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A visão cristã sobre o meio ambiente

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Dia 05 de junho a humanidade celebra e comemora o dia mundial do meio ambiente. Faz-se necessária uma reflexão e um discernimento, para podermos colaborar com a preservação da integridade do planeta.

Trata-se de uma questão profundamente espiritual que procede do mandato divino do Gênesis de cuidar e transformar a Terra. Alguns pensadores atuais atribuem a uma interpretação equivocada desta missão, focalizada no domínio predatório e abusivo que gerou a atual crise ecológica. Esquecem que foi o iluminismo racionalista do século XVIII, que separou a razão da fé, e começou a conceber a terra como um mecanismo, uma máquina que com a revolução industrial se converterá em matéria prima e mercadoria de troca.

O cristianismo não vê oposição entre ciência, ação humana e cuidado da terra, como certos ambientalistas radicais que diagnosticam o fim da espécie humana como uma única saída para salvar a terra. Mais, acreditamos que com a sabedoria do Evangelho, somos capazes de amar, cuidar e proteger as criaturas que Deus nos confiou, optando por um desenvolvimento integral, solidário e sustentável.

Um crescimento qualitativo em consciência, e inteligência cordial e espiritual, que resgate o olhar para a criação como um dom divino, como a Casa que o Pai nos entregou para vivermos com alegria, partilha, simplicidade e sobriedade, incluindo e acolhendo a todas as pessoas, respeitando a vida de todos os seres.

Também nossa fé cristã, nos liberta de considerar a terra como uma deusa, ou como a quarta pessoa da Trindade Santa, o cosmocentrismo leva a desvios, como o de querer substituir a Carta da Declaração dos Direitos Humanos pela Carta da Terra; o ser humano Imago Dei (imagem de Deus) foi instituído pelo Criador, gerente, cuidador e jardineiro da Terra, com uma dignidade intrínseca e específica. Que São Francisco, padroeiro da Ecologia nos ajude a viver a fraternidade universal com todas as criaturas e a cuidar com ternura e bondade da criação. Deus seja louvado !

O sol como fonte de energia e de vida

Dom Pedro Luiz Stringhini
Bispo de Mogi das Cruzes (SP)

O sol, na espiritualidade cristã e na liturgia da Igreja, aparece como sinal da luz de Deus, que é vida e gera vida. Na realidade, a luz solar é um dom de Deus essencial para a existência, a reprodução e a preservação de todas as formas de vida no Planeta Terra. Não de forma direta e exclusiva, pois seu calor aniquilaria a vida. Contudo, na harmonia e equilíbrio cósmicos, sua luz chega à Terra filtrado pela rica estrutura de gases e umidade que compõem a atmosfera, diminuindo de forma equilibrada a quantidade de raios prejudiciais e possibilitando, dessa forma, uma temperatura favorável à biodiversidade.

Nas últimas décadas, a humanidade foi tomando consciência de que não pode mais depender dos bens fósseis, especialmente o petróleo, o carvão e o gás, para gerar a energia que necessita para praticamente tudo na vida. De fato, a queima desses bens libera o dióxido de carbono neles contido e o emite para a atmosfera. Aumentando a quantidade relativa desses gases, que têm como função guardar parte do calor do sol que retorna do solo terrestre, dá-se o aumento geral médio da temperatura na Terra.

Esse aquecimento provoca mudanças na direção e intensidade dos ventos, na formação de nuvens, na forma de precipitação das chuvas, no degelo das águas congeladas nos pólos e nos picos das cordilheiras, no aumento do nível das águas dos mares, na formação de furacões cada vez mais intensos, no aumento dos tempos de estiagem em diferentes áreas do Planeta, de modo especial nas regiões semi-áridas.

Por isso, é vital para a humanidade, e para sua relação de responsabilidade com todos os demais seres vivos e com a própria Terra, buscar outras fontes de geração de energia e, ao mesmo tempo, empreender esforços para diminuir essa necessidade, adotando um estilo de vida mais simples e menos consumista. Nessa perspectiva, os avanços tecnológicos podem tornar possível a transformação dos raios do sol que atingem o planeta em energia elétrica. Isto é ao mesmo tempo uma boa notícia e também uma prioridade e uma responsabilidade.

A política energética brasileira não está levando em consideração o abundante potencial solar do País. Pelo contrário, continua dependendo de grandes obras de represamento dos rios e de centrais termoelétricas e nucleares. Países de menor potencial solar e eólico já envidam esforços, com sucesso, para valorizar o sol e os ventos na captação de energia, apresentando resultados que poderiam servir ao Brasil de exemplo de política energética.

Este é o motivo e o sentido da campanha que está sendo promovida pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social: tornar conhecida pela população a imensa potencialidade de geração de energia solar no Brasil e pressionar os governantes para que mudem a política energética, assumindo a produção descentralizada de energia fotovoltaica como a fonte alternativa às grandes obras hidrelétricas na Amazônia e as pequenas centrais hidrelétricas construídas nos médios rios em todo o país, e abandonar em definitivo a construção de centrais termoelétricas e usinas nucleares.

O que se almeja não é a construção de “fazendas de energia solar fotovoltaica”, pois a energia continuaria sendo uma mercadoria a ser transportada para ser vendida. Deseja-se, ao contrário, que os tetos das casas, prédios, empresas, hospitais, colégios, templos, universidades e demais espaços públicos se tornem mini, micro ou médios produtores de energia pela transformação dos raios de sol em energia elétrica, utilizando a rede pública existente no sentido contrário: para levar o que não for consumido em cada unidade de produção para os grandes consumidores – as indústrias de diferentes tipos.

O Fórum ( fclimaticas@gmail.com ; telefone 61.3447.8722) está publicando subsídios de apoio à campanha. Cada cidadão pode obter e utilizar, contribuindo e fazendo sua parte na luta pela vida, pelo respeito ao ser humano e na preservação do meio ambiente. Tudo faz parte da obra de Deus, de sua vontade e seu amor.

Vídeo da Nasa mostra mais de 130 anos de aquecimento global em 26 segundos

Esta é para aqueles que duvidam do aquecimento global: a Agência Espacial Americana (Nasa)postou na rede um vídeo que resume em, apenas, 26 segundos o que aconteceu com a temperatura do planeta entre 1880 e 2011. Assista abaixo!

Não, você não entendeu errado. As manchas azuis correspondem às regiões do planeta que apresentaram temperaturas abaixo da média global durante os 131 anos analisados pela Agência, enquanto as manchas vermelhas representam as regiões com temperaturas acima da média. Sentiu o drama?

Não precisa ser nenhum grande entendedor do assunto para perceber que as manchas vermelhas – ou seja, o aquecimento global – vão ficando cada vez mais frequentes após a década de 70, quando teve início no mundo a terceira Revolução Industrial, e chegam a um nível – por que não dizer? – assustador a partir de 2000. De acordo com a Nasa, nove dos dez anos mais quentes da história do planeta, desde 1880, foram registrados após o início do século XXI.

Não por acaso, os níveis de dióxido de carbono (CO2) também cresceram muito desde 1880 –quando medições mais modernas começaram a ser feitas –, juntamente com o aumento da temperatura. Há 130 anos, a concentração de CO2 na atmosfera era de 285 partes por milhão (pmm), enquanto em 2011 o índice subiu para mais de 390 ppm. Já passou da hora de reduzirmos esse número, não?

Imagem: Nasa

Matéria Super Interessante 

‎6 Plantas para ajudar na purificação do ar na sua casa

Li, gostei e estou compartilhando com vocês como Deus é bom. Nada foi criado por acaso. Tudo tem um sentido de ser. Foi que na simplicidade da função de cada planta.

Legal de mais. Para ler clique no link abaixo:

via ‎6 Plantas para ajudar na purificação do ar na sua casa.

Grupo de jovens de Ipatinga promove visita a Jequitibá centenário nesta quarta

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Dando um lida nos jornais locais encontrei essa matéria do repórter Bruno Jackson, Jornal Diário do Aço, que fala sobre a ação de oito anos do Grupo de Jovens JUBAP, da paróquia Cristo Redentor, em proteger um jequitibá centenário localizado na divisa de Ipatinga com Paraíso. A árvore impressiona pela beleza.

Leia a bela matéria:

Com o propósito de despertar a consciência do poder público, dos órgãos ambientais e da sociedade, o grupo Jovens Unidos Buscando Amor e Paz (Jubap), da comunidade São Jorge, Paróquia Cristo Redentor, em Ipatinga, realiza, no feriado desta quarta-feira (15), Dia da Assunção de Nossa Senhora, a 8ª edição da Visita ao Jequitibá Centenário.

O evento é dividido em três fases. Primeiro, a concentração para a caminhada até o jequitibá. A saída acontece às 7h30, em frente à Igreja Católica da comunidade São Jorge, na rua Quebec, 266, no bairro Bethânia. A árvore centenária está localizada nas imediações do bairro Jardim Vitória, na divisa de Ipatinga com Santana do Paraíso. A segunda etapa é uma oração no local. O último momento é a partilha de lanche, perto de uma nascente d’água nas proximidades do jequitibá. Em seguida, todo o lixo é recolhido e devidamente descartado. Os organizadores do evento aproveitam para recolher detritos acumulados no local.

A árvore centenária está numa área de responsabilidade da empresa Hematita Empreendimentos Imobiliários que, recentemente, além de fazer um cerco de proteção, disponibilizou um segurança para vigiar a árvore e desestimular a ação de vândalos. A iniciativa da empresa é fruto da mobilização da visita anual dos integrantes do Jubap.

Há sete anos, o grupo notou que o avanço imobiliário está ameaçando o jequitibá de destruição. Na primeira edição do evento, em 2004, a visita foi realizada duas vezes. Em 2010, o evento ganhou a adesão do Centro de Defesa dos Direitos da Natureza (CDDN). A árvore centenária “adotada” pelos jovens cristãos é da espécie Jequitibá-rosa (Cariniana legalis).

Bruno Jackson

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Mobilização 

Conforme Gilneto Victor, membro do Jubap e um dos organizadores do evento deste ano, a mobilização não pode parar. “Nosso esforço em proteger esse jequitibá centenário só faz sentido se conseguirmos agregar mais pessoas em torno desta luta. Exigimos que o poder público e os órgãos ambientais estejam ao nosso lado. Não estamos apenas defendendo um jequitibá. Nosso compromisso é com a defesa do meio ambiente, que está ameaçado pelos interesses econômicos”, ressalta Gilneto.

Repórter : Bruno Jackson

Pessoa e economia verde

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte

É uma convicção incontestável a importância de cuidar do verde e de se investir em ideias que gerem valor. Mais importante ainda é situar bem no centro dessas ideias a pessoa humana. Sem essa centralidade há sempre o risco de se obter avanços pouco significativos. Também será mais difícil atingir metas ousadas no contexto das urgências sociais e políticas desse tempo.

Ora, os graves problemas ecológicos exigem uma mudança efetiva de mentalidade levando as pessoas a adotarem novos estilos de vida. Se não houver uma evolução nesse caminho, não se avançará a passos largos em nenhuma das direções apontadas por ideias inteligentes. Só a pessoa detém a propriedade de buscar o verdadeiro, o belo e o bom, com a capacidade de gerar comunhão com o outro, influenciando, consequente e determinantemente, sobre as opções de consumo, poupança e investimentos.

Fica claro que se a economia verde se pautar simplesmente na lógica do lucro não será possível alcançar os resultados que a realidade contemporânea está urgindo. O comportamento de cada pessoa é determinante para desacelerar o processo de esgotamento dos recursos naturais, exigindo da sociedade contemporânea a revisão de conceitos sobre produção e consumo.

É óbvia a importância da tecnologia e da inovação.  Tem o seu lugar próprio o lucro. Contudo, não pode ser a força que preside todos os processos sob pena de impedir aberturas e compreensões que permitam situar e respeitar a centralidade da pessoa. É indispensável alavancar a ciência da sustentabilidade com uma antropologia assentada em princípios e valores consistentes para evitar decepções nas expectativas e nos compromissos de governos, empresas e todos os segmentos que são decisivos nos rumos da sociedade.

A rentabilidade, capítulo dessa questão, o respeito às leis e o arcabouço complexo dos engenhos técnicos e estratégicos devem ter como raiz e horizonte uma antropologia que considera a pessoa como referência central. É preciso evitar relativizações perigosas e altamente prejudiciais à vida, que deve ser respeitada em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio com a morte natural.

É necessária uma antropologia que impulsione o desabrochamento de uma autêntica espiritualidade. Nesse sentido, é importante compreender, admitir e viver a vida como dom, relacionando-se com a natureza, bem da criação para todos, segundo lógicas permeadas pelo sentido de gratuidade. A natureza deve ser tratada como poderoso recurso social que pode alavancar, equilibradamente, um desenvolvimento humano integral.

É interpelador saber que a atividade econômica não resolverá todos os problemas sociais. A lógica mercantil não é suficientemente forte para isso. O agir mercantil não pode seguir, neste caso, um caminho distante que desconhece a força do agir político. A centralidade de cada pessoa evoca uma cidadania capaz de produzir energias morais indispensáveis para se garantir a busca da sustentabilidade na justiça.

Este é o olhar para a hermenêutica do documento final da Conferência Rio+20 e dos clamores da Cúpula dos Povos. Um olhar emoldurado por uma adequada antropologia para o caminho proposto. Com a autoridade e configuração, por exemplo, da antropologia cristã, fica enfraquecido o volume significativo das presenças, nações e dirigentes, passíveis de desculpas. Todos devem assumir as metas necessárias e mais corajosas. Assim, com o passar do tempo, a Rio+20 poderá ser considerada o grande evento mundial.

A economia verde, concebida à luz da centralidade de cada pessoa, deve ser agora uma grande força de princípios no enfrentamento da crise vivida pela civilização atual. Adverte bem o Santo Padre Bento XVI, na Encíclica Caritas in Veritate, quando diz que é urgente repensar nossa relação com a natureza, dada por Deus como ambiente de vida. Desejamos o exercício de um governo responsável para guardar a natureza, fazê-la frutificar e cultivá-la, com formas novas e tecnologias avançadas.

Rio + 20…. Enquanto isso na Warner brasileira – Brasília – Tom e Jerry salvam uma cachoeira

“Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil”. Assim começa todos os telejornais brasileiros e assim são as manchetes dos impressos nessa pátria gentil. Fato relevante e importante para a sociedade tupiniquim que contém grandes reservas naturais a serem cuidadas pelo governo. Outra coisa que o governo deve cuidar é de suas reservas de popularidade, embora o povo tenha memória curta. Muito curta. Quase um Alzheimer.

É, a preservação das florestas de dinheiro publico para o bem político de um ser chamado político começou. Creio que com inspiração na Rio +20 e Cúpula dos Povos. Afinal a grande floresta verde de reais está se esgotando. Será? Não, isso só aconteceria em sonhos, ou melhor, pesadelos dos sofistas do planalto. Dos éticos. É nesse contesto de Rio +20 e Cúpula dos Povos que Tom and Jerry  entram em ação na CPI de preservação das cachoeiras. Ou de quem nela se banhou.

Como no desenho, Tom e Jerry sempre se estranham e vão as vias de se extinguirem. Contudo diante a ameaça em comum de alguém se unem facilmente. Em Brasília, a Warner brasileira, ou até mesmo a Disney, afinal lá são produzidos belos contos de fada, assistimos, ou não, ao  filme “O que há por trás da Cachoeira”. Na verdade, como sempre sabemos, espero, que os filmes de contos de fadas, heróis e outros seres são ficção, a CPI também é.

Ontem, 14/06, houve uma grande encenação de abandono da CPI por parte de Tom – oposição – e uma “trolagem”  de Jerry – Governo – pela não aprovação da convocação do dono da Delta. Empresa mergulhada nas águas dessa cachoeira, assim como o Senador ético e governadores semelhantes. Sem falar em outros membros do governo e da CPI que fizeram um tour por Paris com Cachoeira.

A Rio + 20 corre o risco de novamente não gerar grandes frutos ambientais para o planeta. A Cúpula dos Povos continuará com os status de evento paralelo. Já a CPI do Cachoeira terá o destino mais bonito de todos. A preservação. O desfecho que o mundo espera na Rio + 20 acontecerá em Brasília. No final as águas de cachoeira serão preservadas e Tom e Jerry saíram abraçados comendo queijo e peixe. A Rio+20, só Deus sabe.

Ah! Me esqueci do povo, inclusive eu. Mas não me lembro de nada hoje, ontem e nem daqui uns dias.

Por Marquione Ban

Igreja presente na Conferência Rio+20 e na Cúpula dos Povos

rio202012Vinte anos depois da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), o Rio de Janeiro volta a ser o ponto de encontro para lideranças do mundo inteiro e sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, entre os dias 13 e 22 de junho. Paralelamente a esse grande evento, de 15 a 23 de junho, acontecerá, no Aterro do Flamengo, a Cúpula dos Povos, numa oportunidade para tratar dos problemas enfrentados pela humanidade e demonstrar a força política dos povos organizados. Dentro dessa perspectiva, a arquidiocese do Rio de Janeiro, bem como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) marcam presença ao longo do evento propondo reflexões e debates sobre a integração do homem com o mundo à sua volta.

A Rio+20 também conta com a participação da Santa Sé, que enviou uma equipe para representar o papa Bento XVI. À frente dessa comitiva está o arcebispo de São Paulo (SP), dom Odilo Pedro Scherer. Para ele, esse será um grande desafio, uma vez que a presença da Santa Sé no evento representa a palavra da Igreja.

“É uma tarefa importante porque eu irei integrar e, ao mesmo tempo, chefiar a delegação da Santa Sé, que representa a palavra da Igreja, a posição da Igreja sobre as questões tratadas na Rio+20. No entanto, com grande honra, porque é a oportunidade de apresentar o pensamento da Igreja, que tem uma grande autoridade moral no conselho das nações. Embora o Vaticano seja um Estado pequeno, a sua representatividade é muito grande e importante no âmbito das nações”, disse o cardeal.

A primeira das atividades será no dia 15 de junho, na Tenda da Paz, no aterro do Flamengo, onde haverá uma mesa de diálogo sobre meio ambiente e justiça social.

Dom Odilo ressaltou a forte presença da Santa Sé em eventos promovidos pelas Nações Unidas e outros órgãos internacionais. “Ela tem se feito presente através do Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas e por isso também apresenta a Santa Sé em eventos como este, que é a Rio +20. “A Igreja tem um pensamento, um olhar próprio sobre todas essas questões, uma visão sobre o homem, uma visão sobre a economia, cultura, sobre a vida e assim por diante. Portanto, são oportunidades da Santa Sé, em nome da Igreja, de estar colocando a posição, a palavra da Igreja para ajudar a servir e iluminar, e isso faz parte da missão evangelizadora da Igreja”, concluiu.

Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas

observadornaONUPela primeira vez no Rio de Janeiro e com participação ativa na Rio + 20, o Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, dom Francis Chullikatt, tem uma missão importante: destacar a pessoa humana e os problemas ecológico-sociais dos países mais pobres, que, segundo ele, muitas vezes não têm voz nas grandes conferências.

Junto com dom Francis, chegaram na última terça-feira, 12 de junho, três colaboradores: padre Philip J. Bené, padre Justin Wylie e o advogado Lucas Swanepoel, que já estão participando da 3ª Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reúnem representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência.

Em entrevista para a WebTV Redentor, dom Francis Chullikatt falou sobre o papel da Igreja na Rio+20, destacando os três aspectos do desenvolvimento sustentável: a sustentabilidade econômica, social e ambiental.

“A Igreja é muito importante no desenvolvimento destes três aspectos. Relacionado ao aspecto econômico, sabemos que a Igreja Católica sempre se preocupa com os países pobres. Quando falamos do social, sabemos que a Igreja é totalmente envolvida no crescimento da situação social do mundo. O terceiro aspecto, o ecológico, pode-se destacar, aqui no Brasil, a preocupação com a proteção da Amazônia. Nós cuidamos da natureza, porque nós católicos acreditamos na preservação”, disse.

O Observador na ONU mostrou-se preocupado em trabalhar durante a Conferência, principalmente com os países pobres, já que a Rio+20 tem dois temas centrais: “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”; e “A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”.

“Viemos mostrar especialmente aqueles que não têm voz, especialmente o povo dos países pobres. Defendemos a humanidade e as pessoas que têm a vida violentada pelo mundo. Temos que ter essa preocupação para a vida humana ser preservada”, acrescentou dom Chullikatt.

Dom Odilo é enviado do Papa para Rio+20

O Aarcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, será o enviado especial do Papa Bento XVI e chefe da Delegação da Santa Sé na Conferencia das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustenstável (Rio+20), que será realizada entre os dias 13 e 22 de junho (o arcebispo foi nomeado para os dias 20 a 22, quando acontece o Segmento de Alto Nível da Conferência, com a presença de diversos chefes de Estado), na cidade do Rio de Janeiro. Dom Odilo foi comunicado da nomeação pelo núncio apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello, por carta datada de 29 de maio. A carta do Núncio informa, ainda, que “também farão parte da Delegação da Santa Sé o Ex.mo Mons. Francis Chullikatt, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, o Rev.do Philip J.Bené, o Ver.do Justin Wylie e o Advogado Lucas Swanepoel”.

A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009.

O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

A Conferência terá dois temas principais: “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”; e “A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”.

A Rio+20 será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16  e 19 de junho, serão programados os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.

Fórum articula ações para a Cúpula dos Povos e analisa veto parcial do novo Código Florestal

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Nos dias 24 e 25 de maio, os integrantes do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social estiveram reunidos em Brasília. Como parceira do Fórum, a CNBB foi representada no evento por dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Franca (SP) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz. A reunião resultou na elaboração de uma carta de posicionamento diante da atual conjuntura nacional.
O bispo explicou que o encontro anual dos representes das entidades parcerias serviu para acertar os próximos passos em vista da Rio+20, a Cúpula dos Povos e o debate do novo Código Florestal. “Analisamos as medidas propostas pelo capitalismo internacional para a defesa do meio ambiente, com a chamada ‘economia verde’. Os organismos internacionais que estão próximos de grupos como agricultores, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, não vêem essa solução como eficaz, democrática ou popular. Essa ‘economia verde’ é na verdade mais um instrumento para o capital pintar de verde o capitalismo, que sempre foi tão cinzento”.dompedroluizStringhinimaio2012

A mensagem final da reunião do Fórum reafirmou que a natureza não tem preço, ao dizer que as entidades são contrárias ao discurso que apresenta a economia verde como a solução para os problemas que o planeta. “Somos contrários à economia verde, bem como aos instrumentos apresentados pelo mercado e assumidos pelos governos no bojo da discussão do combate às mudanças climáticas”, afirmou o bispo.

Em relação ao veto parcial ao texto do novo Código Florestal, apresentado nesta sexta-feira, dom Pedro declarou satisfação com a decisão da Presidência da República. “Há tempos que o Fórum e as entidades parceiras vinham lamentado a tramitação e o resultado trágico e negativo que a Câmara dos Deputados apresentou. Por isso, recebemos com bastante conforto, alívio e alegria estes vetos todos da presidente da República. Demonstrou a sensatez, a sensibilidade à opinião, seja de quem trabalha no Ministério do Meio Ambiente, seja dos movimentos sociais e cientistas. É uma vitória, que não é total, mas em que foram vetados pontos que seriam muito nocivos à questão do meio ambiente no Brasil. Isso dá fôlego para que continuemos no trabalho de mobilização, conscientização e participação do nosso povo”.

Por que tanto veneno?

Estamos perto da Rio+20 e da Cúpula dos Povos que acontecem aqui no Brasil. Esses eventos vão debater as mudanças climáticas e tentar propor soluções para frear o aquecimento global e as intempéries da natureza que ameaçam o globo e tudo que nele existe.

Muito pouco podemos fazer? Sempre me pergunto isso. No entanto, a resposta que me dou é não. Podemos começar a modificar nossa consciência e assim buscarmos praticas mais sustentáveis de viver, na grande casa, que Deus nos Deus para cuidar e não destruir.

O blog Ambiental Unipac, do amigo Rafael Vargas, é um blog voltado para essas práticas sustentáveis. Então vamos acessar e adquirir conhecimento para mudarmos nosso pensar e por caminho, nossas atitudes.

A matéria abaixo fala do uso indiscriminados de agrotóxicos. Confira:

Por que tanto veneno?.

CINE O ANUNCIADOR: Cúpula dos povos

O vídeo aborda as questões ambientais e acima de tudo a dignidade humana diante o avanço econômico destruidor do meio ambiente e favorecedor de poucos. O vídeo é Vídeo produzido pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social e pela Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Justiça, da Caridade e da Paz – CNBB.

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Campanha contra o novo Código Florestal: #VetaDILMA

Como já sabemos o novo Código florestal, que só valoriza os grandes latifundiários desse Brasil desigual, foi aprovado. Precisamos direcionar nossas orações para a nossa presidenta, pra que ela tenha a coragem de profética de barrar essa desordem chamada “Novo Código Florestal”, que vai destruir nosso futuro e presente. #VetaDilma.

Alguns memes que estão rolando na rede para a campanha. Se você defende a vida, peça: #VetaDilma.

Memes:

RIO+20, Cúpula dos povos e afetados por mudanças climáticas

Dom Pedro Luiz Stringhini
Bispo de Franca (SP)

A ONU realizará, em junho deste ano, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. No mesmo período, acontecerá a Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental. O Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social participará da Cúpula dos Povos, levando sua experiência e contribuição.

“A Cúpula dos Povos – um evento organizado pela sociedade civil – deverá atrair dez mil pessoas, de 15 a 23 de junho, no Aterro do Flamengo. Segundo a Ong Fase, serão duas mil pessoas da Via Campesina, mil quilombolas, 1,2 mil indígenas e mil trabalhadores da agricultura familiar, entre outros” (O Estado de SP, 28.03.12).

A Conferência sobre Meio Ambiente Rio+20 comemora os 20 anos da Eco 92 (Rio de Janeiro 1992). Uma visão e análise críticas da realidade dão conta que, em vez de fazer uma séria revisão sobre o que foi ou não realizado das decisões da Eco 92, tanto a ONU quanto o Governo brasileiro estão preferindo que a Rio+20 sirva para consagrar a proposta dos grandes grupos econômicos, a “economia verde”.

A cartilha Economia Verde, que está sendo publicada pela Rede Jubileu Brasil e outras entidades, e que está sendo assumida pelas pastorais sociais da CNBB como texto de informação e formação, ajuda a compreender com profundidade por que esta proposta está sendo contestada pelos movimentos sociais da sociedade civil brasileira e internacional.

Trata-se, em resumo, de nova tentativa dos principais responsáveis pelo aquecimento global, as empresas capitalistas, de se apresentarem como as “salvadoras do meio ambiente”. Na verdade, o que desejam é estabelecer preço para todos os bens naturais, que ainda são bens comuns – água, ar, reservas florestais, áreas indígenas e quilombolas, paisagens naturais, conhecimentos tradicionais, biodiversidade … –, usando-os como “créditos de carbono” a partir de pagamentos pelos “serviços ambientais” dessas áreas preservadas. Ou seja, querem continuar poluindo, justificados com esses pagamentos de serviços ambientais, tornando-se donos, ao mesmo tempo, de novos títulos de crédito negociados em mais uma bolsa especulativa.

Questionando essa opção, entidades da sociedade civil decidiram convocar-se como Cúpula dos Povos, autônoma em relação à conferência governamental Rio+20. Ela se propõe, através de atividades de Assembleia do Povo, dizer uma palavra profética sobre as verdadeiras causas da crise ambiental que atinge o Planeta, sobre a propalada solução da “economia verde” e, finalmente, sobre o que já está sendo feito e o que é preciso fazer para defender e promover a vida na Terra e da Terra.

O Fórum está buscando condições para apoiar a presença dos Afetados por Desastres Socioambientais(MONADES) na Cúpula dos Povos. O plano é realizar o 2º Seminário de Atingidos, que será também a 1ª Assembleia do MONADES, no Rio de Janeiro, nos dias 15 e 16 de junho – dias de atividades autogestionadas dos movimentos e entidades da Cúpula dos Povos. Em seguida, possibilitar a participação na Marcha de Abertura (dia 17), das Assembleias (dias 18, 19 e 21) e das Mobilizações, especialmente as do dia 20, da Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental.

Grande parte da missão do Fórum será realizada com a consolidação do MONADES. Com ele, os Afetados serão protagonistas na luta por políticas públicas que garantam seus direitos e promovam ações preventivas em todas as áreas de risco de desastres socioambientais.

A Cúpula dos Povos quer, com sua mobilização, sensibilizar a sociedade sobre a urgência em que se encontra a humanidade de implementar soluções verdadeiras. Cada comunidade cristã pode contribuir para essa importante e cidadã mobilização.

Em vista dessa mobilização, faz-se relevante e pertinente a proposta de recolher 1,4 milhão de assinaturas para propor ao Congresso nacional uma lei de iniciativa popular que coíba o desmatamento, isto é, realize o chamado desmatamento zero, impedindo a supressão de florestas nativas em todo o território nacional.

VÍDEO: A fábrica suicida

Sempre discutimos sobre sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Esse vídeo fala sobre isso de uma forma um tanto quanto diferente, mas interessante. Imagine o desespero de uma fábrica quando ela descobre que é a responsável pela morte dos seres vivos de todo o planeta. Esta é a história deste curta muito divertido. Veja e reflita:

CNBB é homenageada com o Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente

meio-ambiente1A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) será homenageada com o Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente, concedido pelo Ministério do Meio Ambiente, tendo em vista a sua atuação na preservação das florestas brasileiras.

A cerimônia de premiação ocorrerá no Centro Comunitário da Universidade de Brasília (UnB), no próximo dia 23 de novembro, às 19h.

O prêmio vai de encontro com a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que declarou o ano de 2011 como o Ano Internacional das Florestas. O objetivo da ONU foi chamar a atenção para a importância das florestas para o nosso planeta e “convidar as sociedades humanas a se engajarem em ações de proteção e de uso sustentável de todos os tipos de florestas”.

O Prêmio

O Prêmio foi criado em 2002 e restringe-se a laurear anualmente pessoas, projetos e instituições associados à conservação e ao uso sustentável da floresta Amazônica.

TRF1 retoma julgamento de Ação Civil Pública contra Belo Monte

xinguNesta quarta-feira, 26, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF 1) vai dar continuidade ao julgamento da Ação Civil Pública que pode suspender a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). Impetrada pelo Ministério Público Federal, a ação trata do direito dos povos indígenas de serem consultados pelo Congresso Nacional antes do início das obras que impactem suas comunidades, conforme previsto pelo Art. 231 da Constituição Federal. Além desta, outras 11 ações denunciando ilegalidades no processo de Belo Monte aguardam julgamento.

A análise da ação havia começado na segunda-feira, 17, quando a relatora do caso, desembargadora Federal Selene Maria de Almeida, do TRF 1, invalidou o processo para construção de Belo Monte ao desqualificar o Decreto Legislativo nº 788/2005 do Congresso Nacional, que autorizou a construção da usina. Para Selene, não há dúvidas sobre a necessidade das oitivas indígenas. ‘A Constituinte prescreve que sejam ouvidas as comunidades indígenas afetadas. Em seu voto, a Dra. Selene reafirmou o posicionamento já adotado pelo TRF1 quando da primeira avaliação da matéria, em 2006.

A desembargadora também contestou o argumento da Eletrobrás de que as oitivas não seriam necessárias já que a usina não será construída no interior ou inundará terras indígenas. “A colocação fora das terras indígenas é irrelevante para a questão. Não perder território pela usina ou pela inundação não quer dizer que não sofrerão impactos. É impossível dizer que não serão impactados. O aproveitamento hídrico impactará gravemente as comunidades indígenas”, afirmou.

Após o voto da relatora, o julgamento foi adiado porque o desembargador Fagundes de Deus pediu vista do processo. Com a retomada do julgamento hoje, segue o voto do desembargador e também da desembargadora Maria do Carmo Cardoso.

Mobilizações

Começou ontem, 25, em Altamira e vai até a próxima quinta-feira, o seminário “Territórios, ambiente e desenvolvimento na Amazônia: a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu. O encontro pretende analisar a conjuntura em torno de Belo Monte e discutir respostas às situações de risco e impactos gerados pela usina.

Mais de 800 pessoas, entre comunidades de pescadores, ribeirinhos, pequenos agricultores, garimpeiros, barqueiros, agrovilas e indígenas, tanto da macro-região de Altamira quanto de demais localidades da Bacia do Xingu, participam do encontro. Estão presentes ainda indígenas de outras regiões do Pará, como Belém, Santarém, Marabá e sul do estado, além de outros do Mato Grosso, Goiás e Tocantins. Diversas categorias de trabalhadores, através de seus sindicatos, também estão em caravana no evento.

Desrespeito e omissão

Convocado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) a participar hoje de uma audiência em Washington sobre o não cumprimento de medidas cautelares de proteção das populações indígenas do Xingu, o Governo Federal anunciou, na sexta, 21, que não comparecerá.

Em abril deste ano, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA determinou que o Estado brasileiro suspendesse as obras de Belo Monte e que adotasse medidas urgentes para proteger a vida e a integridade pessoal dos membros das comunidades tradicionais da bacia do rio Xingu. Surpreendentemente, o governo brasileiro, além de descumprir as medidas internacionais e conceder a Licença de Instalação do empreendimento, adotou uma postura inédita de ameaça, desrespeito e deslegitimação do sistema interamericano de proteção aos direitos humanos, repetindo no Itamaraty a forma autoritária que adotou nos processos internos de licenciamento da usina. A retirada da candidatura à CIDH do ex-ministro de Direitos Humanos Paulo Vannuchi e a ameaça de suspender o pagamento da contribuição à OEA foram alguns dos expedientes de chantagem usados pelo Estado brasileiro após a determinação internacional de suspender Belo Monte.

No dia 26 de setembro de 2011, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA convocou o governo brasileiro e as organizações que representam as comunidades indígenas (Movimento Xingu Vivo para Sempre, Sociedade Paraense de Direitos Humanos, Justiça Global, AIDA) para uma reunião de trabalho hoje, 26, em Washington, sede da Comissão Interamericana. Desde então, as comunidades e as organizações peticionarias vinham buscando recursos para garantir que Sheyla Juruna e Antonia Melo, da coordenação do Movimento Xingu Vivo para Sempre, viajassem desde Altamira, no Pará, até os Estados Unidos, para participar da audiência. A comunicação do governo à CIDH e aos peticionários, de que o Brasil “não se fará representar”, pegou a todos de surpresa.

Encontro Pan-Amazônico debate problemáticas da Amazônia

PAN_-_AMAZNIA-_2011_035Dos dias 7 a 9 de outubro, aconteceu na cidade de Manaus (AM), o Seminário Pan-Amazônico, com diversas entidades preocupadas e envolvidas em debater a problemática da Amazônia.

Representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esteve o presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, cardeal dom Cláudio Hummes.

Leia a íntegra da carta final do encontro.

Lançada Campanha Missionária de 2011, “Missão na Ecologia”

mesacentro_cm“A Campanha Missionária deste ano nos conscientiza de que é preciso cuidar do planeta que Deus deixou a todos nós. A ligação ‘Missão na Ecologia’ vem justamente reafirmar a importância de cuidar da mãe terra para a sobrevivência da humanidade”.

dom_sergiodoisA afirmação acima é do presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sérgio Braschi, durante a coletiva de imprensa que lançou a Campanha Missionária de 2011, na tarde desta quarta-feira, 21, na sede nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) em Brasília.

De acordo com dom Sérgio, a Campanha sugere uma mudança de atitude e de comportamento para que possamos viver de maneira saudável no planeta. “Estamos numa sociedade globalizada em que o materialismo às vezes prevalece e com isso a ganância do ser humano para explorar os bens da natureza que faz com que se esgotem os seus mecanismos de sobrevivência para todos nós”, exortou.

altevir_trescoletivacmPara o secretário executivo do Conselho Missionário Nacional (Comina) e assessor nacional da Comissão para a Animação Missionária da CNBB, padre José Altevir da Silva, o mês de outubro não deve limitar a dimensão missionária. Segundo ele, é o momento para dar visibilidade à dimensão missionária da Igreja que deve preencher de maneira integral a vida dos cristãos batizados. “Outubro não é o mês missionário, todos os dias da vida são missionários. Outubro vem apenas para fortalecer e dar visibilidade às atividades missionárias da Igreja e por isso devemos viver oportunamente nas comunidades a essência missionária desenvolvida pela Campanha Missionária através da temática proposta a cada ano”, disse.

Padre Altevir explicou ainda como se dá a ligação entre missão e ecologia, tema da campanha deste ano. “A primeira razão é que como batizado você é missionário e tem total responsabilidade sobre a obra da criação; por isso, deve lutar em defesa da vida do planeta”. Continuou: “Segundo porque todos os anos a Campanha Missionária se liga diretamente à Campanha da Fraternidade que este ano trouxe o tema “Fraternidade e a Vida no Planeta”, portanto, como cristãos, quando falamos em missão temos que olhar de maneira integral para a vida valorizando a criação de Deus”, justificou.

Materiais

coletivacamilodoiscampanha_missionariaO diretor nacional das POM, padre Camilo Pauletti, também frisou a importância da Campanha Missionária e seus subsídios para a vivência de maneira concreta do mês missionário nas comunidades. “Enviamos gratuitamente vários materiais que contêm experiências, informações, reflexões e dados que nos ajudam na vivência e conscientização da Campanha Missionária”, disse. O diretor comentou que, ao todo, foram enviados este ano à Igreja no Brasil cerca de 50 toneladas de material, o que significa em números 20 mil DVDs, 150 mil novenas missionárias, 150 mil cartazes, 10 milhões de folhetos e 12 milhões de envelopes para o gesto concreto.

Comentou que a resposta positiva do envio desses materiais tem surpreendido a cada ano. “No Brasil essa coleta tem crescido. De 2009 a 2010 houve um acréscimo de quase 35%. No ano passado a Campanha teve uma arrecadação de mais de 7 milhões de reais em doações pela Igreja no Brasil. Na Assembleia Geral das POM de todo o mundo, que acontece anualmente em Roma, este ano realizado no último mês de maio, fomos lembrados como exemplo a ser seguido de animação missionária e crescimento na coleta. Em outros países, por exemplo, da Europa e Estados Unidos essa contribuição tem diminuído. A coleta é importante porque depois é distribuída para países principalmente do continente africano que precisam de mais ajuda para a continuação da evangelização”, concluiu.

A missão na Igreja

Dom Sérgio Braschi lembrou que esse dinheiro ajuda substancialmente na evangelização missionária além-fronteiras. Destacou projetos da Igreja do Brasil em outros países como Haiti e também do projeto das igrejas irmãs desenvolvido em várias dioceses do país. “A Igreja no Brasil mantem uma comunidade de religiosas que trabalham com o povo pela reconstrução do país que já era o mais pobre das Américas e que depois teve sua situação agravada com o terremoto do ano passado”. Da mesma forma, “temos também a ação das igrejas irmãs, trata-se de parcerias entre dioceses, que enviam e acolhem agentes de pastoral para que a fraternidade, a solidariedade e o espírito missionário se concretizem de fato”, completou o bispo.

Além desses projetos citados, que têm parceria das Pontifícias Obras Missionárias, o dinheiro arrecadado é enviado para o Fundo Mundial de Solidariedade em Roma. De lá é enviado para projetos como a sustentação de dioceses, abertura e manutenção de seminários, financiamento de obras sociais, assistência aos missionários em todo o mundo.