“Êxodo: Deuses e Reis” um filme sobre escolhas e caminhos

Vale a pena ver o filme.
Vale a pena ver o filme.

Talvez seja moda ou não, mas no último ano assistimos Noé, e este ano vimos Êxodo: Deuses e Reis. O primeiro causou polêmica ao mudar a história de modo sutil mas mudou contata nas catequeses e escolas dominicais por aí. Personagens sumiram e Noé foi apresentado como um homem novo, forte e galã. Com “Êxodo” não é muito diferente. Mas espera aí…que bom que temos tido filmes retratando a história do povo de Deus e suas aventuras.

Sobre Êxodo ou Exodus: Deuses e Reis tenho muitas percepções a contar. Alguns fúteis, outras não. Vou me ater às que realmente considero importante. Para começar, lembro que no filme há momento em que o choro vem ao ver a fé de um povo sofrido. Não todos desde povo, mas daqueles que a guardam, assim como nos dias de hoje poucos fazem. A experiência de ver um Moisés herói, general e obediente mesmo sem crer surpreendeu a mim que fui criado na fé católica. Vi um Moisés mais Batiman do que nunca. [Consideração fútil].

Christian Bale como Moisés
Christian Bale como Moisés

Aprendi, ou melhor, aprendemos que Moisés era mais velho e gago, mas que ao ser chamado por Deus não o contestou. Teve fé e isso bastou. Vivi uma catequese que mostra um Deus rígido no Antigo Testamento e que nunca abandonou seu povo. Mas… [Cuidado, pode ter pequenos spoilers]…. que em uma frase de Moisés no filme se apresenta rancoroso, vingativo. Deus não o respondeu quando questionou que Ele abandonou seu povo 400 anos na escravidão. Não com essas palavras, mas o fez.

Escravos mas com fé.
Escravos mas com fé.

Nunca vi uma representação de Deus como a desse filme. A sabedoria divina está lá, mas a inocência cruel de uma criança que brinca com formigas também.

Além da fé, este filme também mostra um homem, santificado em nossas histórias e nas páginas da Sagrada Escritura, com pecados e dúvidas. Descrente. Com medo. Não que lá na Bíblia isso não fique relatado, mas os que nos contarem ainda crianças se que mencionam isso. Sem falar que quando lemos essa história ignoramos tudo isso.

Êxodo: Deuses e Reis não é o embate entre Deus e os deuses egípcios, ou entre os faraós da época. Trata-se de um embate muito maior. Retrata a essência dos sentimentos. Um Deus ciumento pelo seu povo, mas que diante de sua teima o castiga com seu “gelo” durante 400 anos. Um faraó que pensa ser bom. Um filho ciumento e incompetente que almeja ser faraó. Um povo muito maior que um exército, mas pequeno em sua coragem e sem um líder. Um homem que não sabe quem é. Se é príncipe, rei, faraó ou guerreiro, mas que no fim, se descobre um servidor de Deus.

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Soldados avançam sobre o leito do mar para matar os hebreus.

Um filme sobre Deus. Um Deus jovem, grande em sabedoria, mas apaixonado como qualquer adolescente, e por isso uma explosão em sentimentos. Um Deus forte, cruel de um lado. De um ponto de vista. Amável de outro.

Por fim, “Êxodo: Deuses e Reis” é um filme sobre escolha. Mostra o que tem no final do caminho, a solidão ou a companhia de irmãos. Além disso, mostra que “Deus está conosco” e caminha com o povo mesmo quando pensamos que ele nos abandonou.

P.S.

Não esperem cenas tradicionais retratadas na Bíblia. Não espere as pragas anunciadas. Espere ver algo novo. Diferente dos estereótipos em que embriagamos durante anos. Esqueça símbolos. Detalhes. A história é mais resumida que a leitura, mas é uma adaptação digna. Melhor que Noé. Muito melhor que Noé.

Sinopse

Exodus é uma adaptação da história bíblica do Êxodo, segundo livro do Antigo Testamento. O filme narra a vida do profeta Moisés (Christian Bale), nascido entre os hebreus na época em que o faraó ordenava que todos os homens hebreus fossem afogados. Moisés é resgatado pela irmã do faraó e criado na família real. Quando se torna adulto, Moisés recebe ordens de Deus para ir ao Egito, na intenção de liberar os hebreus da opressão. No caminho, ele deve enfrentar a travessia do deserto e passar pelo Mar Vermelho.

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