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Retrospectiva 2013: tudo que aconteceu na Igreja durante o ano

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Isso mesmo, irmãos e irmãs. O Anunciador fez uma retrospectiva dos fatos mais marcante no ano de 2013. Tudo que rolou aqui, no O Anunciador, em um resumo do Ano de 2013.

É oportuno lembrar que este ano foi o Ano da Fé e por isso tivemos vários fatos marcantes. Teve pela primeira vez em 600 anos um papa renunciando. A escolha de um papa Latino, da Argentina. Um mega JMJ no Rio de Janeiro. Dois papa juntos, rezando. Tivemos também a marcante luta pela vida em várias nações. A triste guerra na Síria. Mega-tufão com imagem intacta de Jesus. E muito mais.

Vamos rever o que aconteceu, mês a mês:

Janeiro

Muita coisa aconteceu neste mês. Publicamos muitas coisas em janeiro. Uma das matérias de destaque deste mês foi a notícia de que o número de padres cresceu em todo o mundo. Estudo realizado pela Agência Fides que apresenta dados extraídos do “Anuário Estatístico da Igreja”  revela que a Igreja católica cresceu em todo o mundo, principalmente na Ásia e na África. Contrariando os inimigos da Igreja.

Janeiro também nos reservou a grata surpresa de que a conta Papa no twitter havia superado mais de 2,5 milhões de seguidores. Além disse o então papa, Bento XVI, também lançou uma conta em latim na rede social. Outra dois fatos também marcaram o mês de São Sebastião, a mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações e a Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos no hemisfério norte.

Fevereiro

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Este mês foi histórico para a Igreja. Um mês triste pela renuncia do Papa Bento XVI. Bento XVI renunciou a cátedra de Pedro por motivos de saúde. O papa emérito estava muito cansado não conseguia comandar a igreja com o vigor necessário. Bento XVI ainda disse, que foi “Deus quem pediu para renunciar”.

A renuncia de Bento XVI causou nos meios de comunicação e também nas mentes dos fiéis. Como pode um papa renunciar? Muitos se perguntavam. Veio a tona profecias de fim do mundo, como foi o caso da Profecia de São Malaquias. Seria o próximo papa o último? Até hoje alguns acreditam nessas ideias (kkkk).

Este mês também foi marcado pelo

  1. Início da Quaresma;
  2. Campanha da Fraternidade 2013 (Fraternidade e Juventude);
  3. Morte do Bispo Emérito da Diocese de Yinchuan da região autônoma da Ningxia (China) que ficou 20 anos preso;
  4. O Papa estava certo quanto a prevenção da AIDS. Distribuir camisinha não resolve;

Em particular, além dos fatos acima, minha diocese também ficou marcada. A renuncia de Dom Odilon Guimarães foi aceita e neste mesmo mês foi escolhido um novo bispo para a Itabira/Cel. Fabriciano: Dom Marco Aurélio.

Março

papaO mês de São José, da Semana Santa, foi o mês de Francisco. Isso mesmo. O conclave foi reunido ainda em março e em pouco tempo elegeu um “papa do fim do mundo“. Os fiéis foram surpreendidos com um papa simples que antes de abençoar o povo pediu que orassem por ele.

“Vocês sabem que o dever do Conclave era de dar um bispo para Roma.; parece que meus irmãos foram buscá-lo no fim do mundo. Mas, estamos aqui. Obrigado pela acolhida. Rezemos todos juntos pelo bispo de Roma. Peço um favor a vocês: antes que o bispo abençoe o povo, peço que rezem ao Senhor para que me abençoe.” Papa Francisco ao ser eleito papa.

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Histórico encontro de Francisco e Bento XVI

Francisco ainda seguiu surpreendendo o mundo. Não aceitou residir no apartamento papal, pagou a conta da sua hospedagem na Casa Santa Matta. E historicamente demostrou que a humildade seria a marca principal de seu papado ao encontrar-se com Bento XVI, e disse “Somos irmãos.

Março foi marcado por uma triste derrota pró-vida. O Conselho Regional de Medicina defendeu o aborto.

Abril

Abril é o mês do amor. E também um mês cheio de acontecimentos. Novamente a humildade do Papa chama a atenção com o gesto simples de consertar seus sapatos. Em contraponto a humildade do Papa no Brasil um tal de Padre Beto pisou e sambou sobre os ensinamentos da igreja e sobre seu sacerdócio. Resultado, foi excomungado pelo Bispo de Bauru-SP.

Enquanto um padre declarava apoio a causa gay no Brasil a França viveu a marcha de prefeitos (Juízes de Paz) contra a legalização do casamento homossexual.

No Brasil terminava a morna 51ª Assembleia da CNBB que não declarou nada em seus documentos sobre o casamento gay, aborto e outros assuntos polêmicos que a Igreja sempre se pronunciou contra.

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Angola entrou para a história e proibiu ações da igrejas ditas “evangélicas” em seu território. A causa para beatificação de Dom Oscar Romero foi reaberta. Sociedade São Vicente de Paulo celebrou 200 anos do nascimento de Beato Frederico Ozanam.

Uma imagem rodou o mundo pela intolerância. Ativistas seminuas do grupo feminista Femen invadiram uma conferência em uma universidade de Bruxelas. Durante o ato as manifestantes jogaram água no arcebispo de Mechelen-Bruxelas, Andre-Joseph Leonard. O bispo não reagiu e evitou olhar para as manifestantes.

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Fechando este mês de abril, não podemos esquecer da polêmica com o COL – comitê organizador da JMJ – em colocar artistas seculares para se apresentarem durante a JMJ.

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Papa Francisco foi segurança de boate em Buenos Aires

Papa FranciscoJá havia escrito sobre esse assunto aqui. Na verdade foi só uma nota. Deve vez apurei mais as informações sobre os antecedentes profissionais de nossa amado Papa Francisco.

Na semana passada, ele surpreendeu muitos no mundo ao revelar sua profissão antes do sacerdócio. Em audiência no Vaticano, o Papa afirmou  ter trabalhado como segurança (porteiro) de boate em Buenos Aires.

A notícia foi dada aos fiéis durante uma missa em um subúrbio de Roma. O papa falou ainda de suas experiências como auxiliar de serviços gerais em um laboratório durante sua adolescência.

Exortação Apostólica

A simplicidade papal também foi observada na semana anterior.  Francisco lançou a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho). O documento é o primeiro do pontífice e é como se um compilado de suas homilias desde o início de seu papado.

O documento, que possui uma linguagem simples, fala para as massas da Igreja e como elas devem agir na transmissão do evangelho.  Um cardeal chegou a comparar o texto de Francisco com as cartas de São Pedro. Já os tradicionais, dizem que o texto é ambíguo e alguns até acusam o Papa de heresia.

O Papa é Pop?

Até agora, por mais controvérsias que Francisco tem gerado, ele é notavelmente popular. Muitos  nas redes sociais tem defendido a escolha do Papa como a “pessoas do ano”. O fato é que o pontífice ainda nem completou um ano de papado e está levando o nome da igreja a muitos que há tempos não ouviam falar sobre ela. E você? O que pensa sobre o Papa Francisco, primeiro latino a sentar na cátedra de Pedro? Ele vai reformar a igreja? Deixe um comentário.

Evangelii Gaudium: Doutor em Teologia analisa o documento

Padre Joãozinho destaca principais pontos da Exotação Apostólica Evangelii gaudium
Padre Joãozinho destaca principais pontos da Exotação Apostólica Evangelii gaudium

No dia 24 de novembro, o Papa Francisco promulgou sua primeira Exortação Apostólica: Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho) na qual recolhe o fruto das reflexões que marcaram o “Sínodo da Nova Evangelização para a transmissão da fé”, que aconteceu de 7 a 28 de outubro de 2012. Podemos considerar este o primeiro documento oficial do seu Pontificado, já que a Encíclica Lumen Fidei foi escrita em conjunto com Bento XVI. De fato, nesta Exortação Apostólica podemos sentir em cada capítulo as ênfases e o jeito de Francisco.

O texto chama a atenção já a partir do título que anuncia uma evangelização alegre. O Papa tem insistido que se enclausurar no individualismo leva à tristeza. Já o diálogo e a doação de si geram profunda alegria. É claro que não se trata de mera euforia sentimental.

O anúncio do Evangelho, acompanhado do testemunho de pobreza e solidariedade com os pobres, produz no coração do evangelizador uma “alegria teologal”, ou seja, fruto do Espírito que habita dentro de cada um de nós.

Evangelizar é mais do que anunciar e convencer; é dialogar e se converter para a fraternidade e a comunhão. Francisco insiste que para isso é necessária uma conversão pastoral e missionária de toda a Igreja, deixando de lado estruturas que já não correspondem à finalidade inicial. Fala atrevidamente até mesmo em “conversão do papado” para aquela finalidade original que Jesus quis lhe dar. Fala de uma “saudável descentralização” valorizando as conferências episcopais de cada país.

Um dos sinais deste Evangelho da alegria é ter “igrejas de portas abertas”. O Papa insiste que os que buscam a Deus não podem encontrar igrejas de portas fechadas. De modo quase atrevido Francisco afirma que é preciso ter portas abertas aos sacramentos, que são “remédios para os fracos e não prêmio para os perfeitos”.

As consequências de afirmações como esta devem ser encaradas com “prudência e audácia”. A Exortação afirma ainda que as portas abertas da igreja servem para que os cristãos saiam para as ruas e praças para dialogar com quem se afastou.

Francisco aponta algumas tentações dos agentes de pastoral: individualismo, crise de identidade, perda do fervor, pragmatismo administrativo, pessimismo estéril. Critica quem mantém um certo ar de superioridade por “ser fiel a um estilo católico do passado” ou que cultiva de maneira ostentosa a liturgia ou a doutrina se preocupando mais com o prestígio da Igreja do que com as pessoas. Chama isso de igreja corrupta e mundana disfarçada com roupas espirituais ou pastorais. Como vemos, não se trata de apenas mais um documento oficial da Igreja. É o coração e a mente de Francisco que migraram de suas homilias e discursos para um texto do Magistério.

Há muitos outros temas que são afrontados corajosamente na Evangelii Gaudium. Pede que se ultrapasse a “teologia de escritório” para uma teologia inculturada e comprometida com o povo. Diz que a homilia não é uma palestra nem deve ser moralista ou doutrinadora; deve fazer arder os corações. O Papa adverte para a “cultura do descartável” do nosso mundo atual. Recorda que não é possível separar evangelização de promoção humana: “Quero uma Igreja pobre para os pobres”, repete citando diversas categorias de excluídos que merecem especial atenção. O Papa fala ainda da busca insistente pela paz pelo diálogo e superação de todo fundamentalismo.

O último capítulo fala dos “evangelizadores com o Espírito”. Esta força interior nos permite anunciar o Evangelho com audácia em todo tempo e lugar e até mesmo “contra a corrente”. No final, invocando Maria como a “Mãe do Evangelho”, Francisco afirma que a evangelização da Igreja tem um estilo marcadamente mariano porque cada vez que a contemplamos voltamos a acreditar no potencial “revolucionário da ternura e do carinho”.

Fonte Canção Nova


Padre João Carlos Almeida, mais conhecido como Padre Joãozinho, scj, é sacerdote da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, os Dehonianos. Doutor em Teologia e em Educação, já escreveu 35 livros com temas que vão de espiritualidade à teologia e formação de lideranças. Compositor inspirado, padre Joãozinho já produziu mais de 30 CDs. Atualmente, reside em Taubaté-SP e é professor na Faculdade Dehoniana.

Leia um resumo da Exortação Apostólica do Papa Francisco

Cidade do Vaticano (RV) – A Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium”, do Papa Francisco, foi apresentada esta manhã na Sala de Imprensa da Santa Sé. Participam da coletiva de imprensa o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, o Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, Dom Lorenzo Baldisseri, e o Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli.

O documento do Pontífice nasce da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, de 2012.

O Papa Francisco reelabora o que emergiu desse Sínodo de modo pessoal, escrevendo um documento programático e exortativo, utilizando a forma de “Exortação Apostólica”. Como tal, tem estilo e linguagem próprios: coloquial e direto, como manifestou Francisco em seus meses de pontificado.

A missionariedade é o coração do texto, em que o Papa convida todos os fiéis cristãos a uma nova etapa evangelizadora, caracterizada pela alegria.

Trata-se de cinco capítulos: “A transformação missionária da Igreja”, “Na crise do compromisso comunitário”, “O anúncio do Evangelho”, “A dimensão social da evangelização” e “Evangelizadores com espírito”.

“O que mantém unido todas essas temáticas é o amor misericordioso de Deus, que vai ao encontro de cada pessoa”, afirmou Dom Rino Fisichella.

Para ele, o que o Papa nos indica, no fundo, “é a Igreja que se faz companheira de percurso dos nossos contemporâneos na busca de Deus e no desejo de vê-lo”.

Por sua vez, Dom Baldisseri destacou o caráter universal do documento, elaborado a partir dos estímulos pastorais provenientes de várias Igrejas locais. “A esta experiência, deve-se o amplo espaço dedicado à religiosidade popular na América Latina – uma verdadeira espiritualidade encarnada na cultura dos mais simples”, acrescentou o Arcebispo.

Dom Claudio Maria Celli analisou a maneira de como a mensagem do Evangelho é anunciada, ressaltando que hoje Francisco nos pede “coragem” para encontrar novos sinais, novos símbolos, uma nova carne para a transmissão da Palavra.

A Rádio Vaticano fez um resumo, se é que é possível resumir tais instruções papais. Veja o resumo da Exortação:

obs.: o português usado é o de Portugal. 

“A alegria do evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”: assim inicia a Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” com a qual o Papa Francisco desenvolve o tema do anúncio do Evangelho no mundo de hoje, recolhendo por outro lado a contribuição dos trabalhos do Sínodo que se realizou no Vaticano de 7 a 28 de Outubro de 2012 com o tema “A nova evangelização para a transmissão da fé”. “Desejo dirigir-me aos fiéis cristãos – escreve o Papa – para convidá-los a uma nova etapa de evangelização marcada por esta alegria e indicar direcções para o caminho da Igreja nos próximos anos” (1). Trata-se de um premente apelo a todos os baptizados para que com renovado fervor e dinamismo levem aos outros o amor de Jesus num “estado permanente de missão” (25), vencendo “o grande risco do mundo actual”, o de cair “numa tristeza individualista” (2).

O Papa nos convida a “recuperar a frescura original do Evangelho”, encontrando “novas formas” e “métodos criativos”, a não aprisionarmos Jesus nos nossos “esquemas monótonos” (11). Precisamos de uma “uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como elas são” (25) e uma “reforma das estruturas” eclesiais para que “todas se tornem mais missionárias” (27) . O Pontífice pensa também numa “conversão do papado”, para que seja “mais fiel ao significado que Jesus Cristo lhe quis dar e às necessidades actuais da evangelização”. A esperança que as Conferências Episcopais pudessem dar um contributo para que “o sentido de colegialidade” se realizasse “concretamente” – afirma o Papa – “não se realizou plenamente” (32). E’ necessária uma “saudável descentralização” (16). Nesta renovação não se deve ter medo de rever costumes da Igreja “não directamente ligados ao núcleo do Evangelho, alguns dos quais profundamente enraizados ao longo história” (43) .

Sinal de acolhimento de Deus é “ter por todo lado igrejas com as portas abertas” para que aqueles que estão à procura não encontrem “a frieza de uma porta fechada”. “Nem mesmo as portas dos Sacramentos se deveriam fechar por qualquer motivo”. Assim, a Eucaristia “não é um prêmio para os perfeitos mas um generoso remédio e um alimento para os fracos. Estas convicções têm também consequências pastorais que somos chamados a considerar com prudência e audácia” (47). Reafirma de preferir uma Igreja “ferida e suja por ter saído pelas estradas, em vez de uma igreja … preocupada em ser o centro e que acaba prisioneira num emaranhado de obsessões e procedimentos. Se algo nos deve santamente perturbar … é que muitos dos nossos irmãos vivem “sem a amizade de Jesus (49).

O Papa aponta as “tentações dos agentes da pastoral”: o individualismo, a crise de identidade, o declínio no fervor (78). “A maior ameaça” é “o pragmatismo incolor da vida quotidiana da Igreja, no qual aparentemente tudo procede na faixa normal, quando na realidade a fé se vai desgastando” (83). Exorta a não se deixar levar por um “pessimismo estéril ” (84 ) e a sermos sinais de esperança (86) aplicando a “revolução da ternura” (88). E’ necessário fugir da “espiritualidade do bem-estar” que recusa “empenhos fraternos” (90) e vencer a “mundanidade espiritual”, que “consiste em buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana” (93) . O Papa fala daqueles que “se sentem superiores aos outros”, porque ” inflexivelmente fiéis a um certo estilo católico próprio do passado” e “em vez de evangelizar … classificam os outros”, ou daqueles que têm um “cuidado ostensivo da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, mas sem que se preocupem com a inserção real do Evangelho” nas necessidades das pessoas ( 95). Esta “é uma tremenda corrupção com a aparência de bem … Deus nos livre de uma igreja mundana sob cortinas espirituais ou pastorais” (97) .

Ele lança um apelo às comunidades eclesiais para não cairem nas invejas e ciúmes: “dentro do povo de Deus e nas diversas comunidades, quantas guerras” (98). “A quem queremos evangelizar com estes comportamentos?” (100). Sublinha a necessidade de fazer crescer a responsabilidade dos leigos, mantidos “à margem nas decisões” por um “excessivo clericalismo” (102). Afirma que “ainda há necessidade de se ampliar o espaço para uma presença feminina mais incisiva na Igreja”, em particular “nos diferentes lugares onde são tomadas as decisões importantes” (103). “As reivindicações dos direitos legítimos das mulheres … não se podem sobrevoar superficialmente” (104). Os jovens devem ter “um maior protagonismo” (106). Diante da escassez de vocações em alguns lugares o Papa afirma que “não se podem encher os seminários baseados em qualquer tipo de motivação” (107).

Abordando o tema da inculturação, o Papa lembra que “o cristianismo não dispõe de um único modelo cultural” e que o rosto da Igreja é “multiforme” (116). “Não podemos esperar que todos povos … para expressar a fé cristã, tenham de imitar as modalidades adoptadas pelos povos europeus num determinado momento da história” (118). O Papa reitera “a força evangelizadora da piedade popular” (122) e incentiva a pesquisa dos teólogos convidando-os a ter “a peito a finalidade evangelizadora da Igreja” e a não se contentar “com uma teologia de escritório” (133).

Em seguida o Papa detém-se “com uma certa meticulosidade, na homilia”, porque “são muitas as reclamações em relação a este importante ministério e não podemos fechar os ouvidos” (135). A homilia “deve ser breve e evitar de parecer uma conferência ou uma aula ” (138), deve ser capaz de dizer “palavras que façam arder os corações”, evitando uma “pregação puramente moralista ou de endoutrinar” (142). Sublinha a importância da preparação “, um pregador que não se prepara não é ‘espiritual’, é desonesto e irresponsável” (145). “Uma boa homilia deve conter … ‘uma ideia, um sentimento, uma imagem'” (157). A pregação deve ser positiva, para que possa oferecer “sempre esperança” e não deixe “prisioneiros da negatividade” (159). O próprio anúncio do Evangelho deve ter características positivas: “proximidade, abertura ao diálogo, paciência, acolhimento cordial que não condena” (165).

Falando dos desafios do mundo contemporâneo, o Papa denuncia o actual sistema económico: “é injusto pela raiz” (59). ” Esta economia mata” porque prevalece a “lei do mais forte”. A actual cultura do “descartável” criou “algo de novo”: “os excluídos não são ‘explorados’, mas ‘lixo’, ‘sobras'” (53). Vivemos uma “nova tirania invisível, por vezes virtual” de um “mercado divinizado”, onde reinam a “especulação financeira”, “corrupção ramificada”, “evasão fiscal egoísta” (56). Denuncia os “ataques à liberdade religiosa” e as “novas situações de perseguição dos cristãos … Em muitos lugares trata-se pelo contrário de uma difusa indiferença relativista” (61). A família – continua o Papa – “atravessa uma crise cultural profunda” ” Reafirmando “a contribuição indispensável do matrimónio para a sociedade” (66 ), sublinha que “o individualismo pós-moderno e globalizado promove um estilo de vida … que perverte os vínculos familiares” (67) .

O Papa Francisco reafirma “a íntima conexão entre evangelização e promoção humana” (178 ) e o direito dos Pastores “para emitir opiniões sobre tudo o que se relaciona com a vida das pessoas” (182). “Ninguém pode exigir de nós que releguemos a religião à secreta intimidade das pessoas, sem qualquer influência na vida social”. Cita João Paulo II onde diz que a Igreja “não pode nem deve ficar à margem da luta pela justiça” (183). “Para a Igreja, a opção pelos pobres é uma categoria teológica” antes de ser sociológica. “Por isso peço uma Igreja pobre para os pobres. Eles têm muito a ensinar-nos” (198). “Até que não se resolvam radicalmente os problemas dos pobres … não se resolverão os problemas do mundo” (202). “A política, tanto denunciada” – diz ele – “é uma das formas mais preciosas de caridade”. “Rezo ao Senhor para que nos dê mais políticos que tenham verdadeiramente a peito … a vida dos pobres!” Em seguida, um aviso: “qualquer comunidade dentro da Igreja” que se esquecer dos pobres corre “o risco de dissolução” (207) .

O Papa nos convida a cuidar dos mais fracos: “os sem-tecto, os dependentes de drogas, os refugiados, os povos indígenas, os idosos cada vez mais sós e abandonados” e os migrantes, para quem o Papa exorta os Países “a uma abertura generosa” (210 ). Fala das vítimas de tráfico e de novas formas de escravidão: “Nas nossas cidades está implantado este crime mafioso e aberrante, e muitos têm as mãos cheias de sangue por causa de uma cumplicidade cómoda e silenciosa” (211). “Duplamente pobres são as mulheres que sofrem situações de exclusão, maus tratos e violência” ( 212) . “Entre estes fracos que a Igreja quer cuidar” estão “as crianças em gestação, que são as mais indefesas e inocentes de todos, às quais hoje se quer negar a dignidade humana” (213) . “Não se deve esperar que a Igreja mude a sua posição sobre esta questão … Não é progressista fingir de resolver os problemas eliminando uma vida humana” (214). E depois, um apelo para o respeito de toda a criação: “somos chamados a cuidar da fragilidade das pessoas e do mundo em que vivemos” ( 216) .

No que diz respeito ao tema da paz, o Papa afirma que é “necessária uma voz profética” quando se quer implementar uma falsa reconciliação “que mantém calados” os pobres, enquanto alguns “não querem renunciar aos seus privilégios” (218). Para a construção de uma sociedade “em paz, justiça e fraternidade” indica quatro princípios (221): “o tempo é superior ao espaço” (222) significa “trabalhar a longo prazo, sem a obsessão dos resultados imediatos” (223). “A unidade prevalece sobre o conflito” (226) significa operar para que os opostos atinjam “uma unidade multi-facetada que gera nova vida” (228). “A realidade é mais importante que a ideia” (231) significa evitar que a política e a fé sejam reduzidas à retórica (232). “O todo é maior do que a parte” significa colocar em conjunto globalização e localização (234).

“A evangelização – prossegue o Papa – também implica um caminho de diálogo”, que abre a Igreja para colaborar com todas as realidades políticas, sociais, religiosas e culturais (238). O ecumenismo é “uma via imprescindível da evangelização”. Importante o enriquecimento recíproco: “quanras coisas podemos aprender uns dos outros!”, por exemplo”, no diálogo com os irmãos ortodoxos, nós os católicos temos a possibilidade de aprender alguma coisa mais sobre o sentido da colegialidade episcopal e a sua experiência de sinodalidade” (246), ” o diálogo e a amizade com os filhos de Israel fazem parte da vida dos discípulos de Jesus” (248 ), “o diálogo inter-religioso”, que deve ser conduzido “com uma identidade clara e alegre” , é ” uma condição necessária para a paz no mundo”, e não obscurece a evangelização (250-251), “nesta época adquire notável importância a relação com os crentes do Islão (252): o Papa implora “humildemente” para que os Países de tradição islâmica garantam a liberdade religiosa para os cristãos, mesmo “tendo em conta a liberdade de que gozam os crentes do Islão nos países ocidentais”. “Diante de episódios de fundamentalismo violento” o Papa convida a “evitar odiosas generalizações, porque o verdadeiro Islão e uma adequada interpretação do Alcorão se opõem a toda a violência” ( 253). E contra a tentativa de privatizar as religiões em alguns contextos, afirma que “o respeito devido às minorias de agnósticos ou não-crentes não se deve impor de forma arbitrária, que silencie as convicções das maiorias de crentes ou ignore a riqueza das tradições religiosas” (255). E reafirma, portanto, a importância do diálogo e da aliança entre crentes e nã-crentes (257) .

O último capítulo é dedicado aos “evangelizadores com o Espírito”, que são aqueles “que se abrem sem medo à acção do Espírito Santo”, que “infunde a força para anunciar a novidade do Evangelho com ousadia (parresia ), em voz alta e em todo tempo e lugar, mesmo contra a corrente” (259). Trata-se de “evangelizadores que rezam e trabalham” (262), na certeza de que “a missão é uma paixão por Jesus mas, ao mesmo tempo, é uma paixão pelo seu povo” (268): “Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros” (270). “Na nossa relação com o mundo – esclarece o Papa – somos convidados a dar a razão da nossa esperança, mas não como inimigos que apontam o dedo e condenam” (271). “Pode ser missionário – acrescenta ele – apenas quem se sente bem na busca do bem do próximo, quem deseja a felicidade dos outros” (272): “se eu conseguir ajudar pelo menos uma única pessoa a viver melhor, isto já é suficiente para justificar o dom da minha vida” (274). O Papa convida-nos a não desanimar perante as falhas ou escassos resultados, porque a “fecundidade muitas vezes é invisível, indescritível, não pode ser contabilizada”; devemos saber “apenas que o dom de nós mesmos é necessário” (279). A Exortação termina com uma oração a Maria, “Mãe da Evangelização”. “Existe um estilo mariano na actividade evangelizadora da Igreja. Porque sempre que olhamos Maria voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afecto” (288).

Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/11/26/estilo_cordial_e_direto,_para_convidar_os_fi%C3%A9is_a_uma_nova_etapa/bra-750121
do site da Rádio Vaticano

Leia na íntegra a primeira Exortação Apostólica do Papa Francisco: EVANGELII GAUDIUM

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EVANGELII GAUDIUM

DE
PAPA FRANCISCO

AO EPISCOPADO, AO CLERO
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS
E AOS FIÉIS LEIGOS

SOBRE O ANÚNCIO DO EVANGELHO
NO MUNDO ATUAL
Evangelii Gaudium

1. A ALEGRIA DO EVANGELHO enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. Quero, com esta Exortação, dirigir-me aos fiéis cristãos a fim de os convidar para uma nova etapa evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos.

1. Alegria que se renova e comunica

2. O grande risco do mundo actual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado.

3. Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que «da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído». Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direcção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada. Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: «Senhor, deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a minha aliança convosco. Preciso de Vós. Resgatai-me de novo, Senhor; aceitai-me mais uma vez nos vossos braços redentores». Como nos faz bem voltar para Ele, quando nos perdemos! Insisto uma vez mais: Deus nunca Se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a sua misericórdia. Aquele que nos convidou a perdoar «setenta vezes sete» (Mt 18, 22) dá-nos o exemplo: Ele perdoa setenta vezes sete. Volta uma vez e outra a carregar-nos aos seus ombros. Ninguém nos pode tirar a dignidade que este amor infinito e inabalável nos confere. Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria. Não fujamos da ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o que suceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele para diante!

4. Os livros do Antigo Testamento preanunciaram a alegria da salvação, que havia de tornar-se superabundante nos tempos messiânicos. O profeta Isaías dirige-se ao Messias esperado, saudando-O com regozijo: «Multiplicaste a alegria, aumentaste o júbilo» (9, 2). E anima os habitantes de Sião a recebê-Lo com cânticos: «Exultai de alegria!» (12, 6). A quem já O avistara no horizonte, o profeta convida-o a tornar-se mensageiro para os outros: «Sobe a um alto monte, arauto de Sião! Grita com voz forte, arauto de Jerusalém» (40, 9). A criação inteira participa nesta alegria da salvação: «Cantai, ó céus! Exulta de alegria, ó terra! Rompei em exclamações, ó montes! Na verdade, o Senhor consola o seu povo e se compadece dos desamparados» (49, 13).
Zacarias, vendo o dia do Senhor, convida a vitoriar o Rei que chega «humilde, montado num jumento»: «Exulta de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti. Ele é justo e vitorioso» (9, 9). Mas o convite mais tocante talvez seja o do profeta Sofonias, que nos mostra o próprio Deus como um centro irradiante de festa e de alegria, que quer comunicar ao seu povo este júbilo salvífico. Enche-me de vida reler este texto: «O Senhor, teu Deus, está no meio de ti como poderoso salvador! Ele exulta de alegria por tua causa, pelo seu amor te renovará. Ele dança e grita de alegria por tua causa» (3, 17).
É a alegria que se vive no meio das pequenas coisas da vida quotidiana, como resposta ao amoroso convite de Deus nosso Pai: «Meu filho, se tens com quê, trata-te bem (…). Não te prives da felicidade presente» (Sir 14, 11.14). Quanta ternura paterna se vislumbra por detrás destas palavras!

5. O Evangelho, onde resplandece gloriosa a Cruz de Cristo, convida insistentemente à alegria. Apenas alguns exemplos: «Alegra-te» é a saudação do anjo a Maria (Lc 1, 28). A visita de Maria a Isabel faz com que João salte de alegria no ventre de sua mãe (cf. Lc 1, 41). No seu cântico, Maria proclama: «O meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador» (Lc 1, 47). E, quando Jesus começa o seu ministério, João exclama: «Esta é a minha alegria! E tornou-se completa!» (Jo 3, 29). O próprio Jesus «estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo» (Lc 10, 21). A sua mensagem é fonte de alegria: «Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa» (Jo 15, 11). A nossa alegria cristã brota da fonte do seu coração transbordante. Ele promete aos seus discípulos: «Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria» (Jo 16, 20). E insiste: «Eu hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» (Jo 16, 22). Depois, ao verem-No ressuscitado, «encheram-se de alegria» (Jo 20, 20). O livro dos Actos dos Apóstolos conta que, na primitiva comunidade, «tomavam o alimento com alegria» (2, 46). Por onde passaram os discípulos, «houve grande alegria» (8, 8); e eles, no meio da perseguição, «estavam cheios de alegria» (13, 52). Um eunuco, recém-baptizado, «seguiu o seu caminho cheio de alegria» (8, 39); e o carcereiro «entregou-se, com a família, à alegria de ter acreditado em Deus» (16, 34). Porque não havemos de entrar, também nós, nesta torrente de alegria?

6. Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa. Reconheço, porém, que a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos infinitamente amados. Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias: «A paz foi desterrada da minha alma, já nem sei o que é a felicidade (…). Isto, porém, guardo no meu coração; por isso, mantenho a esperança. É que a misericórdia do Senhor não acaba, não se esgota a sua compaixão. Cada manhã ela se renova; é grande a tua fidelidade. (…) Bom é esperar em silêncio a salvação do Senhor» (Lm 3, 17.21-23.26).

7. A tentação apresenta-se, frequentemente, sob forma de desculpas e queixas, como se tivesse de haver inúmeras condições para ser possível a alegria. Habitualmente isto acontece, porque «a sociedade técnica teve a possibilidade de multiplicar as ocasiões de prazer; no entanto ela encontra dificuldades grandes no engendrar também a alegria». Posso dizer que as alegrias mais belas e espontâneas, que vi ao longo da minha vida, são as alegrias de pessoas muito pobres que têm pouco a que se agarrar. Recordo também a alegria genuína daqueles que, mesmo no meio de grandes compromissos profissionais, souberam conservar um coração crente, generoso e simples. De várias maneiras, estas alegrias bebem na fonte do amor maior, que é o de Deus, a nós manifestado em Jesus Cristo. Não me cansarei de repetir estas palavras de Bento XVI que nos levam ao centro do Evangelho: «Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo».

8. Somente graças a este encontro – ou reencontro – com o amor de Deus, que se converte em amizade feliz, é que somos resgatados da nossa consciência isolada e da auto-referencialidade. Chegamos a ser plenamente humanos, quando somos mais do que humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza para além de nós mesmos a fim de alcançarmos o nosso ser mais verdadeiro. Aqui está a fonte da acção evangelizadora. Porque, se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o comunicar aos outros?

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O Papa Francisco escreve a sua primeira exortação apostólica Evangelii Gaudium

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(ACI/EWTN Noticias).- O diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, anunciou nesta manhã que no próximo dia 24 de novembro, dia de encerramento do Ano da Fé, o Papa Francisco entregará ao povo de Deus a sua primeira Exortação Apostólica intitulada: Evangelii Gaudium (O Gozo do Evangelho, tradução livre).

O documento será apresentado à imprensa, no dia 26 na Sala João Paulo II do Vaticano, em uma conferência na qual participarão o Presidente do Conselho Pontifício para a promoção da Nova Evangelização, o Arcebispo Rino Fisichella; o Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, Dom Lorenzo Baldisseri; e o Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli.

Em declarações ao grupo ACI nesta segunda-feira, Dom Fisichella explicou que o Papa Francisco fará a entrega do documento durante a Missa de clausura do Ano da Fé ao povo de Deus representado por “um Bispo, um sacerdote, um diácono, religiosos e religiosas, noviças, uma família, catequistas, artistas, jornalistas, jovens, idosos, doentes… quer dizer, de alguma maneira a entregará a todos aqueles que nos diversos momentos da vida, sendo cristãos, estão chamados a ser evangelizadores”.

O Ano da Fé, explicou o Arcebispo Fisichella, converte-se assim “em um compromisso que a Igreja assume mais uma vez como um dever de levar o Evangelho a toda criatura”.

Serão, no total, 36 pessoas de 18 países dos cinco continentes os que receberão a primeira exortação apostólica escrita pelo Papa Francisco.

O Vaticano anunciou que o Bispo, o sacerdote e o diácono aos que o Papa entregará a Exortação são oriundos da Letônia, Tanzânia e Austrália respectivamente.

Por outro lado, os artistas que representarão a arte católica e receberão a Exortação serão o arquiteto japonês Etsuro Sotoo, que se converteu enquanto trabalhava na Basílica da Sagrada Família de Barcelona, e a pintora polonesa Anna Gulak.

Neste grupo também haverá dois jornalistas, um é Joan Lewis, norte-americano do maior canal católico do mundo, EWTN.