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Católico pode ficar repostando boatos pela web?

Sei que a resposta é a mais simples que podemos dar. Não! E repito para quem não entendeu, NÃO. Nem católico e nem ninguém. Sei também que é difícil para alguns entenderem isso. Sei ainda, que os mais safos também comentem esse erro, mas é difícil entender como alguns insistem em erros feios.

guaruja
Fabiane Maria foi espancada até a morte depois de boato nas redes sociais afirmarem que ela sequestrava crianças em São Paulo. 

Escrevo isso por um motivo simples. Tenho recebido no whats app e facebook cada postagem  estranha. Elas vão desde que o filho do Lula é dono da Friboi ao Papa Francisco ser o último papa e que a Igreja sabe disso. Tem mais, postagens falando que João Paulo II retornará e será o anticristo; que Aécio é sócio do Lula; e até, pasmem, que Obama será candidato no Brasil. O que me deixa sem palavras é que pessoas de boa fé e instruídos com o Santo Evangelho creem em tudo isso.

Vejam a história da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, que morreu em maio de 2014, dois dias após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo a família, ela foi agredida a partir de um boato gerado por uma página em uma rede social que afirmava que a dona de casa sequestrava crianças para utilizá-las em rituais de magia negra.

Para evitar essas coisas eu sempre procuro ler e buscar na internet fontes seguras para cada informação. Sei que hoje não dá para confiar nos meios de comunicação, mas ainda assim são nossa melhor opção. Abaixo umas dicas para evitar essa boataria de plantão.

Verifique as fontes

Olhar quem te mandou e de onde é, é o primeiro passo. Se for de um site que você nunca viu ou sem expressão desconfie. Busque no Google. Isso vai te poupar de uma vergonha.

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Você pode gerar pânico quando não há. 

Pergunte quem sabe um pouco mais

Simples e fácil. Perguntar. Isso mesmo, pergunte a quem sabe um pouco mais sobre o assunto se é verdade. Se aquilo de fato está acontecendo.

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E crise onde não existe. 

Não seja dedos rápidos

Chegou no whats app e  você replica. Leia tudo. Informe-se do que vai postar. Afinal, é sua credibilidade que está indo junto a informação.

Essas são algumas dicas. Qual a sua para não postar bobagens na internet ou entrar para o time das fofoqueiras e coleguinhas do pai da mentira?

Por Marquione Ban

Fim do mundo? A Profecia de São Malaquias

Sao_MalaquiasCatólico Por que – A profecia atribuída a São Malaquias, bispo de Armagh (Irlanda) no século XII, não era conhecida até 1595. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que foi forjada por interessados políticos que queriam colocar sobre a Cátedra de Pedro o Cardeal Simoncelli de Orvieto precisamente “indicado pelo Espírito Santo” mediante o dístico “De antiquitate urbis”. A falsidade da profecia logo se evidenciou, pois foi eleito Papa não Simoncelli mas o Cardeal Sfondrate. Tal profecia é um instrumento da desonestidade política e não merece crédito.

* * *

A eleição do Papa Bento XVI deu ocasião a que os meios de comunicação trouxessem à tona a Profecia de São Malaquias, que prevê o fim do mundo para os próximos anos, sendo o último Papa Pedro II. Torna-se assim oportuno estudar esta matéria.

1. O conteúdo da Profecia

São Malaquias de Armagh (distinga-se do profeta Malaquias, do Antigo Testamento) nasceu na Irlanda em 1095 aproximadamente. Fez-se monge do mosteiro de Bangor (Irlanda). Ordenado sacerdote aos 25 anos empenhou-se na renovação da vida monástica, começando pelo mosteiro de Bangor, sob a orientação do arcebispo Celso, primaz da Irlanda. Feito bispo de Connor, tornou-se depois arcebispo de Armagh. Interessado na restauração dos mosteiros, era grande amigo de S. Bernardo, seu contemporâneo. Morreu na França em 1148, quando viajava para se encontrar com o Papa Eugênio III.

Deixou fama de santidade e foi muito estimado pelas gerações seguintes, de modo que, após o devido processo, o Papa Clemente III o canonizou em 1190.

A esse Santo atribui-se a famosa “Profecia dos Papas”, que terá sido escrita em 1139, quando Malaquias passou um mês em Roma. Consta de 111 (segundo outros, 113) dísticos latinos, que tentam caracterizar a figura de cada Pontífice desde Celestino II (1143-1144) até Pedro II, que deverá presenciar o fim do mundo.

Esse texto, embora seja atribuido a um autor do século XII, só se tornou de conhecimento público em 1595, quando o beneditino belga Arnoldo de Wyon o inseriu no seu opúsculo “Lignum Vitae, ornamentum et decus Eccleslae” (=”Lenho da Vida, ornamento e glória da Igreja); nessa obra, dividida em cinco tomos, Wyon enumera os monges beneditinos que ilustraram a sua Ordem, entre os quais é apresentado S. Malaquias, monge de Bangor tido como profeta.

Os 74 primeiros dísticos da lista dos Papas, no “Lignum Vitae”, são acompanhados de breve comentário, da autoría do historiador espanhol Afonso Chacón, dominicano, falecido após 1601. O comentário aplica os dizeres da Profecia aos 74 Papas que governaram desde Celestino II (+1144), um dos contemporâneos de S. Malaquias, até Urbano VIII (+1590); mostra como o conteúdo de cada oráculo se cumpriu adequadamente na figura do Pontífice ao qual é referido. Eis, por exemplo, os dísticos 3 a 7 da série:

3. Ex magnitudine montis – Eugenius III – Patria Ethruscus oppido Montis Magni
4. Abbas Suburranus – Anastasius IV – De familia Suburra
5. De rure albo – Adrianos IV – Vilis natus in oppido Sanct Albani
6. Ex tetro carcere – Victor IV – Fuit Cardinalis S. Nicolai in carcere
7. Via Transtiberina – Callistus III – Guido Cremensis Cardinalis S. Mariae Transtiberim

O que quer dizer:

3. Da grandeza do monte – Eugênio III – De origem etrusca em cidade do Monte Grande
4. Abade Suburrano – Anastácio IV – Da familia Suburra
5. Do campo branco – Adriano IV – Nasceu pobre na cidade de S. Albano
6. Do cárcere escuro – Vítor IV – Foi Cardeal de S. Nicolau no cárcere de Túlio
7. Via além do Tibre – Calisto III – Gui de Cremo, Cardeal de Sta. Maria Além do Tibre

O comentário de Chacón, indicando quando (na História) começa a série dos Papas da lista, permite calcular aproximadamente a época em que se dará o fim do Papado e a segunda vinda do Senhor; assim contam-se 38 Pontífices desde Urbano VII (+1590) até o fim do mundo; João Paulo II (De labore Solis, do sofrimento do Sol) teria ainda três sucessores; o último, Pedro II, veria, com a geração dos seus contemporâneos, a consumação da História.

papas

Eis os últimos dísticos da lista:

“101. Crux de cruce (Cruz da cruz) – Pio IX (1846-1878)
102. Lumen in caelo (Luz no céu) – Leão XIII (1878-1903)
103. Ignis ardens (Fogo ardente) – Pio X (1903-14)
104. Religio depopulata (Religião devastada) – Bento XV (1914-22)
105. Fides intrepida (Fé intrépida) – Pio XI (1922-1939)
106. Pastor Angelicus (Pastor angélico) – Pio XII (1939-58)
107. Pastor et Nauta (Pastor e Navegante) – João XXIII (1958-63)
108. Flos Florum (Flor das Flores) – Paulo VI (1963-78)
109. De Medietate Lunae (da Lua crescente ou da meia-lua) – João Paulo I (1978)
110. De Labore Solis (Do sofrimento do Sol) – João Paulo II (1978-2005)
111. Gloria olivae (Glória da Oliveira) – Bento XVI (2005-…)
112. In persecutione extrema S. R. E. sedebit (Governará durante extrema perseguição da Santa Igreja Romana)
113. Petrus Romanus, qui pascet oves in multis tribulationibus; quibus transactis, civitas septicollis diruetur, et ludex tremendus iudicabit populum. Finis (Pedro Romano, que apascentará as ovelhas em meio a muitas tribulações. Passadas estas, será destruida a cidade das sete colinas e o tremendo Juiz julgará o seu povo. Fim)”.

Trata-se agora de examinar que valor se deve atribuir a tal Lista de Papas.

2. A autoridade da Profecia

Como se compreende, há quem defenda a credibilidade da lista dos Papas, como também há quem a recuse. Examinemos uma e outra sentença.

2.1. O “Sim” à Profecia

A “Profecia de Malaquias”, logo depois de divulgada em 1595, obteve sucesso considerável. É inegável que os dísticos interpretados por Chacón se aplicam bem aos Papas desde Celestino II até Urbano VII. Eis alguns exemplos mais frisantes:

– “Avis Ostiensis” (Ave de Óstia) convém adequadamente a Gregório IX (1227-41), que foi Cardeal-bispo de Óstia e tinha uma águia em seu brasão;

– “De parvo homine” (Do homem pequeno) corresponde a Pio III (+1503), que se chamava Francisco Piccolomini (=Pequeno homem);

– “Jerusalem Campaniae” (Jerusalém da Campanha) designa bem Urbano IV (1261-64), nascido em Troyes (Champanha) e Patriarca de Jerusalém.

De Urbano VII (+1590) em diante, Chacón não interpretou mais os oráculos. Muitos historiadores, porém, julgam que continuam a quadrar bem com as figuras dos Pontífices que se têm assentado sobre a cátedra de Pedro.

Assim, para tomar exemplos recentes, indicar-se-iam:

– “Crux de cruce” (Cruz oriunda da cruz), dístico que designa Pio IX (1846-78) com acerto, pois este Pontífice sofreu duros golpes da parte da Casa de Savóia, em cujo emblema figurava uma cruz;

– “Religio depopulata” (Religião devastada) é dístico bem adaptado a Bento XV (1914-22), que durante o seu pontificado assistiu a Primeira Guerra Mundial;

– “Fides intrépida” (Fé intrépida) corresponde a Pio XI (1922-39), Pontífice das missões e defensor da verdade contra as modernas teorias sociais e políticas;

– “Pastor et Nauta” (Pastor e Navegante) parece caracterizar bem o Papa João XXIII, ex-Patriarca de Veneza, cidade das gôndolas, reconhecido por sua ardente têmpera de Pastor de almas… Mas inegavelmente este dístico caracteriza ainda melhor os Papas seguintes: Paulo VI e principalmente João Paulo II, que percorreram todos os continentes da Terra em suas viagens apostólicas.

Admitida a veracidade da Profecia na base das observações acima, julgam alguns autores que o fim do mundo não está longe, pois só deverá haver dois Papas até a segunda vinda de Cristo.

Procurando interpretar os dísticos acima, há quem queira prever a história dos tempos finais nos seguintes termos:

– As divisas “Pastor Angelicus” (Pio XII), “Pastor et Nauta” (João XXIII) e “Flos florum” indicam um período de grande paz e bonança para a religião (foram mesmo os tempos de Pio XII, João XXIII e Paulo VI?). Santidade angélica deve florescer no Pastor e nas ovelhas da Igreja; o Pastor, sendo navegante, gozará de grande prestígio no mundo inteiro e empreenderá viagens intercontinentais a fim de confirmar a pregação do Evangelho em toda parte.

– As três últimas divisas insinuam os acontecimentos que deverão preceder imediatamente a manifestação do Anticristo: flagelos, como uma calamitosa expansão do Islamismo (“Lua crescente”), penas e fadigas sobre os filhos da luz (“Sol”); além disto, a almejada conversão dos judeus a Cristo (a oliveira simboliza o povo judaico em Romanos 11,17-29). Depois disto, sob o Papa Pedro II, Cristo aparecerá como Juiz Universal…

Que dizer dessas conjeturas?

Carecem de autoridade. Usando de toda a objetividade, bons críticos modernos não hesitam em rejeitar a autenticidade da Profecia de S. Malaquias.

2.2. A recusa da autenticidade

Quem primeiramente impugnou o valor das Profecias, apelando para argumentos ainda hoje plenamente válidos, foi o Pe. Ménestrier S.J., no seu livro “Réfutation des Prophéties faussement attribuées á S. Malachie sur les élections des Papes” (Paris, 1689). Eis as principais razões desde então aduzidas contra a genuinidade das profecias:

1) durante cerca de 450 anos, isto é, desde S. Malaquias (+1148) até o opúsculo “Lignum Vitae” (1595), jamais autor algum fez alusão aos oráculos de S. Malaquias; nem os historiadores medievais e renascentistas, ao escrever a Vida dos Papas, mencionam tal documento, que certamente deveria ser citado, caso fosse conhecido. E por que motivo, em que circunstancias, teria este caído nas mãos de Chacón, seu comentador, após 450 anos de ocultamento? E como de Chacón terá sido transmitido a Wyon, que o editou pela primeira vez?

2) Ao argumento do silêncio associa-se a verificação de falhas históricas e teológicas na Profecia de Malaquias. De fato, na lista dos Papas figuram antipapas (como Vítor IV, 1159-64; Nicolau V, 1328-30; Clemente VII, 1378-94), efeito este que dificilmente se poderia atribuir à inspiração divina. A finalidade mesma da Profecia (insinuar a época do fim do mundo) parece contrariar a intenção de Cristo, que em mais de uma ocasião se negou a revelar aos homens a data do juízo final (cf. Marcos 13,32; Atos 1,7). Além disto, a aplicação dos dísticos aos respectivos Papas baseia-se em notas por vezes acidentais na figura dos respectivos Pontífices, o que lhe dá um cunho de arbitrário; assim Nicolau V (legítimo Papa de 1447 a 1455) traz a divisa “De modicitate Lunae” (Da pequenez da Lua) por ter nascido de familia modesta no lugar chamado Lunegiana; Pio II (1458-1464) é assinalado “De capra et albergo” (Da cabra e do albergue) por haver sido secretário dos Cardeais Capranica e Albergati!

Positivamente, podem-se indicar as circunstancias que deram ocasião à falsificação: observe-se, antes do mais, que as divisas dos Papas até 1590 aludem todas a traços concretos e particulares de cada Pontífice: lugar e família de origem, cargos exercidos antes da eleição, figuras dos brasões, etc. De 1590 em diante, porém, os oráculos referem apenas qualidades morais, cuja aplicação é assaz vaga, podendo convir a mais de um Pontífice; assim “Vir religiosus” (Varão religioso), “Ignis ardens” (Fogo ardente), “Fides intrepida” (Fé intrépida); qual Papa não merecería estes qualificativos, caso não fosse de todo indigno?

Observada esta diferença, julgam alguns críticos que a “Profecía de S. Malaquias” foi forjada justamente nesse ano de 1590, quando o falsificador já conhecia parte da história dos Papas que ele havia de caracterizar, ficando-lhe desconhecida a outra parte (a do futuro). O ensejo para se inventar a “Profecia” terá sido o conclave de 1590, após a morte de Urbano VII; o certame foi árduo, durante um mês e 19 dias. Entre os Prelados mais em vista, achava-se o Cardeal Simoncelli, cidadão de Orvieto e antigo bispo desta cidade; ora, pensa-se que os amigos de Simoncelli pretenderam favorecer a eleição deste candidato apresentando aos interessados uma lista “profética” de Papas em que o sufragado pelo Espirito Santo após o Pontífice Urbano VII era o Papa “De antiquitate urbis” (Da antiguidade da cidade), isto é, o Papa de Orvieto (=”Urbs vetus” =”cidade antiga”); em vista disto, terão forjado uma série de dísticos papais condizentes com a realidade desde Celestino II (no séc. XII), mas assaz arbitrária após Urbano VII. Essa lista, com a qual os mistificadores quiseram associar até mesmo o nome abalizado de S. Malaquias, não logrou o desejado efeito, pois na verdade quem saiu eleito do conclave foi o Cardeal Sfondrate, arcebispo de Milão, que tomou o nome de Gregório XIV…

É esta uma das explicações mais correntes dos motivos que terão inspirado a pseudo-profecia de S. Malaquias!

Ménestrier, na obra referida, cita outro caso semelhante de recurso à “autoridade divina” para decidir a eleição de um Papa. Após a morte de Clemente IX (1669), alguns adeptos do candidato Cardeal Bona, lembrando-se do texto de Eclesiástico 15,1: “Qui timet Deum, faciet bona” (Quem teme a Deus, fará obras boas [Bona]), espalharam o seguinte trocadilho: “Grammaticae leges plerumque Ecclesia spernit: Esset Papa bonus si Bona Papa foret” (=”As leis da gramática, geralmente a Igreja as despreza: Haveria um bom Papa, se Bona Papa fosse”).

Diante dessas observações da crítica abalizada, vê-se que vão seria evocar a “Profecia” de S. Malaquias, seja para ilustrar a história do Papado, seja para prever o decurso dos futuros tempos ou mesmo a época da segunda vinda de Cristo!

3. Magistério da Igreja e profecias

No século XV e no sécuto XVI (quando foi redigida a “Profecia de S. Malaquias”) grande número de “profetas” se apresentavam ao público, predizendo o fim do mundo; diziam ter visões, sobre as quais pregavam em altas vozes. Tal foi o caso, por exemplo, de Pedro Boaventura, eremita não sacerdote, que afirmava ser ele mesmo o “Papa angélico”, salvador do mundo; anatematizava o Papa de Roma e os Cardeais, declarando que os fiéis deviam separar-se de Roma para salvar-se e dirigia cartas aos reis pedindo que o ajudassem. Seguiram-no 20.000 partidários. Outros pregadores na época diziam falar em nome de Deus, anunciando o fim do mundo e iminentes flagelos para a Igreja e o Pontífice Romano.

Lutero (+1546) também se apresentava como salvador da Igreja, embora não tivesse a pretensão de ser Papa.

Diante de tais mensagens tomaram posição os Concílios de Latrão V (1516-17) e de Trento (1543-65). Aos 19.12.1516, o de Latrão, presidido pelo Papa Leão X, promulgou um decreto importante: após recordar que existe na Igreja o carisma da profecia concedido pelo Espirito Santo, chamou a atenção para o perigo de se crer, sem discernimento, em tudo o que seja extraordinário; em consequência, o Concilio reservou à Santa Sé a tarefa de aprovar ou não revelações particulares antes que fossem dadas a público. De modo especial, proibiu o anúncio de alguma data para a vinda do Anticristo e do Juízo Final, visto que tal mensagem contraria todo o teor da pregação de Jesus: Este afirmou explicitamente que “não compete aos homens conhecer os tempos e os momentos que o Pai fixou com sua própria autoridade” (Atos 1,7; cf. Mateus 24,36; Marcos 13,32).

As normas do Concílio de Latrão V são válidas até nossos dias, quando também se verifica um pulular fantasioso de profecias, que pretendem definir a data do fim do mundo com as catástrofes precursoras. Em vez de se deter em previsões imaginosas e vãs, é para desejar que o cristão se volte para o que Deus certamente lhe pede no momento presente e cumpra sua missão com zelo.

  • Fonte: Revista Pergunte e Responderemos nº 517, págs. 298-304, julho/2005.

“Profecia” maia sobre fim do mundo não tem base científica alguma, esclarece astrônomo do Vaticano

Pe. José Funes

(ACI/EWTN Noticias).- O diretor do Observatório Astronômico do Vaticano, o jesuíta argentino José Gabriel Funes, escreveu em um artigo para o jornal L’Osservatore Romano que o mundo não acabará no dia 21 de dezembro deste ano tal como assegura uma publicitada profecia dos maias.

Segundo esta “profecia”, o mundo deve terminar com o alinhamento dos planetas e do sol com o centro da Via Láctea e a inversão dos pólos magnéticos do campo terrestre. O Pe. Funes considera que atualmente “a base científica dessas afirmações é obviamente falsa”.

O sacerdote jesuíta afirma que conhece bem a cultura maia e toma com humor o fato de que o mundo acabar. Em 2003 visitou as ruínas do centro maia de Copán -onde se percebe o assombroso avanço astronômico desta civilização-. Então, o perito ensinava na Universidade de Tegucigalpa (Honduras) um curso de astronomia extragaláctica, “que não se trata de um estudo dos jogadores do Real Madrid, mas sim das galáxias”, brinca.

Ele refere que o Google oferece mais de 40 milhões de resultados sobre a temática maia e os cientistas da atualidade que falam do impressionante avanço sobre o conhecimento dos astros entre os maias, mas isso não significa que suas teorias sejam perfeitas.

Os maias mediam o tempo de maneira cíclica e estavam interessados em encontrar um desenho repetitivo do cosmos que pudesse dar-se no futuro, de maneira que sua astronomia se desenvolvia em base à política e a religião com a obsessão dos ciclos temporários.

Neste sentido assinalou que embora possa tonar fascinante o estudo da astronomia maia, o universo foi criado há 14 trilhões de anos e segundo os dados atuais sabe –se que este se encontra em expansão contínua.

Para o jesuíta, o universo e a história têm sentido e no interior do ser humano está a convicção fundamental de que a morte não pode ter a última palavra.

“A cosmologia nos mostra que o universo caminha a um estado final de frio e de escuridão; a mensagem cristã nos ensina por outro lado que na ressurreição final, o último dia, Deus reconstituirá cada homem e cada mulher e o universo inteiro”, concluiu.

O que você faria hoje se o mundo fosse acabar amanhã?

Jéssica Marçal – Da Redação Canção Nova

O que você faria hoje se o mundo fosse acabar amanhã? Segundo especulações mais recentes, o mundo irá acabar daqui a aproximadamente duas semanas, no dia 21 de dezembro.

O fim do mundo é um assunto que preocupa muita gente e causa diversas reações: medo, agitação, ansiedade, indiferença. Tais comportamentos podem variar de acordo com a filosofia de vida de cada pessoa, com sua crença.

Os católicos, por exemplo, acreditam no fim dos tempos, que se refere à segunda vinda de Cristo, o que não significa que o mundo vai acabar.

“Nós acreditamos que, com a segunda vinda de Cristo, acontecerá céus novos e terra nova, onde nós viveremos com Cristo. Fim do mundo é a morte, fim deste mundo. Só que nós acreditamos que nós somos apenas peregrinos neste mundo, o nosso lugar é o céu”, comentou o padre Arlon Cristian da Costa, da Comunidade Canção Nova.

Assim sendo, o sacerdote lembrou que a Igreja não acredita que o mundo vai acabar no dia 21 de dezembro. O padre Demétrio Gomes, Diretor do Instituto Filosófico e Teológico do Seminário São José, na arquidiocese de Niterói (RJ), explicou que, a partir da Revelação, sabe-se que o mundo não é definitivo, o que significa que ele terá o seu fim. Porém, não se sabe quando isso vai acontecer.

“O próprio Filho do Homem disse que nós não sabemos nem o dia e nem a hora em que isso acontecerá. Então desde o início dos séculos sempre apareceram falsos profetas que anunciaram o fim do mundo e, como era de se esperar, todas essas previsões deram por água abaixo, continua sendo válido aquilo que o Senhor disse a seus discípulos”.

Comportamento humano diante do fim do mundo

Várias são as hipóteses levantadas para o fim do mundo, mas o que costuma ser comum é o comportamento do homem frente a essa possibilidade. Normalmente, as pessoas tendem a se preocupar com o aspecto material, querendo realizar tudo aquilo que elas não puderam fazer. O lado espiritual, por sua vez, nem sempre é contemplado.

Para o padre Adilson Ribeiro dos Santos, coordenador do grupo de psicólogos católicos da arquidiocese do Rio, as pessoas são fruto do tempo presente e hoje elas estão inseridas em um mundo consumista, que colocam desejos passageiros e que deixam as pessoas em um ritmo frenético. Dessa forma, passam a querer adquirir tudo a todo custo.

Viver uma situação dessas, segundo o padre, vai causando um esvaziamento de si mesmo, uma falta de princípio de valores e deixa o homem angustiado e ansioso. “Dentro do campo do comportamento humano, é o que resulta nesse consumismo desenfreado”.

Rompimento com os valores

Diante da hipótese da proximidade do fim do mundo, é possível o surgimento de desejos que a pessoa não alimentaria em sua vida, talvez por ir contra suas crenças e comportamentos mais enraizados.

Segundo padre Adilson, as pessoas vivem a partir de normas e, tomando como exemplo o campo religioso, elas se adequam a essas regras porque desejam viver a experiência com Deus. No entanto, o mundo também provoca desejos.

“O tempo presente também vai te provocando outras coisas que você, às vezes, deixa de fazer e, vendo que o fim do mundo está prestes a acontecer, às vezes brota também o desejo de viver essas situações que estão em desacordo com a fé”.

O padre enxerga essa questão como uma certa imaturidade, um fenômeno que ele chama de “adultossência”. Isso seria o fato de que a pessoa está em uma fase em que deveria ser madura, mas não é.

“Por você, emocionalmente e psicologicamente, ainda não estar bem assentado e desenvolvido no processo humano, você acaba regredindo e tendo comportamentos às vezes impulsivos e aí vai se deixando influenciar por aqueles que estão à sua volta”, disse.

Preparação espiritual

E se por um lado o fim do mundo desperta a vontade de satisfazer desejos humanos, mesmo os mais improváveis e surpreendentes, por outro coloca em questão o aspecto espiritual.

A partir da passagem bíblica presente em Ato dos Apóstolos (1, 4-8), o teólogo e professor Felipe Aquino comentou que a Igreja entende que Deus não quer que a gente faça especulações sobre quando Jesus vai voltar, principalmente no sentido de marcar datas.

“O que a Igreja recomenda mesmo, e inclusive nesse tempo do Advento se insiste, é que a gente esteja preparado. Assim como a gente deve estar preparado para a primeira vinda dele no Natal, a gente deve estar preparado para a sua segunda vinda”.

Padre Demétrio lembrou que tudo o que gera temor em relação ao futuro não é do espírito cristão, uma vez que o Senhor é o “Príncipe da Paz” e não quer gerar essa má ansiedade no coração de seus filhos.

“Ele quer sim que nós, esperando sua vinda gloriosa, esperando o fim desse mundo passageiro e o começo de uma nova criação, nós estejamos a todo momento preparados através de uma contínua purificação e conversão para que quando Ele venha encontre em nós a imagem de seu Filho, homens e mulheres restaurados pelo Cristo e Ele, identificando o seu Filho em cada um de nós, nos acolherá para vivermos eternamente com Ele no céu. Essa deve ser a nossa atitude”.

A 19 dias do “fim do mundo” (não vai acabar): veja o que as religiões pensam sobre o fim e a profecia Maia

Cartaz do filme de ficção 2012
Cartaz do filme de ficção 2012

Terra – Quase todas as religiões falam de um apocalipse, de uma renovação dos seres, do retorno de um messias ou de transições para novas eras. Mas elas não dão uma data para esses acontecimentos. Para muitas pessoas, esse dia está bem próximo: 21 de dezembro de 2012.

Há muitos rumores sobre 21/12/2012. Tem quem diga que a vida na Terra se extingue nessa data, como teria previsto uma profecia da civilização maia. Entre as catástrofes para o dia derradeiro, estariam chuva de meteoros, planetas em rota de colisão com a Terra, erupções solares e inversão dos polos. Pessoas estão se escondendo em bunkers, alertando familiares, estocando comida e até se refugiando em casas preparadas para os piores desastres. Até a Nasa lançou nota oficial sobre o assunto, com receio de suicídios coletivos prévios ao suposto apocalipse.

Por sorte, não há fatos nem lógica que corrobore os boatos. O psicanalista e espiritualista Lázaro Freire explica que tudo não passa de interpretações errôneas do calendário maia. Segundo Freire, não há profecias detalhadas de autoria da cultura maia sobre o que poderia acontecer com o mundo em 2012. O que existe é uma data final para o calendário maia, o qual se encerra neste ano. Mas, como a civilização foi exterminada por volta de 1500, no México, é compreensível que suas previsões não tenham ido mais longe.

Não se sabe explicar ainda por que o mito foi tão alimentado. Boa parte do que está escrito nos calendários “maias” que vêm sendo distribuídos recentemente contém elementos de outras culturas, como hexagramas (origem chinesa), chacras (origem hindu), entre outros que pouco ou não tem a ver com algo que teria vindo do México. Outro elemento que pode ter tumultuado o imaginário popular é o filme 2012, lançado em 2009. A obra, estrelada por John Cusack, mostra um grupo de pessoas tentando se salvar em um mundo repleto de ameaças, como erupções de vulcões, terremotos e tsunamis.

Outra correlação feita é a do conhecimento dos maias em relação à astronomia e às citações de uma nova era, mas muitos povos têm suas interpretações e previsões a respeito de diferentes eras. Para o membro da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, o teólogo Isidoro Mazzarolo, boatos sobre o fim do mundo foram muito comuns na história do Ocidente. Ele acredita, porém, que ninguém tenha conhecimento suficiente para identificar uma “causa eficiente” que possa provocar, de fato, a destruição do planeta Terra.

As religiões têm diferentes visões sobre o tema. Confira

Pluralismo (1)

Catolicismo

O teólogo e professor da PUC-RJ Isidoro Mazzarolo explica que a religião católica, em particular, e o Cristianismo, em geral, veem o fim do mundo como o Apocalipse. No Apocalipse Cristão, o fim do mundo está ligado à Segunda Vinda de Cristo e à instauração de uma nova terra e um novo céu. “(Para os católicos) a data desse acontecimento ninguém conhece, somente Deus sabe. É no livro de Isaías (o terceiro livro bíblico), como a restauração de Israel, depois do exílio da Babilônia e entendido como nova etapa da história do povo, governado por Deus”, afirma Mazzarolo.

Protestantes (Evangélica)

As religiões evangélicas pentecostais e não pentecostais têm uma visão similar à Católica: ninguém exatamente sabe quando acontecerá o fim do mundo. Entretanto diversos seguidores do Evangelho nos Estados Unidos estão estocando alimentos e outros utensílios como forma de preparação para um possível fim do mundo em 2012. De acordo com uma pesquisa encomendada pela CNN e pela revista Time, aproximadamente um terço dos 50 milhões de evangélicos americanos acreditam que o fim do mundo está próximo ,e que Israel terá um papel central no “desencadeamento dos eventos apocalípticos”.

Muçulmana

De acordo com Gamal Foaud El Oumari, vice-presidente da Comunidade Muçulmana do Paraná e membro do Instituto Brasileiro de Estudos Islâmicos, os muçulmanos professam que apenas Allá sabe ao certo quando o mundo ruirá. Porém, segundo El Oumari, algumas profecias se concretizarão, mas os muçulmanos “devem saber diferenciar a profecia Divina da mundana, que é proferida pelos seres humanos. A profecia maia é vista dessa forma e não mereceria crédito”.

No fim do mundo, na crença muçulmana, Deus virá para acabar com a injustiça e a opressão. Imam Mahdi, último sucessor do profeta Mohammad, viria junto com Jesus Cristo, para apoiá-lo a combater as injustiças na Terra.

Espiritismo

Segundo o vice-presidente da Federação Espírita Brasileira, Geraldo Campetti Sobrinho, os Espíritas acreditam que a Terra vive um momento de transição, saindo de “uma fase onde impera mal para um mundo um pouco mais feliz”. Para Sobrinho, na visão espírita, o bem venceria em outro mundo, mas que não é possível precisar uma data como na profecia maia. “Allan Kardec (que viveu até 1869, na França), em sua época, dizia que o processo de renovação da Terra já havia iniciado. Estamos todos sendo testados individualmente nesse momento de transição”, explicou Sobrinho.

Judaísmo

Diferentemente das religiões Cristãs e do Islamismo, os judeus não acreditam que um Messias já tenha passado pela Terra. Portanto, na visão Judaica, o Messias ainda está por vir para preparar os humanos para uma nova fase, na qual o mundo seria mais elevado, e a natureza, transformada. “Antes disso, ainda acontecerá a Ressurreição dos Mortos, onde os justos são resgatados para viver essa época”, afirmou o rabino Hugo Gitz. Segundo ele, não há uma data prevista para esse acontecimento.

Budismo

No Budismo, não existe uma menção específica ao fim do mundo. Entretanto há uma teoria similar ao que seria o Apocalipse das religiões Cristãs. A era Mappou significa término ou final – um momento de transformação, em cenário “atemporal” no qual os ensinamentos, práticas e efeitos do Dharma (lei natural) se ocultariam em função da ignorância dos seres.

21/12/2012: O fim do mundo?

Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba (MG)
Cartaz do filme de ficção 2012
Muita gente está assustada com as previsões feitas para o dia 12/12/2012. Isto não passa de mais um momento de sensacionalismo, daquilo que é próprio de uma cultura cheia de vulnerabilidade e insegurança. Dizem ser o “dia galáctico”, até interpretado como “fim do mundo”. Apenas digo ser verdade que a profecia não é verdade.
O profeta Daniel descreve o fim dos tempos e a evidência da ressurreição (Dn 12, 1-3). Mas tal realidade só pode acontecer por uma intervenção decisiva de Deus, quando cada pessoa receberá o destino de acordo com o seu proceder na terra: uns para a vida eterna e outros para a ignomínia eterna.
Daniel cita a sabedoria como aquilo que constrói o destino das pessoas. Quem age com meios violentos não consegue fazer prevalecer o direito de Deus. É a partir daí que vai acontecer o julgamento divino, “que tarda, mas não falha”. O que vai ficar é a justiça divina e a glória para quem a faz acontecer.
A meta da história está centrada no fato de que é Deus quem a dirige, levando consigo a ideia de seu triunfo final sobre todo o mal. Isto significa que o mundo tem uma meta, a consumação do plano de Deus. Cabe às pessoas uma atitude de vigilância, porque há uma certeza de que o Senhor virá.
Na visão bíblica, parece não existir fim do mundo, mas fim dos tempos, que vai coincidir com o retorno de Jesus Cristo na glória de sua ressurreição. Ele virá para julgar o mundo e a história. O povo eleito, disperso por toda a terra, será reunido e os justos estarão definitivamente com o Senhor.
O cristão deve ter em mente que o fim é acontecimento presente, que influencia seu pensar, julgar e agir. Um presente que é passageiro, transitório, mas apoiado na firmeza da Palavra do Senhor. Só Deus pode determinar o que chamamos de fim dos tempos. O dia vai chegar, mas isto não está nas mãos dos homens, mas de Deus.

Prepare-se: o mundo vai acabar!

Dom Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados (MS)

Agora é oficial: finalmente, depois de ter sido anunciado pela milionésima vez, o mundo vai terminar no dia 21 de dezembro de 2012. O jeito é preparar-se e… ver para crer!

Desta vez, quem faz a profecia são os maias – mas há “estudiosos” que a atribuem aos astecas – os primeiros habitantes do México. De acordo com a sua cosmologia, desde o seu início, o planeta foi percorrendo cinco grandes ciclos, cada um com 5.125 anos. Quatro já passaram, e acabaram sempre em destruição. O próximo vai terminar no dia 21 de dezembro de 2012. E o que desencadeará o fim do mundo? De acordo com os “entendidos” – os leitores percebem logo que não é o meu caso! – naquele dia, o sol do solstício vai se alinhar com o centro da Via Láctea – o que acontece a cada 26.000 anos!

Ao mesmo tempo – sempre segundo as profecias – ocorrerá outro raro fenômeno, que é a mudança do eixo da terra em relação à esfera celeste. A inversão dos polos ocasionará uma avalanche de terremotos, tsunamis e vulcões, que acabarão em poucos instantes com a raça humana.

Mas, para não assustar ninguém com profecias que, de tão costumeiras, perdem cada mais a sua força, entra em cena a ciência para garantir que o mundo vai acabar, sim; não, porém, em 2012, mas daqui a um bilhão de anos, quando as temperaturas serão tão escaldantes, que nenhuma vida conseguirá resistir.

Se já agora, há pessoas que acham o calor insustentável, imagine-se o que acontecerá então! E quem é o culpado de tudo isso? Graças a Deus, por esta vez não é o homem, mas o sol que, como qualquer outro ser “vivo”, caminha, ele também, para a velhice e a morte. É o que afirma, entre inúmeros outros colegas, Gustavo Rojas, astrofísico da Universidade Federal de São Carlos: «Quando o hidrogênio de seu núcleo vai acabando, a conseqüência é a estrela aumentar. Isso interfere em seu brilho e na energia que chega à terra».

O sol é um amontoado de gás incandescente. Seu “combustível” não dura para sempre, e a substituição do hidrogênio pelo hélio fará com que suas camadas externas se expandam. Seu tamanho aumentará aproximadamente 200 vezes, o suficiente para atrair a si – e fazê-los desaparecer! – vários planetas, como Mercúrio, Vênus e, talvez, a própria terra. O calor se espalhará por toda a sua extensão, e ele acabará transformado numa bola gigante, cada vez mais fria e avermelhada.

As condições de vida na terra, porém, se deteriorarão muito antes. «Daqui a um bilhão de anos, com o aumento do brilho do sol, os oceanos já terão evaporado. Até as rochas derreterão. A vida já terá acabado», garante Carolina Chavero, do Observatório Nacional do Rio de Janeiro. Se ela estiver certa, será mais fácil a humanidade desaparecer da face da terra por um desastre que ela mesma produziu do que por um fenômeno astronômico.

Assim sendo, haverá ainda muito tempo e lugar para que os “profetas” continuem sua tarefa de anunciarem o fim do mundo…
Mas – já que perguntar não ofende – valerá a pena perder tempo em conjeturas que não levam a nada, quando o próprio Jesus afirmou que «quanto a esse dia e a essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos do céu, nem o Filho do homem, mas somente o Pai» (Mt 24,36)?

Muito mais simples e inteligente é fazer nossa a recomendação que São Pedro dava aos primeiros cristãos: «Há uma coisa que vocês, amados, não deveriam esquecer: para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos são como um dia. O Senhor não demora para cumprir o que prometeu, como alguns pensam, achando que há demora; é que Deus tem paciência com vocês, porque não quer que ninguém se perca, mas que todos cheguem a se converter. O Dia do Senhor chegará como um ladrão, e então os céus se dissolverão com estrondo, os elementos se derreterão, devorados pelas chamas, e a terra desaparecerá com tudo o que nela se faz. Em vista dessa desintegração universal, qual não devem ser a santidade de vida e a piedade de vocês, enquanto esperam e apressam a vinda do Dia de Deus? Nesse dia, ardendo em chamas, os seus se dissolverão e os elementos se fundirão consumidos pelo fogo. O que nós esperamos, conforme a promessa dele, são novos céus e nova terra, onde habitará a justiça» (2Pd 3,8-13).