Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Dia 05 de junho a humanidade celebra e comemora o dia mundial do meio ambiente. Faz-se necessária uma reflexão e um discernimento, para podermos colaborar com a preservação da integridade do planeta.
Trata-se de uma questão profundamente espiritual que procede do mandato divino do Gênesis de cuidar e transformar a Terra. Alguns pensadores atuais atribuem a uma interpretação equivocada desta missão, focalizada no domínio predatório e abusivo que gerou a atual crise ecológica. Esquecem que foi o iluminismo racionalista do século XVIII, que separou a razão da fé, e começou a conceber a terra como um mecanismo, uma máquina que com a revolução industrial se converterá em matéria prima e mercadoria de troca.
O cristianismo não vê oposição entre ciência, ação humana e cuidado da terra, como certos ambientalistas radicais que diagnosticam o fim da espécie humana como uma única saída para salvar a terra. Mais, acreditamos que com a sabedoria do Evangelho, somos capazes de amar, cuidar e proteger as criaturas que Deus nos confiou, optando por um desenvolvimento integral, solidário e sustentável.
Um crescimento qualitativo em consciência, e inteligência cordial e espiritual, que resgate o olhar para a criação como um dom divino, como a Casa que o Pai nos entregou para vivermos com alegria, partilha, simplicidade e sobriedade, incluindo e acolhendo a todas as pessoas, respeitando a vida de todos os seres.
Também nossa fé cristã, nos liberta de considerar a terra como uma deusa, ou como a quarta pessoa da Trindade Santa, o cosmocentrismo leva a desvios, como o de querer substituir a Carta da Declaração dos Direitos Humanos pela Carta da Terra; o ser humano Imago Dei (imagem de Deus) foi instituído pelo Criador, gerente, cuidador e jardineiro da Terra, com uma dignidade intrínseca e específica. Que São Francisco, padroeiro da Ecologia nos ajude a viver a fraternidade universal com todas as criaturas e a cuidar com ternura e bondade da criação. Deus seja louvado !
Perfeito. Lembro-me que ha alguns anos atrás o então Santo Padre Bento XVI declarou que o católico que conscientemente comete crime contra a natureza, comete também um pecado. MAS, o importante mesmo na notícia acima é que ela ressalta a distinção entre cuidar do meio ambiente e tornar a causa ecológica uma ideologia quase religiosa. Exaltar as necessidades das outras espécies em detrimento da própria raça humana, etc. Lembro-me dos anos que passei na Suécia, onde o movimento ambiental é uma religião – substituíram Deus por árvores – frequentemente lia as notícias locais onde relatavam que algum grupo de ativista ambiental “ameaçava de morte” à algum cientista ou outros membros da sociedade julgados por eles como “inimigos dos animais e seus direitos!” As vezes cometiam assassinato em nome da causa ambiental. Isso, não tenho dúvida, está um passo do satanismo. Haja visto que o ódio à Deus, e por conseguinte à raça humana, que é sua imagem e semelhança, é uma característica principal do inimigo de todos invisível…
CurtirCurtir