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Procissão do Encontro: a emocionante celebração da Semana Santa em todo o mundo

A procissão do encontro é uma das mais belas e emocionantes celebrações da Semana Santa em muitas partes do mundo, especialmente na América Latina e na Espanha. Nesta quarta-feira santa geralmente é feita nas comunidades e paróquias pelo mundo. E, neste post, vamos explorar a história e o significado dessa procissão única e como ela é celebrada em algumas das principais cidades do mundo.

História e Significado da Procissão do Encontro

A procissão do encontro é uma celebração que ocorre na Quinta-feira Santa ou na Sexta-feira Santa, dependendo da tradição local. A procissão representa o encontro de Jesus Cristo com sua mãe, Maria, no caminho para o Calvário. A procissão é dividida em duas partes: a primeira parte representa o caminho de Jesus carregando a cruz, enquanto a segunda parte representa o caminho de Maria seguindo seu filho.

A procissão do encontro é uma celebração carregada de simbolismo e significado. Ela simboliza a dor e o sofrimento que Jesus e Maria enfrentaram durante a Paixão de Cristo, mas também representa a fé e a esperança em sua ressurreição. A procissão também destaca a importância da devoção mariana na tradição católica, e a profunda conexão entre Maria e seu filho Jesus.

Celebrações da Procissão do Encontro em todo o mundo

A procissão do encontro é celebrada em muitas partes do mundo, mas é particularmente popular na Espanha e na América Latina. Vamos dar uma olhada em como a procissão é celebrada em algumas das principais cidades.

  1. Sevilha, Espanha: A procissão do encontro em Sevilha é uma das mais famosas e espetaculares do mundo. A procissão começa no final da tarde da Quinta-feira Santa, quando as imagens de Nossa Senhora das Dores e Jesus da Sentença são levadas em procissão pelas ruas da cidade. As duas procissões encontram-se na Plaza de San Francisco, onde há uma comovente representação do encontro de Jesus e Maria.
  2. Quito, Equador: A procissão do encontro em Quito é uma das mais antigas e tradicionais das Américas. A procissão começa na manhã da Sexta-feira Santa, quando as imagens de Nossa Senhora da Soledad e Jesus Nazareno são levadas em procissão pelas ruas da cidade. As duas procissões encontram-se em frente à igreja de San Francisco, onde há uma emocionante representação do encontro de Jesus e Maria.
  3. San Luis Potosí, México: A procissão do encontro em San Luis Potosí é uma das mais impressionantes e bem organizadas do México. A procissão começa na noite da Sexta-feira Santa, quando as imagens de Nossa Senhora das Angústias e Jesus Nazareno são levadas em procissão pelas ruas da cidade. As duas procissões encontram-se na Plaza de Armas, onde há uma comovente representação do encontro de Jesus e Maria.
  4. Malaga, Espanha: A procissão do encontro em Malaga é uma das mais movimentadas e animadas da Espanha. A procissão começa na noite da Quinta-feira Santa, quando as imagens de Nossa Senhora das
Procisão do Encontro em São João Del Rei, Minas Gerais

Por Marquione Ban

A Semana Santa na Tradição Católica: Uma Jornada Espiritual pela Vida, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo

A Semana Santa é um período importante para os católicos de todo o mundo. A semana começa com o Domingo de Ramos, onde é celebrada a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, montado em um jumento. Durante essa celebração, muitas pessoas trazem ramos de palmeiras e participam de procissões em homenagem a Cristo.

“A Semana Santa é uma semana de graça infinita para toda a humanidade.” – Papa João Paulo II

Ao longo da semana, muitas igrejas realizam a Via-Sacra, um ritual que relembra a caminhada de Jesus em direção ao calvário, onde ele foi crucificado. Nesse ritual, as pessoas seguem uma série de estações que retratam cada passo da Via Crucis, desde a condenação de Jesus até a sua morte e sepultamento.

Outro ritual importante da Semana Santa é a missa do Lava-Pés, realizada na quinta-feira santa. Durante essa cerimônia, o sacerdote lava os pés de doze pessoas, em memória do gesto de humildade de Jesus, que lavou os pés de seus discípulos antes da Última Ceia.

“Se soubermos acompanhar Jesus no seu caminho, ele nos renovará, nos transformará, nos dará uma nova vida.” – Papa Francisco

Na Sexta-feira Santa, é celebrada a Paixão de Cristo, onde é relembrada a morte de Jesus na cruz. Em muitas igrejas, é realizada uma procissão com uma imagem de Jesus morto, que é seguida por fiéis em sinal de respeito e devoção.

A Semana Santa culmina com a celebração da Páscoa, que é o dia em que Jesus ressuscitou dos mortos. A celebração da Vigília Pascal é o momento mais importante da liturgia da Páscoa. Durante essa cerimônia, é celebrada a luz, que é a representação da luz de Cristo, que ilumina a escuridão do mundo.

Em resumo, a Semana Santa é um período de grande importância para os católicos, onde são celebrados os momentos mais significativos da vida de Jesus Cristo. Durante a semana, são realizados vários rituais e cerimônias que lembram a trajetória de Jesus em direção à morte e ressurreição, culminando com a celebração da Páscoa, que representa a vitória de Cristo sobre a morte.

“A Semana Santa é a semana do amor, é a semana da entrega total, é a semana da salvação.” – São João Paulo II

Onde posso saber mas sobre os ritos e tadições da Semana Santa?

Existem vários documentos da Igreja Católica que oferecem orientações sobre a celebração da Semana Santa. Aqui estão alguns exemplos:

  1. “Paschalis Sollemnitatis” – Este é o documento oficial do Vaticano que estabelece as normas para a celebração da Semana Santa. Ele inclui informações sobre a liturgia do Tríduo Pascal, bem como sobre as celebrações da Quinta-feira Santa e da Sexta-feira Santa.
  2. “Mysterii Paschalis” – Este documento foi emitido pelo Papa Paulo VI em 1969 e fornece orientações sobre a celebração da Semana Santa após as reformas litúrgicas do Concílio Vaticano II.
  3. “Ceremonial of Bishops” – Este livro contém instruções sobre as cerimônias litúrgicas da Igreja Católica, incluindo aquelas realizadas durante a Semana Santa. Ele fornece orientações para os bispos e outros líderes da igreja sobre como conduzir as celebrações de forma adequada e respeitosa.
  4. “General Instruction of the Roman Missal” – Este documento contém as instruções gerais para a celebração da missa na Igreja Católica. Ele inclui informações sobre a celebração do Tríduo Pascal e outras celebrações importantes da Semana Santa.

Todos esses documentos oferecem orientações importantes para a celebração da Semana Santa na tradição católica, e são considerados importantes referências para os líderes da igreja e para os fiéis em geral.

Bendito o que vem em nome do Senhor!

Hoje iniciamos a Semana Santa. Cristo entra triunfante em Jerusalém, com o povo ao seu lado e gritos de Hosana.

A nós resta uma reflexão. Como estamos permitindo a entrada de Cristo em nossa vida?

O questionamento nos faz pensar sobre tudo que ocorre hoje no mundo e como lidamos com os fatos. A moda humana, egocêntrica ou a moda de Cristo?

Cristo nos ensinou a amar sem medida. E deu sua vida por nós, como também é lembrado na liturgia deste domingo. E vendo tudo que ocorre é possível dizer que estamos como aquele povo. Festejamos Cristo nas ruas de Jerusalém e o condenamos nos tribunais à morte.

E preciso mais amor. É preciso mais Cristo em nós. Sejamos como o Senhor nos ensina e amemos uns aos outros.

Assim peço que apoiemos as medidas de isolamento nessa pandemia. Quem não conseguir que cuide e cumpra os protocolos. A vacina é importante. Só com ela salvamos CNPJs e pessoas (O mais importante).

por Marquione Ban

A polêmica da cf 2021 e o diálogo pastoral

Há uma semana a Campanha da Fraternidade 2021 tem gerado uma polêmica muito grande entre nós católicos. O cisma que vive a nação parece ter atingindo a Igreja no Brasil. Só parece? Ele já existe há mais tempo que podemos imaginar.

Procurei ler e ouvir os vários lados sobre essa polêmica. E chego apenas a uma conclusão:

A Igreja no Brasil precisa olhar para dentro de si e conversar entre si. O diálogo pastoral é suprimido pelos estatutos e certezas de cada movimento, pastoral e serviço.

Recordo da primeira campanha ecumênica. Em uma formação dada em minha Diocese, as pastorais não se entendiam. RCC de uma lado, PJ, Pastoral da Saúde, CEBs de outro. Vicentinos sem saber onde iam e abrindo seu estatuto. E assim por diante. E no fim, o que ocorreu foi passar o estudo como obrigação quaresmal. Como vivência do Cristo na sociedade nada foi adiante. E a assim tem sido desde então. Não só nas campanhas ecumênicas, mas em todas.

Se falamos dos idosos, os esquecemos logo em seguida. Falar sobre índios é desnecessário, muitos bradam, pois vivem na cidade. Outros sobre o meio ambiente. Sobre acessibilidades nem temos rampas em nossos altares. Sobre a juventude, deixamos o insonso Setor Juventude substituir a pastoral e no fim no há mais movimento.

A incoerência para nós católicos começa aí. Nos preocupamos demais em defender nossos mundinhos, nossas pastorais, serviços e movimentos. Esquecemos que o mundo precisa de nós como lâmpada.

A CF 2021 faz alertas grandiosos sobre a inclusão, violência e questões sociais que precisamos sim debater. Isso não significa que vamos mudar a Tradição da Igreja. Precisamos viver mais como Cristo. Precisamos lembrar do samaritano, da samaritana, Nicodemos, Zaqueu e tantos outros.

Falar sobre as fobias sociais contemporâneas e iluminar soluções é o nosso papel. Nos trancamos nos templos e sonhamos com o paraíso sem sequer tentar construir ele aqui. Lâmpada não estamos sendo.

Parabenizo a CNBB pelo esforço em contribuir com o ecumenismo, mas saliento que precisa se curar também. Unificar a Igreja e seus movimentos. Há muito não dialogamos internamente como se deve.

Para quem quiser ler mais sobre o tema sugiro os artigos:

Então irmãos, não é tempo de briga, mas de unificação.

Marquione Ban

Os 5 remédios para curar as feridas nesta Quaresma

Todos os dias recebo de uma grande amigo o minissermão, do Padre Joãozinho, scj. Ele compõe uma mensagem de áudio rápida, de uma minuto sobre a ótica da Liturgia Diária. O de hoje é especial! Marca o início da Quaresma e nos apresenta cinco dicas para seguir bem esse período de penitência e oração. Veja abaixo os cinco remédios para curar as feridas nesta quaresma.

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  1. Oração A oração poderá curar sua relação com Deus; reze mais. Dialogar com Deus é possível por meio da oração. E é somente com ela, que contactamos o Pai e nos tornamos íntimos. Ore sempre. Ore com fé;
  2. Jejum – Ele pode reorientar a sua relação com as coisas. Em tempos que priorizamos as coisas e não Deus, o jejum nos coloca no lugar devido. Nos abre os olhos para uma realidade que não enxergamos cotidianamente. Mas, lembre-se, jejum deve nos transformar. Não podemos fazer jejum de algo que não nos modifica. Se ele não nos modifica, ficamos apenas sem nos alimentar. Sem saciar a carne. O jejum para alma. É transformador;
  3. Caridade – Ela nos aproxima imediatamente do outro. O outro em toda a nossa história é o próximo. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, diz Jesus. Amar é cerne da caridade. Brota do coração. Exerça sua fé, oração por meio do amor ao próximo. Seja caridoso, mas leve-a contido para fora do tempo da quaresma. Agora é tempo propício para começar, mas ela deve perenizar em suas ações. Reoriente a sua relação com as pessoas;
  4. Silêncio – Ouvir é fundamental. Jesus pregava a palavra a todos, mas todos que iam até Ele eram ouvidos. O Silêncio nos ajuda a ouvir. Ouvir a Deus, ao outro e si mesmo. Foi no silêncio do deserto que Jesus contemplou sua missão. É preciso silenciar. É preciso ouvir. Falar menos;
  5. Simplicidade – “Menos é mais”. Já ouviram falar isso? Com a simplicidade nos livramos dos excessos. São eles que nos condicionam ao pecado. Que nos alimentam em nosso individualismo. Os humildes serão exaltados. Ser simples, agir com simplicidade é necessário para nos restringirmos a Deus e não ao mundo;

Pois bem, os cinco remédios estão aí. Vamos nos curar?

Procure sua paróquia, saiba das confissões e horários das celebrações. Participe desta quaresma. Medique-se.

Por Marquione Ban

Frei Roberto, de 91 anos, caminha 6 km em penitencia

(ACI).- O último domingo, 28, terceiro domingo da Quaresma, Arquidioceses do Nordeste do Brasil reuniram uma multidão em Caminhadas Penitenciais. Tanto em Fortaleza (CE) como em Salvador (BA), gestos concretos de algumas pessoas se destacaram no meio dos milhares de participantes, como um sacerdote de 95 anos que caminhou os 6 quilômetros na capital cearense.

O Frade Capuchinho Frei Roberto se tornou uma das figuras mais marcantes desta edição da Caminhada Penitencial em Fortaleza. Com 95 anos de idade, possui 71 anos de sacerdócio. Ele percorreu os 6 quilômetros da caminhada junto aos cerca de 30 mil fiéis, atendendo confissões.

O fato faz a gente refletir. Em minha comunidade sempre que há a Via Sacra ou uma procissão, as pessoas alertam quanto ao tamanho do trajeto. “É longo”, dizem uns. Outros falam “e os idosos”. E no dia o que vemos são os jovens quase mortos por andar 10 metros e os idosos, fortes na fé e considerados fracos fisicamente, firmes na caminhada.

A informação veio da página Família Cristã que brilhantemente usou a hastag #Asconfiguraçõesdemitoforamatualizadas.

Uma oração para essa quaresma

santoantoni-696x466.jpgUma pequena oração para afastar as tentações deixada por Santo Antônio segundo a tradição popular. De acordo com a história, Santo Antônio deu essa oração a uma pobre mulher que procurava ajuda contra as tentações do demônio.

Sisto V, Papa franciscano, mandou esculpir a oração – chamada também de “lema de Santo Antônio” – na base do obelisco que mandou erigir na Praça de S. Pedro, em Roma.

Eis o original, em latim:

Ecce Crucem Domini! +
Fugite partes adversae! +
Vicit Leo de tribu Juda, +
Radix David! Alleluia!

Eis a tradução:

Eis a cruz do Senhor! +
Fugi forças inimigas! +
Venceu o Leão de Judá, +
A raiz de David! Aleluia !

Cinco coisas que deve saber sobre a Quaresma

(ACI).- A Quaresma é um tempo litúrgico em que por 40 dias a Igreja chama os fiéis à penitência e à conversão, para preparar-se verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo na Semana Santa.

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Estes são cinco pontos que deve saber sobre a Quaresma:

1 – Oração, mortificação e caridade: as três práticas quaresmais

A oração é uma condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, o cristão entra no diálogo íntimo com o Senhor, deixa que a graça entre em seu coração e, como Maria, abre-se para a oração do Espírito cooperando com ela em sua resposta livre e generosa (ver Lc 1,38).

A mortificação se realiza cotidianamente e sem a necessidade de fazer grandes sacrifícios. Com ela, são oferecidos a Cristo aqueles momentos que geram desânimo no transcorrer do dia e se aceita com humildade, gozo e alegria, todas as diversidades que chegam.

Da mesma forma, saber renunciar a certas coisas legítimas ajuda a viver o desapego e desprendimento. Dentro dessa prática quaresmal, estão o jejum e a abstinência que serão explicados mais adiante.

A caridade é necessária como refere São Leão Magno: “Se desejamos chegar à Páscoa santificados em nosso ser, devemos pôr um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si as demais e cobre multidão de pecados”.

Sobre esta prática, São João Paulo II explica que este chamado a dar “está enraizado no mais profundo do coração humano: toda pessoa sente o desejo de colocar-se em contato com os outros e se realiza plenamente quando se dá livremente aos demais”.

2 – O jejum e abstinência

O jejum consiste em fazer uma refeição forte por dia, enquanto a abstinência consiste em não comer carne. Com ambos os sacrifícios reconhecemos a necessidade de fazer obras para reparar o dano causado por nossos pecados e para o bem da Igreja.

Além disso, de forma voluntária, deixam-se de lado necessidades terrenas e se redescobre a necessidade da vida do céu. “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4,4).

O jejum não proíbe de tomar um pouco de alimento na parte da manhã e à noite. É obrigatório dos 18 aos 59 anos.

Por outro lado, a abstinência, embora se proíba o consumo de carne, não é o caso de ovos, leite e qualquer condimento feito a partir de gorduras animais. São dia de abstinência todas as sextas-feiras do ano e é obrigatório a partir de 14 anos de idade.

3 – Quaresma começa com a Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-feira Santa

Na Quarta-feira de Cinzas começam os 40 dias de preparação para a Páscoa. Após a Missa, o sacerdote abençoa e impõe as cinzas feitas de ramos de oliveira abençoadas no Domingo de Ramos do ano anterior. Estas são impostas fazendo o sinal da cruz na testa e dizendo as palavras bíblicas: “Lembra-te que és pó e ao pó retornarás” ou “Arrependei-vos e crede no Evangelho”. Desta forma, a cinza é um sinal de humildade e recorda ao cristão sua origem e seu fim.

A Quaresma termina na Quinta-feira Santa. Nesse dia, a Igreja comemora a Última Ceia do Senhor, quando Jesus de Nazaré compartilhou a refeição pela última vez com seus apóstolos antes de ser crucificado na Sexta-feira Santa.

4 – A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número 40 na Bíblia

Os 40 dias da Quaresma representam o mesmo número de dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, os quarenta dias do dilúvio, os quarenta dias da marcha do povo judeu pelo deserto, os quarenta dias de Moisés e Elias na montanha e os 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito.

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provas e dificuldades.

5 – Na Quaresma, a cor litúrgica é o roxo

A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, penitência, conversão espiritual; tempo para preparar o mistério pascal.

Paróquias de Ipatinga-MG aderem ao “24 Horas Para o Senhor”

Segunda edição do evento atinge todo o mundo.
Segunda edição do evento atinge todo o mundo.

As paróquias de Ipatinga-MG aderiram ao projeto “24 Horas para o Senhor”. O momento de louvor, adoração e reconciliação será nos dias 13 e 14 de março, das 18h de um dia até as 18h do outro. As 24 Horas vão ser na Igreja Matriz de Cristo Rei, Centro da cidade.

A programação conta com adoração, missa, oração do terço e principalmente confissões. Os padres de todas as paróquias irão se revezar para atender aos fiéis.

Informações nas Secretarias Paroquiais de sua paróquia ou com lideranças de sua comunidade.

Inciativa Papal

As 24 Horas para o Senhor é uma iniciativa do Papa Francisco, que realizou a primeira edição no ano passado. Na ocasião, Francisco presidiu a Liturgia Penitencial e missa de abertura, além de ter confessado alguns fiéis.

Este ano não será diferente. Papa Francisco presidirá novamente a Liturgia Penitencial e também confessará os fiéis.

Na sua cidade

Vamos divulgar essa iniciativa para todos. Na sua cidade ou diocese deve acontecer esse evento também. Poste nos comentários o local e horários para que mais pessoas possam se reencontrar com Deus. Lembrem-se, todo cristão deve se confessar ao menos uma vez com o Sacerdote.

Papa: o verdadeiro jejum vem do coração

Cidade do Vaticano (RV) – Os cristãos, especialmente na Quaresma, são chamados a viver coerentemente o amor a Deus e o amor ao próximo. Este é um dos trechos da homilia que Francisco pronuncio una Missa celebrada na manhã desta sexta-feira na Casa Santa Marta.

O Papa se inspirou na primeira Leitura extraída do Livro de Isaías, em que o povo se lamenta a Deus por não ouvir seus jejuns. Para o Pontífice, é preciso distinguir entre “o formal e o real”. Ou seja, de que adianta jejuar, não comer carne, e depois brigar ou explorar os funcionários? Eis o motivo pelo qual Jesus condenou os fariseus, porque faziam “tantas observações exteriores, mas sem a verdade do coração”.

O amor a Deus e ao homem estão unidos

O jejum que Jesus quer, ao invés, é o que desfaz as cadeias injustas, liberta oprimidos, veste quem está nu, faz justiça. “Este é o verdadeiro jejum – reiterou o Papa – o jejum que não é somente exterior, uma lei externa, mas deve vir do coração”:

“E nas tábuas da lei há o preceito em relação a Deus, em relação ao próximo e os dois estão juntos. Eu não posso dizer: “Mas, não, eu cumpro os primeiros três mandamentos… e os outros mais ou menos”. Não, se não cumpre estes, não pode cumprir aqueles, e se cumpre este, deve cumprir aquele. Estão unidos: o amor a Deus e o amor ao próximo são uma unidade e se quiser fazer penitência, real e não formal, deve fazê-la diante de Deus e também com o seu irmão, com o próximo”.

Usar Deus para cobrir a injustiça

Pode-se ter tanta fé, prosseguiu, mas – como diz o Apóstolo Tiago – se “não realiza obras, é morta, para que serve?”. Assim, se alguém vai à Missa todos os domingos e comunga, pode-se perguntar: “E como é a sua relação com seus funcionários? Os paga de maneira irregular? Dá a eles um salário justo? Paga também as taxas para a aposentaria? Para a assistência de saúde?”.

“Quantos homens e mulheres têm fé mas dividem as tábuas da lei: ‘Sim, eu faço isso… mas você dá esmolas? Sim, sim, sempre mando um cheque para a Igreja. Ah, então tá… Mas na tua Igreja, na tua casa, com quem depende de você (filhos, avós, funcionários), você é generoso, é justo? Não se pode fazer ofertas à Igrejas e pelas costas, ser injusto com seus funcionários. Este é um pecado gravíssimo: usar Deus para cobrir a injustiça”.

“E isto – retomou o Papa – é aquilo que o profeta Isaias, em nome do Senhor, nos explica”: “Não é um bom cristão quem não faz justiça com as pessoas que dependem dele”. E não é um bom cristão aquele que não se despoja de algo necessário para dar ao próximo, que precisa”.

O caminho da Quaresma é “este, é duplo: a Deus e ao próximo. É real, não simplesmente formal. Não é somente deixar de comer carne sexta-feira, fazer alguma coisinha e depois, deixar aumentar o egoísmo, a exploração do próximo, a ignorância dos pobres”.

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Porque os católicos não comem carne na quaresma e principalmente na Sexta-feira da paixão?

Esse vídeo por nos ajudar um pouco.

E essas são minhas considerações diante meus anos de catequese e vida na igreja.

Essa pergunta tem sido feita a mim por várias pessoas, principalmente pelos amigos protestantes que tenho. No entanto, confesso que não tenho conhecimento teológico e doutrinal suficiente para passar, mas tenho minha fé. Que me leva a viver essa tradição e orientação da igreja de forma sadia.

Uma tradição da igreja e de seus fiéis que não deve incomodar aqueles que não a praticam.
Uma tradição da igreja e de seus fiéis que não deve incomodar aqueles que não a praticam.

Isso mesmo, orientação da Igreja. Muitos pensam que é apenas uma tradição, mas não é só isso. Em meus anos de catequese e também de vida ativa na igreja, aprendi que a igreja sempre orientou os fiéis ao jejum de carne neste período para que intensificássemos a penitência.

O peixe nesta história, não é mera coincidência, mas também é uma orientação eclesial. De fato, não sei falar o motivo exato, mas posso elencar alguns para essa prática:

  1. Porque a igreja orienta seus fiéis a que se abstenham de carne vermelha, já que Jesus derramou seu sangue por nós na sexta-feira antes da Páscoa;
  2. Porque Jesus distribuiu peixes à multidão. (Mc 6.41);
  3. Porque o peixe é o símbolo dos cristãos e porque Jesus lhes disse que todos nós fossemos “pescadores de homens”. (Mt 4.19);
  4. Porque ao fazer o sacrifício de não comer carne vermelha, tão comum em nossa rotina, os fiéis unem-se ao sacrifício de Cristo na Cruz;
  5. Porque para mim e para muitos a carne vermelha é a preferida e abster-se dela me leva a um pequeno sacrifício, incomparável ao sacrifício de Cristo na Cruz, mas que me ajuda a pensar nos sofrimentos que ele teve;
  6. Porque aprendi assim e repeito a minha fé, doutrina e igreja;
  7. Porque antes, na páscoa dos judeus, era sacrificado um cordeiro, que era preparado com ervas amargas e comido em família no dia. Para nós católicos, o cordeiro pascal é Cristo, que redime o mundo do pecado, e devido a isso não sacrificamos mais animais de carne vermelha no dia do sacrifico final do Cordeiro de Deus, Jesus. 

Essa é minha fé.

Sabe, muitos ficam falando que é balela fazer isso. Que é uma tradição besta, afinal não está na Bíblia. Contudo, eu não consigo diferenciar esse “costume” de outros modernos que muitos tem por aí. Respeito a tradição de muitos, e só gostaria que repeitassem a minha. Ao contrário de buscar justificativas para muitas coisas que minha igreja orienta, eu as vivo.

A tradição da minha igreja nasceu com Cristo e isso me basta. Muitas coisas podem não estar escritas nas sagradas escrituras, mas estão na memória de um povo que vive os mandamentos de Cristo desde sua passagem aqui na Terra. Não são invencionices alheias ou da cabeça de um líder eloquente por aí. Contudo, são costumes firmados na fé dos patriarcas eclesiais.

Se falei alguma bobagem meus caros leitores, me corrijam. E se, porventura, alguém de vós conhece outros motivos e informações completem nos comentários. Seriam interessante aprendermos juntos.

Por Marquione Ban

O SIGNIFICADO DA “QUARESMA” PARA BENTO XVI

conversaoTão próximos do início da Quaresma, recordemos o que o Papa Emérito fala sobre esse tempo de oração, jejum e penitência.

O Papa Bento XVI, na audiência geral das quartas-feiras, fez uma análise espiritual sobre o significado quaresmal na Sagrada Escritura e na vida da Igreja.

Nos primeiros séculos de vida da Igreja, o tempo da Quaresma era o tempo em que os catecúmenos começavam seu caminho de aproximação do “Deus vivo e de uma iniciação à fé” de uma forma gradativa, “por meio de uma mudança interior daqueles que queriam entrar na Igreja por meio do batismo.

Ao longo do tempo, esse período de conversão superou os catecúmenos e passou a ser um caminho de todo cristão, pois Cristo não morreu só por alguns, mas por todos. A Quaresma se transformou, assim, num tempo de metanóia de todo batizado.

A Igreja chamou esse período, diz o Papa, com o nome de “Quaresma”, referindo-se explicitamente à Sagrada Escritura, na qual esse número significa “o tempo da espera, da purificação, do retorno ao Senhor, da consciência de que Deus é fiel às promessas”.Esse tempo indica, portanto, “uma paciente perseverança, uma longa prova, um período suficiente para ver as obras de Deus, um tempo no qual decidir a assumir as próprias responsabilidades sem deixá-las para depois”.

Bento XVI repassou alguns dos grandes momentos do Antigo Testamento, desde Noé, Moisés, os Profetas, entre outros, destacando que o significado de quarenta dias passa por duas vertentes: o tempo do primeiro amor e o tempo da tentação, o tempo da aproximação de Deus e o tempo do retorno ao paganismo.

Diante de Cristo, nas tentações no deserto, apresentaram-se esses dois caminhos: “um messianismo de poder, de sucesso, ou um messianismo de amor, de dom de si.”

Hoje, o fiel, com a experiência do deserto pode ter também a experiência desses dois caminhos. Por um lado, um caminho “confirme a própria fé, que nutra a própria esperança, que anime a caridade”; mas, por outro lado há o secularismo e a cultura materialista, que “fecha a pessoa no horizonte mundano do existir, tirando toda referência ao transcendente”.

Finalmente, o Papa nos convida a viver estes quarenta dias com nova coragem, para aceitarmos com paciência e com fé toda situação “de dificuldade, de aflição e de prova, na consciência de que das trevas o Senhor fará surgir o novo dia”.

Por Thácio Siqueira

Fonte  (ZENIT.org).

Quaresma: “Convertei-vos e crede no Evangelho. Lembra-te que és pó e ao pó retornarás”

“Convertei-vos e crede no Evangelho. Lembra-te que és pó e ao pó retornarás” São duas reflexões que nos são propostas quando o ministro sagrado, num gesto sacramental, impõe cinzas sobre nossas cabeças que se curvam penitentes.

Não vamos receber as cinzas como num ritual sem sentido. Conscientes do pecado do mundo, do nosso pecado também, que quer destruir o plano divino, caminhamos ao encontro da misericórdia de Deus que, pela Encarnação de seu Filho vem restaurar a Humanidade e a todo o Universo.

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A pregação do profeta Joel que, neste primeiro dia da Quaresma, ecoa em toda a Igreja, nos convoca a conversão, a rasgar nosso coração na sua profundeza, ao arrependimento e a nos abrirmos à bondade divina, acreditando no Evangelho.

A penitência que fazemos, o jejum,a oração e a esmola não são obras externas. Nascidas no interior da nossa consciência, apresentamo-las ao Pai, sem trombetearmos pelas ruas e praças, mas na humildade do publicano que, do fundo do templo, batia no peito dizendo “Meu Deus, tem piedade mim que sou pecador” (Lc. 18,13).

E sendo uma penitência eclesial, ela não é exclusivamente pessoal; é a penitência de todos os que, batizados, cremos na redenção que, pela sua paixão e morte, o Filho de Deus traz a humanidade na confirmação de sua ressurreição.

A nossa falta de fidelidade ao Evangelho, ao reconhecimento do único Deus verdadeiro, à fraternidade entre os irmãos deve conduzir-nos à uma conversão sincera, aos valores que reconhecemos pela fé. “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está perto. Convertei-vos e crede no Evangelho.” (Mc 1, 15)

Sintonizados com os nossos Pastores, procuramos descobrir onde estamos mais falhos na fé e na missão. No Brasil, neste ano, vamos meditar na solidariedade e segurança. A falta de fé e solidariedade conduziu-nos a uma angústia do medo. Fechamos nossas casas e nossas propriedades. Fechamo-nos a nós mesmos. Não reconhecemos o próximo. Queremos uma segurança pessoal, como se a técnica e os homens pudessem nô-la dar.

Esquecemo-nos do que nos pode garantir a tranqüilidade e a paz: a caridade, o amor. Enquanto continuarmos a considerar o homem como lobo do próprio homem, e passarmos ao largo da miséria como se nada tivéssemos a ver com ela, enquanto espoliarmos o próximo no liberalismo da política econômica e da política social, em vão procuraremos segurança.

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A paz só nos advém da Justiça. Não da justiça farisaica, que foi condenada por Jesus: “Se a vossa justiça não for superior à dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus.” (Mt. 5,20).  A verdadeira Justiça é a santidade, que supera o “dente por dente e o olho por olho”, no amor, buscando com todas as forças a perfeição, como o Mestre conclui sua pregação: “Sede, portanto, perfeitos, como vosso Pai Celeste.” (Mt. 5, 39-48)

A reflexão sobre o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, leva-nos a sair de nós mesmos, do nosso medo, da atribuição de culpa a outrem. Procuremos contribuir na construção do Reino, na solidariedade com nossos irmãos.

A nossa penitência não pode ser exterior, como pregava São Leão, Papa, no sermão 4 da Quaresma: “Não só na abstinência de alimento consiste nosso jejum: para frutuosamente subtrairmos o alimento ao corpo temos de arrancar a iniqüidade do nosso espírito.” 

Bento XVI na sua mensagem quaresmal, ressaltando as práticas penitenciais, sobretudo do jejum, insiste no mesmo tema: “A Quaresma seja portanto valorizada em cada família e em cada comunidade cristã para afastar tudo o que distrai o espírito e para intensificar o que alimenta a alma, abrindo-a ao amor de Deus e do próximo.”

A purificação da nossa vida de fé, refletindo numa caridade sem limites nos levará a pratica da justiça, a sermos perfeitos como o Pai, a quem, seguros e libertos, podemos confiar nossos dias: “Aquele que habita à sombra do Altíssimo, descansará na proteção do Deus do Céu”. (Sl.91 (90).

Dom Eurico dos Santos Veloso
Administrador Apostólico de Juiz de Fora(MG)

Fonte: Catequisar

Lançado CD com o Hino da CF 2013

cartaz_CF_2013Já está disponível nas livrarias católicas do Brasil o CD com o Hino da Campanha da Fraternidade de 2013 e os cantos para a quaresma do ano C. Desde 2006, por decisão dos bispos do Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), o CD traz o hino da Campanha da Fraternidade e o repertório quaresmal correspondente a cada ano.

A Campanha da Fraternidade 2013, que tem por tema “Fraternidade e Juventude”, e lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Cf, Is 6,8) , teve seu hino escolhido a partir de concurso aberto para todos que desejassem participar. A canção foi composta para servir durante encontros, debates, seminários, palestras e estudos sobre a temática em questão. O CD contém outras faixas inéditas para as celebrações da quaresma do ano C, além de músicas para o trabalho de evangelização com a juventude.

O assessor de Música Litúrgica da Conferência Nacional dos Bipos do Brasil (CNBB), padre José Carlos Sala afirma que, de acordo com suas potencialidades, “as equipes de canto e música escolherão o melhor meio para apropriar-se desse rico repertório quaresmal que aparece no CD e no Hinário Litúrgico da CNBB e ajudar os fiéis na assimilação dos cantos próprios deste tempo”.

“Que o hino da Campanha da Fraternidade e os cantos próprios para o trabalho de evangelização com os jovens ajudem no processo de reflexão da realidade da juventude no Brasil e sejam sinal de alegria e comunhão eclesial”, disse o assessor.

O lava-pés

A quaresma é tempo de fazer “caminho” com Jesus, para chegar à Ressurreição. Fazer caminho significa conversão e seguimento. A quaresma sempre nos propõe a olhar os gestos de Jesus e para uma verdadeira conversão.

O que significa converter-se num mundo que nos propõe todas as facilidades para viver globalmente o individualismo?

Jesus ao percorrer o caminho da cruz não pensa nele, nas suas dores, mas nas dores de tantos crucificados como Ele, que buscam a Ressurreição. A cruz é sinal de conversão, mudança, transformação para a conquista de mais vida.

Páscoa é passar de uma vida centrada sobre nos mesmos, sobre o nosso egoísmo, para uma vida solidária com os muitos irmãos marginalizados em nossa sociedade. Portanto, o anúncio cristão não pára na cruz. No meio de nós está presente Jesus, o Ressuscitado, o Deus vivo. Antes de tomar o caminho da cruz, Jesus nos apresenta uma proposta de vida, que é um programa de conversão: o lava-pés. O lava-pés traduz toda a vida de Jesus: o amor. “Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13, 1) ou seja até as últimas conseqüências do gesto de amar, isto é, até a cruz: “Tudo está realizado” (Jo 19,30).

Vamos acompanhar os gestos praticados por Jesus no lava-pés (Jo 13, 4-11). Este aconteceu numa refeição. Estar ao redor de uma mesa é sentar-se e partilhar as alegrias, as angústias, as emoções…, também algo para comer.

– Jesus levantou-se da mesa. Ele nos diz que é preciso sair do nosso egoísmo, mobilizar-se, ir ao encontro dos outros.

– Tirou o manto. Jesus se esvazia de si mesmo e coloca-se na condição de servo. Ele nos ensina sobre a necessidade de despojar-se de tudo o que divide, dos fechamentos, das barreiras, dos medos, das inseguranças, que nos bloqueiam na prática do bem.

– Pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Jesus põe o avental para servir. “Aquele que era de condição divina, humilhou-se a si mesmo” (Fl 2, 6-8). Ele nos propõe o uso do avental do servir na disponibilidade, e na generosidade, e ainda do comprometer-se com os mais necessitados e colocar-se em último lugar.

– Colocou água na bacia. Jesus usa instrumentos da cultura do povo: água e bacia. Repete um gesto que era feito pelos escravos ou pelas mulheres. Ele quer nos dizer que para anunciar sua proposta é preciso entender, conhecer, assumir o que o povo vive, sofre, sonha…

– E começou a lavar os pés dos discípulos. Para lavar os pés Jesus se inclina, olha, percebe e acolhe a reação de cada discípulo. Com o lavar os pés, Jesus nos compromete a acolher os outros com alegria, sem discriminações, a escutar com paciência, a partilhar os nossos dons…

– Enxugando com a toalha que tinha na cintura. Jesus enxuga os pés calejados, rudes e descalços de seus discípulos. São muitos os gestos que Jesus nos convida a praticar para amenizar os calos das dores de tantos irmãos: visita a doentes e idosos, organizar-se para atender crianças de rua, uma palavra de ânimo a aidéticos, valorização de nossos irmãos indígenas…

Diante da prática de Jesus podemos nos perguntar:
Quais os gestos concretos que nós como cristãos/ãs e catequistas, vamos assumir? Será que esta Páscoa pode ser igual a outras tantas?

Queremos ser a Igreja do avental, que se coloca a serviço na defesa dos que mais sofrem, dos que não têm defesa. Vamos com coragem vestir o avental do servir na alegria e testemunhar todos os gestos praticados por Jesus. Só assim poderemos realizar sempre a festa da Ressurreição. Feliz Páscoa!

Ir. Marlene Bertoldi
http://www.portalcatolico.org.br

O braço do crucifixo

Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá (AP)

Numa antiga catedral, pendurado a uma grande altura, está um enorme crucifixo de prata que possui duas particularidades. A primeira é a coroa de espinhos sobre a cabeça da estátua de Jesus: toda feita em ouro maciço e ornamentada de pedras preciosas. O seu valor é incalculável. A segunda particularidade é que o braço direito da imagem de Jesus está afastado da cruz e pende no vazio. Uma história explica o que aconteceu.

Numa noite de muitos anos atrás, um ladrão corajoso e com jeito de acrobata planejou roubar a esplêndida coroa de ouro e pedras preciosas. Amarrou uma corda numa das janelas ao redor da abóbada central, acima do crucifixo, e desceu por ela até a cruz. No entanto a coroa estava solidamente fixada na cabeça da estatua e o ladrão tinha só uma faca para tirá-la. Enfiou a faca de baixo da coroa e começou a mexer com todas as suas forças. Pelejou por muito tempo suando e bufando. A lâmina da faca quebrou, e a corda também se desprendeu da janela porque não aguentou tanta agitação. O ladrão ia se espatifar no chão da catedral, mas, de repente, o braço do crucifixo o agarrou e o segurou. Sorte grande a do ladrão! Na manhã seguinte, os zeladores da igreja o encontraram lá em cima, são e salvo. O braço do crucifixo, ainda, o estava segurando. A história não revela mais detalhes, portanto não dá para conferir, mas acolhemos com simplicidade a mensagem.

Estamos chegando perto da Páscoa e, por isso, somos convidados a olhar com mais atenção a Jesus crucificado. No evangelho deste domingo, ele nos fala do grão de trigo que, para produzir frutos, deve morrer. De outra forma, continuaria sendo apenas um grão de trigo. É uma comparação clara para nos convencer a fazer da nossa vida um dom. Jesus garante que quem quiser segurar a própria vida, no final, irá perdê-la, mas quem a tiver doado com generosidade a conservará para a vida eterna. Mais uma vez somos chamados a tomar uma decisão sobre o nosso jeito de viver. Ser cristão é crer no Filho que o Pai enviou e viver seguindo o seu exemplo. O amor de Jesus foi até a cruz, portanto ele pode pedir uma resposta generosa de nossa parte porque, por primeiro, ele nos amou até o último suspiro de sua vida terrena.

Aprendemos também, no evangelho, que um grupo de gregos pede ao apóstolo Filipe para poder “ver” Jesus. Talvez seja também a nossa legítima e, às vezes, angustiante curiosidade. No entanto a resposta que ele nos dá ajuda a entender que apenas vê-lo  ainda não significa acolhê-lo e, menos ainda, amá-lo e segui-lo no caminho da cruz. Em outras palavras, parece-me, que Jesus nos convide a passar de um conhecimento visual ou intelectual a um seguimento real e amoroso, tornando-nos “servidores” dele, aprendendo com ele a servir e não a dominar; a doar a nossa vida para o bem dos irmãos, em lugar de, quem sabe, aproveitar-nos deles, ou até tirar-lhes a vida ou o necessário para viver. O nosso verdadeiro encontro com Jesus passa pela cruz; somente quem consegue sair do seu egoísmo e compadecer-se pelos sofrimentos dos irmãos começa a perceber o quanto grande foi o amor gratuito dele. De outra maneira, o que pensamos ser o nosso conhecimento sobre o Senhor não passará de discussões e debates feitos de palavras. Jesus não nos salvou com teorias ou projetos mirabolantes, ele assumiu a nossa condição humana até a morte e nos mostrou o único caminho para uma verdadeira mudança.

Quantos planos de reformas, bonitos e bem estudados em si, não saem do papel simplesmente porque ninguém quer renunciar a nada, porque todos querem – ou queremos – ficar agarrados aos nossos privilégios, disfarçados, às vezes, de direitos? Hoje parece impensável, vergonhoso e sinal de derrota, perder alguma coisa. Perder algo, fique claro, para que outros possam ganhar em dignidade, saúde, felicidade e vida plena. Assistimos a uma disputa desenfreada para conseguir mais. Qualquer coisa serve: dinheiro, prestígio, poder. Como se tudo fosse sem fim e sem limites. Jesus fala de “perder” não um pouco do nosso salário, um jogo, ou uma disputa eleitoral, mas de perder, doando-a, a nossa própria vida. É quando a doamos que encontraremos novamente, bem guardada, como um tesouro imperecível no céu.

Somos todos, um pouco, como aquele ladrão da catedral. Queremos a coroa de ouro exclusivamente para nós. Jesus quer nos segurar nos seus braços para nos salvar do abismo da ganância. Esta conduz ao esquecimento – que depois é a morte – do nosso próximo. Seguindo Jesus no caminho da vida oferecida seremos abençoados por Deus e pelos pobres. Salvando a vida deles, salvaremos também a nossa para sempre.