhão que tenham na oração a sua fonte e o seu alimento. São iniciativas ainda pouco exploradas, mas certamente as mais profundas e mais promissoras das experiências ecumênicas realizadas, por possibilitarem mais do que outras uma real comunhão de sentimentos, de projetos, de vida. Elas criam um «lugar interior» comum, onde cada fiel encontra-se com o outro e com Deus, de modo que as experiências ecumênicas que configuram a espiritualidade dos que delas participam são os principais estímulos à busca da unidade.

Isso faz com que seja a espiritualidade ecumênica o elemento que permite compreender que as divisões atingem mais os aspectos acidentais e estruturais na Igreja, no que se refere à sua manifestação visível, estruturas de organização e estruturas doutrinárias. Mas em sua essência a Igreja continua una. Por isso o movimento ecumênico é um processo espiritual que possibilita ver que a Igreja em sua realidade mais profunda mantém a unidade e unicidade que Cristo lhe deu. O ecumenismo é um processo espiritual no sentido de estar aberto à inspiração do Espírito Santo que reconcilia e reúne todos os cristãos no Corpo de Cristo. Nesse processo, a espiritualidade é um elemento essencial, mais do que um horizonte ou dimensão.

Enfim, dentre as características principais da espiritualidade ecumenica temos: trinitária – a fonte da espiritualidade é a Trindade, cujo amor do Pai permite ao Filho que nos dê o seu Espírito da unidade. É Cristo quem atua, pelo seu Espírito, no seio da Igreja para levá-la à comunhão com o Pai; ato de fé – a espiritualidade é uma atitude de confiança no projeto unificador que Deus tem para a Igreja e para a humanidade como um todo. O fiel crê que Deus possibilitará a unidade; ato de conversão – não há unidade sem conversão interior, arrependimento comum e mudança do comportamento que dificultam a comunhão. A espiritualidade ecumênica exige a kênonis, a capacidade de esvaziar-se da discórdia, dos rancores e demais motivos de divisão; ato de sacrifício – o desejo de unidade é um projeto, um dom mas também uma tarefa, que exige dedicação, compromisso, sacrifício; ato de profecia – a espiritualidade ecumênica possibilita discernir entre os sinais que conduzem à comunhão e aqueles que a obstaculizam. Ela apresenta o agir ecumênico como um agir profético, proclamando com convicção que a comunhão é o plano de Deus para a sua Igreja.

4 – Interrogações

Muitas interrogações aparecem quando se trata de refletir sobre a espiritualidade ecumênica. Primeiramente, as experiências ecumênicas e as práticas de oração existentes parecem insuficientes para expressar uma verdadeira espiritualidade ecumênica. À oração realizada em conjunto parece faltar uma espiritualidade vivida, e as demais práticas ecumênicas também tendem a permanecer num nível superficial e formal. Há que se agregar valores vitais, um modo de ser ecumênico para se construir uma espiritualidade ecumênica. Segundo, nos últimos tempos, as igrejas parecem estar se distanciando mutuamente, e a fragilidade das relações entre elas incide diretamente na espiritualidade ecumênica. Terceiro, em muitos meios, sobretudo eclesiásticos, não há encorajamento na busca de uma espiritualidade ecumênica. Poucos são os líderes eclesiáticos que se integram nas iniciativas de diálogo e cooperação entre as igrejas.

Essas iterrogações serão respondidas na medida em que as iniciativas que indicam a identidade de uma espiritualidade ecumênica for acompanhada de uma reflexão capaz de individuar equívocos e obstáculos, junto aos resultados consoladores que surgem pela ação do Espírito que atua no interior de cada cristão e de cada Igreja. A todos Ele permite que a voz do Evangelho seja ouvida «na própria língua» (At 2,6). Por isso mesmo, as dificuldades encontradas são em si mesmas um forte convite à oração. Há que se valorizar as iniciativas ecumênicas que acontecem seja motivadas pelas igrejas, seja motivadas pelos organismos ecumênicos ou pelas comunidades dos fiéis. Todos buscam, de algum modo e ao seu modo, experienciar a autenticidade, o significado, as características peculiares da espiritualidade ecumênica. Se Cristo é um, se a Igreja é uma – apesar das diferentes e, inclusive, divergentes concepções – se a oração vai pelo mesmo caminho, se nasce do coração do fiel e se aos poucos vai assumindo uma identidade de expressão, se é possível invocar juntos a Deus em determinadas situações, então comprovada está a possibilidade de uma espiritualidade ecumênica que dê ao mesmo tempo sustento e significado às iniciativas ecumênicas realizadas pelos cristãos comprometidos com a busca da unidade da Igreja.

5 – Conclusão

A regularidade da oração entre cristãos de diferentes igrejas esternaliza uma espiritualidade que vai se configurando sempre mais como ecumênica. Essa espiritualidade assume um significado fundamental não apenas para o movimento ecumênico, mas, e sobretudo, para as igrejas nele integradas. Sob o impulso dessa espiritualidade é que se desenvolve o ecumenismo, oferecendo aos cristãos e suas igrejas a possibilidade de diálogo e comunhão. Não pode haver diálogo verdadeiro onde não existe uma consciente experiência da fé e uma viva espiritualidade que toca essa própria fé. Unindo-se em oração, os cristãos realizam ao mesmo tempo um profundo ato de fé e uma significativa e transcendente comunhão entre suas igrejas. Todos, sem perderem a identidade da sua tradição, condividem um raro momento de fraternidade que supera as barreiras impostas pelos fatores de divisão. Desse modo, a espiritualidade, enquanto emanação da transcendência divina, permanece, junto com a oração, um recurso inesgotável de esperança ecumênica.

Pode-se concluir que tanto para a Igreja Católica Romana quanto para as demais igrejas que se propõe a percorrer os caminhos do ecumenismo no Brasil, é extremamente positiva e frutuosa a espiritualidade ecumênica que vem sendo configurada pelas práticas de diálogo e cooperação entre cristãos de diferentes tradições eclesiais. Ao menos em linha de princípio, existe em todos uma considerável abertura para a espiritualidade ecumênica. Particularmente nas igrejas membros do CONIC, há um notório esforço para que a espiritualidade cultivada não se afirme em oposição às outras igrejas, o que agravaria a situação de divisão entre os cristãos. Assim, no campo da espiritualidade o ecumenismo no Brasil encontra favoráveis condições de crescimento. E isso só pode ser considerado «fruto do Espírito Santo» (UR 4), pois somente Ele possibilita a oração como «a alma do movimento ecumênico» (UR 8).

Pe. Elias Wolff

CONIC lança a revista União

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) apresenta, nesta segunda, dia 30 de maio, a primeira edição da Revista União. A publicação, que será trimestral, abordará, principalmente, assuntos de caráter ecumênico e ações do Conselho em benefício de toda a sociedade brasileira. Notícias das Igrejas-membro e de iniciativas institucionais do CONIC também entrarão na pauta.

“É uma alegria muito grande levar cada vez mais informações a um público tão diversificado. Isso mostra que o ecumenismo cresce em importância tanto para nós, cristãos, quanto para todos os religiosos, independentemente do credo, nacionalidade ou condição social. Esperamos melhorar a cada nova edição. Para tanto, contamos com as sugestões dos leitores”, disse o secretário geral do CONIC, reverendo Luiz Alberto Barbosa.

Baixe a revista aqui.

Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz

A capital da Jamaica, Kingston, foi palco, entre os dias 17 e 25 de maio, da Convocatória Ecumênica Internacional pala Paz (CEIP). Este grande evento ecumênico, organizado pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI), contou com a presença de leigos e religiosos de todo o mundo. O 1° vice-presidente do CONIC, Dom Francisco de Assis da Silva, esteve presente.

A CEIP encerra a “Década para Superação da Violência” (DOV), programa idealizado pelo CMI, em 1998, durante sua Assembleia de Harare, e que começou em 2001. O evento reuniu cerca de 1.000 participantes de todo o mundo, vindos das igrejas-membro e parceiros do CMI, redes da sociedade civil e do movimento ecumênico que trabalham na área de paz e justiça.

Os quatro focos temáticos da CEIP foram “paz na comunidade”, “paz com a Terra”, “paz no mercado” e “paz entre os povos”. Estes temas foram trabalhados por meio de vários componentes da Convocatória – a vida espiritual, estudos bíblicos, plenárias, oficinas e seminários. Vale lembrar que o principal objetivo da Convocatória é contribuir com os esforços para criação uma cultura de paz justa e facilitar novas redes que incidirão sobre a paz nas comunidades e no mundo.

A lista de palestrantes da CEIP incluiu a Rev. Kässmann, o secretário-geral do CMI, Rev. Dr. Olav Fykse Tveit, Rev. Dr. Paul Gardner da Jamaica, Ernestina Lopez Bac da Guatemala, o Metropolita Dr. Hilarion de Volokolamsk da Igreja Ortodoxa Russa, o Cânon Paulo Oestreicher, da Nova Zelândia e uma dúzia de outros nomes das igrejas e comunidades religiosas de todo o mundo.

Na avaliação de Dom Francisco de Assis da Silva, o evento proporcionou reflexões profundas acerca do papel das religiões na promoção do ecumenismo e da paz mundial. “O CONIC, enquanto parceiro do CMI, está amplamente engajado na promoção de uma cultura de paz. Neste sentido, o empenho das igrejas-membro do Conselho é de vital importância para que continuemos nesse rumo”, disse.