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10 razões da Psicologia contra a redução da maioridade penal

Resolvi postar de novo esse texto devido alguns candidatos defenderem como solução a crimilidade a redução da maioridade penal. Vale a pena ler de novo.

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No site do Conselho Federal de Psicologia há uma campanha contra a redução da maioridade penal. O interessante desta campanha é que o Conselho enumerou 10 razões de acordo com a psicologia para que não seja reduzida a maioridade penal.

Segundo o Conselho a ideia parte de um resgate de pensamento do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Dizia o sociólogo, falecido em 1997, Betinho, que: “Se não vejo na criança, uma criança, é porque alguém a violentou antes; e o que vejo é o que sobrou de tudo o que lhe foi tirado”.

A iniciativa partiu de várias entidades que compõem o Fórum de Entidades da Psicologia Brasileira, o FENPB por meio da campanha “Entidades da Psicologia em campanha contra a redução da maioridade penal!”.

Veja as 10 razões da Psicologia para que não aconteça a redução da maioridade penal:

1. A adolescência é uma das fases do desenvolvimento dos indivíduos e, por ser um período de grandes transformações, deve ser pensada pela perspectiva educativa. O desafio da sociedade é educar seus jovens, permitindo um desenvolvimento adequado tanto do ponto de vista emocional e social quanto físico;

2. É urgente garantir o tempo social de infância e juventude, com escola de qualidade, visando condições aos jovens para o exercício e vivência de cidadania, que permitirão a construção dos papéis sociais para a constituição da própria sociedade;

3. A adolescência é momento de passagem da infância para a vida adulta. A inserção do jovem no mundo adulto prevê, em nossa sociedade, ações que assegurem este ingresso, de modo a oferecer – lhe as condições sociais e legais, bem como as capacidades educacionais e emocionais necessárias. É preciso garantir essas condições para todos os adolescentes;

4. A adolescência é momento importante na construção de um projeto de vida adulta. Toda atuação da sociedade voltada para esta fase deve ser guiada pela perspectiva de orientação. Um projeto de vida não se constrói com segregação e, sim, pela orientação escolar e profissional ao longo da vida no sistema de educação e trabalho;

5. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) propõe responsabilização do adolescente que comete ato infracional com aplicação de medidas socioeducativas. O ECA não propõe impunidade. É adequado, do ponto de vista da Psicologia, uma sociedade buscar corrigir a conduta dos seus cidadãos a partir de uma perspectiva educacional, principalmente em se tratando de adolescentes;

6. O critério de fixação da maioridade penal é social, cultural e político, sendo expressão da forma como uma sociedade lida com os conflitos e questões que caracterizam a juventude; implica a eleição de uma lógica que pode ser repressiva ou educativa. Os psicólogos sabem que a repressão não é uma forma adequada de conduta para a constituição de sujeitos sadios. Reduzir a idade penal reduz a igualdade social e não a violência – ameaça, não previne, e punição não corrige;

7. As decisões da sociedade, em todos os âmbitos, não devem jamais desviar a atenção, daqueles que nela vivem, das causas reais de seus problemas. Uma das causas da violência está na imensa desigualdade social e, conseqüentemente, nas péssimas condições de vida a que estão submetidos alguns cidadãos. O debate sobre a redução da maioridade penal é um recorte dos problemas sociais brasileiros que reduz e simplifica a questão;

8. A violência não é solucionada pela culpabilização e pela punição, antes pela ação nas instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas que a produzem. Agir punindo e sem se preocupar em revelar os mecanismos produtores e mantenedores de violência tem como um de seus efeitos principais aumentar a violência;

9. Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. É encarcerar mais cedo a população pobre jovem, apostando que ela não tem outro destino ou possibilidade;

10. Reduzir a maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construção de políticas educativas e de atenção para com a juventude. Nossa posição é de reforço a políticas públicas que tenham uma adolescência sadia como meta.

Por quê, Senhor?

Dom Aloísio Roque Oppermann 
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)

Não é difícil verificar que a queixa do salmista, estupefato diante do ímpio, de corpo nédio, saudável, e de muito sucesso na vida, tem prosseguimento nos dias atuais. O quinhão do justo continua sendo magro, acossado por mil problemas. Enquanto o homem, desligado da fé, parece nadar num oceano de felicidades, no meio de sorrisos e de vida realizada. “Suas empresas tem sucesso em todo o tempo” (Sl 10, 5). Nos dias atuais (refiro-me ao Brasil), somos uma população cristã, regida por agnósticos. Na sua maioria. As nulidades são alçadas a “chefes de cem, de quinhentos e de mil” (Ex 18, 25). As eleições são vencidas por uma ou outra pessoa íntegra, e o resto é entregue a corruptos, a ex-guerrilheiros, a foragidos da justiça, a socialistas de corte retrógrado. Não temos mais fôlego de abrigar em nosso meio um Juscelino, um Tancredo Neves, e mesmo um Castelo Branco, repletos de reta intenção. Não raramente homens públicos que deveriam educar, deseducam; quem deveria cuidar da saúde adota soluções de outra civilização; quem deveria fazer justiça está mancomunado com os corruptos. Ocupam sempre os melhores empregos.

De onde vem tal situação? Não é problema de competência intelectual, nem de gosto pelo trabalho. Ouso arriscar tres explicações. A primeira é que interpretamos mal, quando Jesus ensina que devemos procurar o último lugar. O Mestre se referia à busca de honrarias, mas não para fugir de responsabilidades. A segunda é que a nossa doutrina social, de fato, é a mais perigosa para os interesses do mundo. Ela encarna a verdadeira revolução, segundo os ensinamentos de Cristo.

O autêntico revolucionário não é Marx, mas Jesus. Por isso não podemos (segundo a visão dos que se aboletaram no poder), chegar a assumir o mando. Seria um fatal desastre. A terceira explicação – sem excluir outras compreensões – é que nós temos uma intelecção do ser humano, mais completa: cremos que existe vida após a morte. A completa realização do ser humano é após esta vida. Não cremos num paraíso terrestre. Consideramo-nos cidadãos de pleno direito aqui no planeta terra, mas relativizamos os seus valores. O ponto final não é ici bas Os nossos olhos, se volvem para o chão em que pisamos. Mas ao mesmo tempo se elevam para além do horizonte.

Aff 3: casais homoafetivos protestam contra o Papa com beijo em frente a igreja

Não vou postar a foto ou o link, mas quero apenas dizer algo sobre isso. Aff! Preguiça e etc. Como eles querem respeitos e reconhecimento de direitos se o que fazem o tempo é cercear o direito a fé do católicos e protestantes? Respeito é algo primordial para que qualquer coisa. #Preguiça total dessas manifestações ridículas que só levam a intolerância.

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Relações com a China afetam a causa de beatificação de Matteo Ricci

Matteo Ricci

(ACI/EWTN Noticias).- O postulador geral da Companhia de Jesus para a causa dos Santos, Padre Anton Witwer, indicou que parte do processo de beatificação do missionário jesuíta natural da Itália, Matteo Ricci, “depende das relações políticas entre a China e o Vaticano” e que é possível esperar como “cinco anos para ver se a situação política mudou e se é mais favorável para a causa”.

O Padre Ricci falava com fluidez o chinês e abraçou a cultura do país e os costumes enquanto difundia o Evangelho no século 16. Era um perito em matemática, cosmologia e astronomia e foi o primeiro ocidental convidado à Cidade Proibida, o palácio imperial chinês onde vivia o imperador, além disso, fez o primeiro mapa da China, onde também apareceram a África, Europa e América.

Em diálogo com o Grupo ACI em 15 de maio, o Padre Witwer disse que uma das considerações que poderia afetar o tempo de Beatificação do Padre Ricci é que se deve tomar em conta que a causa “tem que ajudar à igreja local (na China) para sustentar e fazer crescer a fé, e se há um impedimento político, às vezes é necessário escolher o momento justo”.

Inclusive mencionou que o Vaticano pediu que introduza também a causa do leigo colaborador do Padre Ricci, Xu Guanqi, porque “para a China, talvez seria melhor que um europeu e um chinês sejam beatificados mais ou menos juntos”.

“Isto seria melhor para a China porque é mais fácil que aceitem um Beato chinês e não só um trabalho missionário na China”, adicionou o sacerdote indicando que o processo de beatificação de Xu Guanqi introduzido em Shanghai está em espera já que atualmente essa diocese se encontra sem Bispo.

Disse também que o processo de beatificação do Padre Ricci iniciou em 1985 na cidade italiana da Macerata como “uma abertura histórica pelo que não era suficiente (…). portanto tivemos que fazer um novo processo” que iniciou em 24 de janeiro de 2010.

Em 10 de maio deste ano a diocese italiana da Macerata terminou o estudo do caso do Padre Ricci, e passou o documento de 500 páginas à Congregação para as Causas dos Santos para ser analisado e poder decidir se conceder ou não o estado de virtude heroica ao missionário.

“Ainda temos que esperar à beatificação, porque temos que esperar um milagre, que não temos ainda (…). Talvez em dois anos possamos terminar a Positio, então se necessitarão vários anos para estudá-lo, e logo serão necessários alguns anos mais antes de ser beatificado”. concluiu o Padre Witwer.

Papa aos jovens: Não enterrem os talentos!

(ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco fez hoje uma enérgica exortação aos jovens presentes na Praça de São Pedro e com eles aos do mundo inteiro, alentando-os a não enterrar seus talentos e a sonhar sempre com grandes ideais que alargam o coração.

Refletindo na parábola dos talentos, o Santo Padre disse que hoje em dia, em meio da crise, “é importante não se fechar em si mesmo, enterrando o próprio talento, as próprias riquezas espirituais, intelectuais, materiais, tudo aquilo que o Senhor nos deu, mas abrir-se, ser solidários, ser atentos ao outro”.

“Na Praça, vi que há muitos jovens: é verdade isto? Há muitos jovens? Onde estão? A vocês, que estão no início do caminho da vida, pergunto: já pensaram nos talentos que Deus deu a vocês? Já pensaram em como podem colocá-los a serviços dos outros? Não enterrem os talentos! Apostem em grandes ideais, aqueles ideais que alargam o coração, aqueles ideais de serviço que tornam fecundos os vossos talentos”.

O Papa disse também que “a vida não é dada para que a conservemos para nós mesmos, mas nos é dada para que a doemos. Queridos jovens, tenham uma grande alma! Não tenham medo de sonhar com coisas grandes!”

Isto, acrescentou o Santo Padre, “nos diz que a espera pelo retorno do Senhor é o tempo de ação – nós estamos no tempo de ação – , o tempo no qual colher os frutos dos dons de Deus não para nós mesmos, mas para Ele, para a Igreja, para os outros, o tempo no qual procurar sempre fazer crescer o bem no mundo”.

Quaresma: “Convertei-vos e crede no Evangelho. Lembra-te que és pó e ao pó retornarás”

“Convertei-vos e crede no Evangelho. Lembra-te que és pó e ao pó retornarás” São duas reflexões que nos são propostas quando o ministro sagrado, num gesto sacramental, impõe cinzas sobre nossas cabeças que se curvam penitentes.

Não vamos receber as cinzas como num ritual sem sentido. Conscientes do pecado do mundo, do nosso pecado também, que quer destruir o plano divino, caminhamos ao encontro da misericórdia de Deus que, pela Encarnação de seu Filho vem restaurar a Humanidade e a todo o Universo.

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A pregação do profeta Joel que, neste primeiro dia da Quaresma, ecoa em toda a Igreja, nos convoca a conversão, a rasgar nosso coração na sua profundeza, ao arrependimento e a nos abrirmos à bondade divina, acreditando no Evangelho.

A penitência que fazemos, o jejum,a oração e a esmola não são obras externas. Nascidas no interior da nossa consciência, apresentamo-las ao Pai, sem trombetearmos pelas ruas e praças, mas na humildade do publicano que, do fundo do templo, batia no peito dizendo “Meu Deus, tem piedade mim que sou pecador” (Lc. 18,13).

E sendo uma penitência eclesial, ela não é exclusivamente pessoal; é a penitência de todos os que, batizados, cremos na redenção que, pela sua paixão e morte, o Filho de Deus traz a humanidade na confirmação de sua ressurreição.

A nossa falta de fidelidade ao Evangelho, ao reconhecimento do único Deus verdadeiro, à fraternidade entre os irmãos deve conduzir-nos à uma conversão sincera, aos valores que reconhecemos pela fé. “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está perto. Convertei-vos e crede no Evangelho.” (Mc 1, 15)

Sintonizados com os nossos Pastores, procuramos descobrir onde estamos mais falhos na fé e na missão. No Brasil, neste ano, vamos meditar na solidariedade e segurança. A falta de fé e solidariedade conduziu-nos a uma angústia do medo. Fechamos nossas casas e nossas propriedades. Fechamo-nos a nós mesmos. Não reconhecemos o próximo. Queremos uma segurança pessoal, como se a técnica e os homens pudessem nô-la dar.

Esquecemo-nos do que nos pode garantir a tranqüilidade e a paz: a caridade, o amor. Enquanto continuarmos a considerar o homem como lobo do próprio homem, e passarmos ao largo da miséria como se nada tivéssemos a ver com ela, enquanto espoliarmos o próximo no liberalismo da política econômica e da política social, em vão procuraremos segurança.

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A paz só nos advém da Justiça. Não da justiça farisaica, que foi condenada por Jesus: “Se a vossa justiça não for superior à dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus.” (Mt. 5,20).  A verdadeira Justiça é a santidade, que supera o “dente por dente e o olho por olho”, no amor, buscando com todas as forças a perfeição, como o Mestre conclui sua pregação: “Sede, portanto, perfeitos, como vosso Pai Celeste.” (Mt. 5, 39-48)

A reflexão sobre o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, leva-nos a sair de nós mesmos, do nosso medo, da atribuição de culpa a outrem. Procuremos contribuir na construção do Reino, na solidariedade com nossos irmãos.

A nossa penitência não pode ser exterior, como pregava São Leão, Papa, no sermão 4 da Quaresma: “Não só na abstinência de alimento consiste nosso jejum: para frutuosamente subtrairmos o alimento ao corpo temos de arrancar a iniqüidade do nosso espírito.” 

Bento XVI na sua mensagem quaresmal, ressaltando as práticas penitenciais, sobretudo do jejum, insiste no mesmo tema: “A Quaresma seja portanto valorizada em cada família e em cada comunidade cristã para afastar tudo o que distrai o espírito e para intensificar o que alimenta a alma, abrindo-a ao amor de Deus e do próximo.”

A purificação da nossa vida de fé, refletindo numa caridade sem limites nos levará a pratica da justiça, a sermos perfeitos como o Pai, a quem, seguros e libertos, podemos confiar nossos dias: “Aquele que habita à sombra do Altíssimo, descansará na proteção do Deus do Céu”. (Sl.91 (90).

Dom Eurico dos Santos Veloso
Administrador Apostólico de Juiz de Fora(MG)

Fonte: Catequisar

É a menor de todas as sementes e se torna maior do que todas as hortaliças – Evangelho do Dia (Mc 4,26-34)

 

É a menor de todas as sementes e se

torna maior do que todas as hortaliças

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,26-34

Naquele tempo:
26Jesus disse à multidão:
“O Reino de Deus
é como quando alguém espalha a semente na terra.
27Ele vai dormir e acorda, noite e dia,
e a semente vai germinando e crescendo,
mas ele não sabe como isso acontece.
28A terra, por si mesma, produz o fruto:
primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga
e, por fim, os grãos que enchem a espiga.
29Quando as espigas estão maduras,
o homem mete logo a foice,
porque o tempo da colheita chegou”.
30E Jesus continuou:
“Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus?
Que parábola usaremos para representá-lo?
31O Reino de Deus é como um grão de mostarda
que, ao ser semeado na terra,
é a menor de todas as sementes da terra.
32Quando é semeado, cresce
e se torna maior do que todas as hortaliças,
e estende ramos tão grandes,
que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”.
33Jesus anunciava a Palavra
usando muitas parábolas como estas,
conforme eles podiam compreender.
34E só lhes falava por meio de parábolas,
mas, quando estava sozinho com os discípulos,
explicava tudo.
Palavra da Salvação.

Reflexão – Mc 4, 26-34

Muitas vezes tentamos explicar a realidade do Reino de Deus de uma forma muito complicada, repleta de elaborações doutrinais e de palavras com significados bem específicos que exigem dicionários e conhecimentos específicos em várias ciências para a sua compreensão. Jesus não age assim. Ele procura revelar as verdades do Reino de forma muito simples, compreensível para todas as pessoas, para que os simples e humildes possam acolher a proposta divina e dar a sua adesão a esta proposta sem desanimar diante de dificuldades teóricas e científicas.

 

Santo do Dia: São Francisco Xavier rogai por nós!

São Francisco XavierA Igreja que na sua essência é missionária, teve no século XV e XVI um grande impulso do Espírito Santo para evangelizar a América e o Oriente. No Oriente, São Francisco Xavier destacou-se com uma santidade que o levou a ousadia de fundar várias missões, a ponto de ser conhecido como “São Paulo do Oriente”. Francisco nasceu no castelo de Xavier, na Espanha, a 7 de abril de 1506, sofreu com a guerra, onde aprendeu a nobreza e a valentia; com dezoito anos foi para Paris estudar, tornando-se doutor e professor.

Vaidoso e ambicioso, buscava a glória de si até conhecer Inácio de Loyola, com quem fez amizade; e que sempre repetia ao novo amigo: “Francisco, que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?” Com o tempo, e intercessão de Inácio, o coração de Francisco foi cedendo ao amor de Jesus, até que entrou no verdadeiro processo de conversão; o resultado se vê no fato de ter se tornado cofundador da Companhia de Jesus. Já como Padre, e empenhado no caminho da santidade, São Francisco Xavier foi designado por Inácio a ir em missão para o Oriente. Na Índia, fez frutuoso trabalho de evangelização que abrangeu todas as classes e idades, ao avançar para o Japão, submeteu-se em aprender a língua e os seus costumes, a fim de anunciar um Cristo encarnado. Ambicionando a China para Cristo, pôs-se a caminho, mas em uma ilha frente a sua nova missão, veio a falecer por causa da forte febre e cansaço.

Esse grande santo missionário entrou no Céu com quarenta e seis anos, e percorreu grandes distâncias para anunciar o Evangelho, tanto assim que se colocássemos em uma linha suas viagens, daríamos três vezes a volta na Terra. São Francisco Xavier, com dez anos de apostolado, tornou-se merecidamente o Patrono Universal das Missões ao lado de Santa Teresinha do Menino Jesus.

São Francisco Xavier, rogai por nós!

Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete (Evangelho do Dia – Lc 21,20-28)

 

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,20-28

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

20Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos,

ficai sabendo que a sua destruição está próxima.

21Então, os que estiverem na Judéia,

devem fugir para as montanhas;

os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se;

os que estiverem no campo, não entrem na cidade.

22Pois esses dias são de vingança,

para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras.

23Infelizes das mulheres grávidas

e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias,

pois haverá uma grande calamidade na terra

e ira contra este povo.

24Serão mortos pela espada

e levados presos para todas as nações.

e Jerusalém será pisada pelos infiéis,

até que o tempo dos pagãos se complete.

25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas.

Na terra, as nações ficarão angustiadas,

com pavor do barulho do mar e das ondas.

26Os homens vão desmaiar de medo,

só em pensar no que vai acontecer ao mundo,

porque as forças do céu serão abaladas.

27Então eles verão o Filho do Homem,

vindo numa nuvem com grande poder e glória.

28Quando estas coisas começarem a acontecer,

levantai-vos e erguei a cabeça,

porque a vossa libertação está próxima.”

Palavra da Salvação.

Reflexão – Lc 21, 20-28

A libertação verdadeira da pessoa humana é fruto de dois elementos importantes: o primeiro é o seu compromisso pessoal e comunitário com o Reino de Deus e com a comunidade à qual pertence, de modo que a sua vida passa a ser uma constante luta histórica de transformação da realidade tendo como critério os valores do Evangelho; o segundo é a confiança inabalável da presença atuante de Deus na sua vida e na história dos homens como o grande parceiro que está ao lado dos que assumem a luta por um mundo novo. Somente a união entre esses dois elementos pode garantir um processo histórico verdadeiramente libertador.

10 razões da Psicologia contra a redução da maioridade penal

No site do Conselho Federal de Psicologia há uma campanha contra a redução da maioridade penal. O interessante desta campanha é que o Conselho enumerou 10 razões de acordo com a psicologia para que não seja reduzida a maioridade penal.

Segundo o Conselho a ideia parte de um resgate de pensamento do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Dizia o sociólogo, falecido em 1997, Betinho, que: “Se não vejo na criança, uma criança, é porque alguém a violentou antes; e o que vejo é o que sobrou de tudo o que lhe foi tirado”.

A iniciativa partiu de várias entidades que compõem o Fórum de Entidades da Psicologia Brasileira, o FENPB por meio da campanha “Entidades da Psicologia em campanha contra a redução da maioridade penal!”.

Veja as 10 razões da Psicologia para que não aconteça a redução da maioridade penal:

1. A adolescência é uma das fases do desenvolvimento dos indivíduos e, por ser um período de grandes transformações, deve ser pensada pela perspectiva educativa. O desafio da sociedade é educar seus jovens, permitindo um desenvolvimento adequado tanto do ponto de vista emocional e social quanto físico;

2. É urgente garantir o tempo social de infância e juventude, com escola de qualidade, visando condições aos jovens para o exercício e vivência de cidadania, que permitirão a construção dos papéis sociais para a constituição da própria sociedade;

3. A adolescência é momento de passagem da infância para a vida adulta. A inserção do jovem no mundo adulto prevê, em nossa sociedade, ações que assegurem este ingresso, de modo a oferecer – lhe as condições sociais e legais, bem como as capacidades educacionais e emocionais necessárias. É preciso garantir essas condições para todos os adolescentes;

4. A adolescência é momento importante na construção de um projeto de vida adulta. Toda atuação da sociedade voltada para esta fase deve ser guiada pela perspectiva de orientação. Um projeto de vida não se constrói com segregação e, sim, pela orientação escolar e profissional ao longo da vida no sistema de educação e trabalho;

5. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) propõe responsabilização do adolescente que comete ato infracional com aplicação de medidas socioeducativas. O ECA não propõe impunidade. É adequado, do ponto de vista da Psicologia, uma sociedade buscar corrigir a conduta dos seus cidadãos a partir de uma perspectiva educacional, principalmente em se tratando de adolescentes;

6. O critério de fixação da maioridade penal é social, cultural e político, sendo expressão da forma como uma sociedade lida com os conflitos e questões que caracterizam a juventude; implica a eleição de uma lógica que pode ser repressiva ou educativa. Os psicólogos sabem que a repressão não é uma forma adequada de conduta para a constituição de sujeitos sadios. Reduzir a idade penal reduz a igualdade social e não a violência – ameaça, não previne, e punição não corrige;

7. As decisões da sociedade, em todos os âmbitos, não devem jamais desviar a atenção, daqueles que nela vivem, das causas reais de seus problemas. Uma das causas da violência está na imensa desigualdade social e, conseqüentemente, nas péssimas condições de vida a que estão submetidos alguns cidadãos. O debate sobre a redução da maioridade penal é um recorte dos problemas sociais brasileiros que reduz e simplifica a questão;

8. A violência não é solucionada pela culpabilização e pela punição, antes pela ação nas instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas que a produzem. Agir punindo e sem se preocupar em revelar os mecanismos produtores e mantenedores de violência tem como um de seus efeitos principais aumentar a violência;

9. Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. É encarcerar mais cedo a população pobre jovem, apostando que ela não tem outro destino ou possibilidade;

10. Reduzir a maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construção de políticas educativas e de atenção para com a juventude. Nossa posição é de reforço a políticas públicas que tenham uma adolescência sadia como meta.

“Como é que não sabeis interpretar o tempo presente?”(Evangelho do Dia – Lc 12,54-59)

 

Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu.
Como é que não sabeis interpretar o tempo presente?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 12,54-59

Naquele tempo:
54 Jesus dizia às multidões:
‘Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente,
logo dizeis que vem chuva.
E assim acontece.
55 Quando sentis soprar o vento do sul,
logo dizeis que vai fazer calor.
E assim acontece.
56 Hipócritas! Vós sabeis interpretar
o aspecto da terra e do céu.
Como é que não sabeis interpretar o tempo presente?
57 Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?
58 Quando, pois, tu vais com o teu adversário
apresentar-te diante do magistrado,
procura resolver o caso com ele
enquanto estais a caminho.
Senão ele te levará ao juiz,
o juiz te entregará ao guarda,
e o guarda te jogará na cadeia.
59 Eu te digo: daí tu não sairás,
enquanto não pagares o último centavo.’
Palavra da Salvação.

Reflexão – Lc 12, 54-59

Devemos saber reconhecer o tempo em que estamos vivendo. Vivemos os últimos tempos, o tempo pós-pascal. Tempo de edificação do Reino de Deus na história dos homens. Tempo de fazer com que o mistério da cruz e da ressurreição produzirem frutos de fraternidade, justiça e solidariedade. Tempo de presença do Espírito Santo na vida de todos, tempo de crescimento no amor e na verdade. Tempo de reconciliação, de construção da paz e da vida nova. Tempo de sentir os apelos do reino que se manifestam na história, apelos para nos comprometermos com os pequenos, apelos para celebrarmos o Deus atuante na história.

Evangelho do Dia – Mt 24,42-51

Ficai preparados!

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 24,42-51

Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos:
42Ficai atentos!
porque não sabeis em que dia virá o Senhor.
43Compreendei bem isso:
se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão,
certamente vigiaria e não deixaria
que a sua casa fosse arrombada.
44Por isso, também vós ficai preparados!
Porque na hora em que menos pensais,
o Filho do Homem virá.
45Qual é o empregado fiel e prudente,
que o senhor colocou como responsável pelos demais empregados,
para lhes dar alimento na hora certa?
46Feliz o empregado,
cujo senhor o encontrar agindo assim, quando voltar.
47Em verdade vos digo,
ele lhe confiará a administração de todos os seus bens.
48Mas, se o empregado mau pensar:
“Meu senhor está demorando”,
49e começar a bater nos companheiros,
a comer e a beber com os bêbados;
50então o senhor desse empregado
virá no dia em que ele não espera,
e na hora que ele não sabe.
51Ele o partirá ao meio e lhe imporá a sorte dos hipócritas.
Ali haverá choro e ranger de dentes.
Palavra da Salvação. 

Reflexão – Mt 24, 42-51

Duas virtudes nos são colocadas pelo Evangelho de hoje: fidelidade e prudência. Servo fiel é aquele que não precisa ser vigiado o tempo todo a fim de realizar tudo o que é da sua competência, é aquele que merece a confiança do seu senhor, o que não quer dizer submissão cega e inconseqüente, mas sim a pessoa ser totalmente responsável por aquilo que faz. Prudência significa agir com cautela, procurando evitar todo tipo de erro, fugindo de todo mal, principalmente do pecado e de suas conseqüências, o que não quer dizer covardia e medo, mas sim uma busca de maior consciência dos próprios atos.

Evangelho do Dia – Mt 6,24-34

Não vos preocupeis com o dia de amanhã.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 6,24-34

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
24Ninguém pode servir a dois senhores:
pois, ou odiará um e amará o outro,
ou será fiel a um e desprezará o outro.
Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
25Por isso eu vos digo:
não vos preocupeis com a vossa vida,
com o que havereis de comer ou beber;
nem com o vosso corpo,
com o que havereis de vestir.
Afinal, a vida não vale mais do que o alimento,
e o corpo, mais do que a roupa?
26Olhai os pássaros dos céus:
eles não semeiam, não colhem,
nem ajuntam em armazéns.
No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta.
Vós não valeis mais do que os pássaros?
27Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida,
só pelo fato de se preocupar com isso?
28E por que ficais preocupados com a roupa?
Olhai como crescem os lírios do campo:
eles não trabalham nem fiam.
29Porém, eu vos digo:
nem o rei Salomão, em toda a sua glória,
jamais se vestiu como um deles.
30Ora, se Deus veste assim a erva do campo,
que hoje existe e amanhã é queimada no forno,
não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé?
31Portanto, nóo vos preocupeis, dizendo:
O que vamos comer? O que vamos beber?
Como vamos nos vestir?
32Os pagãos é que procuram essas coisas.
Vosso Pai, que está nos céus,
sabe que precisais de tudo isso.
33Pelo contrário, buscai em primeiro lugar
o Reino de Deus e a sua justiça,
e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo.
34Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã,
pois o dia de amanhã terá suas preocupações!
Para cada dia, bastam seus próprios problemas.”
Palavra da Salvação.

Reflexão – Mt 6, 24-34

A vida moderna é cada vez mais marcada pela satisfação de necessidades urgentes criadas pela sociedade e pela cultura. A busca da satisfação dessas necessidades nos ocupa praticamente o tempo todo e nunca obtém pleno sucesso, pois sempre fica faltando alguma coisa. Por que acontece isso? É porque a pessoa contemporânea deixou de lado o Deus verdadeiro para se colocar ao serviço dos deuses que marcam o paganismo moderno, como o dinheiro, o prazer e o poder, e esses deuses nunca estão satisfeitos e nem trazem satisfação para o coração humano. É claro que não devemos nos alienar, nos afastar do mundo como se ele fosse uma coisa má, mas não distanciamento não pode significar servidão aos deuses e mitos da modernidade.

Bento XVI explica sentido do Domingo para os cristãos

O Papa Bento XVI rezou neste domingo, 15, o tradicionalRegina Coeli, antífona mariana recitada durante o tempo da Páscoa.

O Santo Padre concentrou o seu discurso na explicação sobre o Domingo, tido como ‘Dia do Senhor’ desde o evento da Ressurreição de Cristo, o qual teria acontecido no primeiro dia da semana, de acordo com as Escrituras.

“De fato, a celebração do Dia do Senhor é uma prova muito forte da Ressurreição de Cristo, porque somente um acontecimento extraordinário e envolvente poderia levar os primeiros cristãos a iniciar um culto diferente em relação ao do sábado hebraico”, explicou.

O Papa salientou que o culto cristão não é somente a comemoração de eventos passados, mas se trata de uma experiência nova com o Cristo Ressuscitado, experiência esta vivida pelo apóstolos.

“Através destes sinais nós vivemos aquilo que experimentam os discípulos, isto é, o fato de ver Jesus e ao mesmo tempo de não reconhece-lo, de tocar o seu corpo, um corpo verdadeiro, mas livre das ligações terrenas”, disse.

O Pontífice também explicou sobre a saudação “A Paz esteja convosco” proferida por Jesus em várias de suas aparições aos apóstolos , a qual, de acordo com o Papa, toma um novo sentido após o extraordinário evento da Ressurreição.

“A saudação tradicional, com a qual nos deseja o Shalom, a paz, se torna ali algo novo: se torna o dom daquela paz que somente Jesus pode dar, porque é fruto da sua vitória radical sobre o mal”, afirmou.

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos será junto a festa de pentecostes

Promovido mundialmente pelo Conselho Pontífice para Unidade dos Cristãos (CPUC) e pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI), a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC)acontece em períodos diferentes nos dois hemisférios.

No hemisfério sul, em que janeiro é tempo de férias, as Igrejas geralmente celebram a Semana de Oração no período de Pentecostes (como foi sugerido pelo movimento Fé e Ordem em 1926), que também é um momento simbólico para a unidade da Igreja. No Brasil, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) lidera e coordena as iniciativas que, neste ano, acontecem de 20 a 27 de maio, sob o tema de 1 Coríntios 15:51-58: “Todos seremos transformados pela vitória de nosso Senhor Jesus Cristo”.

No hemisfério norte, o período tradicional para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC) é de 18 a 25 de janeiro. Essas datas foram propostas em 1908 por Paul Watson porque cobriam o tempo entre as festas de São Pedro e São Paulo e tinham, portanto, um significado simbólico.

Levando em conta essa flexibilidade no que diz respeito à data, estimulamos vocês a compreender o material aqui apresentado como um convite para achar oportunidades ao longo de todo o ano para expressar o grau de comunhão que as Igrejas já tenham atingido e para orar juntos por aquela unidade plena que é desejo de Cristo.

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SOUC 2012

O sentido do jejum e da oração

Antes de ser um fenômeno cristão, a oração é um fenômeno antropológico, isto é, todos os homens, de uma forma ou de outra, rezam, sentem a necessidade de se relacionar com Deus, de buscar o transcendente. O diálogo com Deus ocupa, certamente, o primeiro lugar para quem se decide dar-se a uma vida interior intensa. Deus se doa a quem, totalmente e sem reserva, a Ele se doa.

A vida interior é uma vida de oração. Cada um deve encontrar tempo para estar com o Senhor em íntima comunhão e diálogo de amizade. Sem a vivência dos valores espirituais e evangélicos, não é possível ter conhecimento experiencial de Deus.

Qualquer pessoa que queira desenvolver a sua vida espiritual deve todos os dias encontrar o tempo suficiente para dedicar-se a determinados atos de oração.

Os estudiosos afirmam que nunca foi encontrado um povo sem religião, sem celebrações e sem divindade. Isso nos mostra como, em cada um, está presente a necessidade de, em determinados momentos, recorrer ao Senhor.

Na Bíblia, não encontramos nenhuma definição de oração, mas situações descritivas de homens e de mulheres que rezam. No entanto, ao longo dos séculos, muitos santos, teólogos, místicos procuraram dar uma definição deste misterioso e vivo diálogo com Deus. Santa Teresinha nos oferece uma explicação: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, um grito de reconhecimento e amor, no meio da provação ou no meio da alegria”.

Nunca devemos nos esquecer de que a oração, mais do que esforço pessoal ou iniciativa humana, é um dom gratuito de Deus. E, sendo Deus amor, inicia o diálogo, procura-nos. Como bem disse São João da Cruz, “Se é verdade que o homem procura a Deus, ainda mais é verdade que Deus procura o homem.”

A Quaresma é um tempo especial em que a Igreja nos convida à prática do jejum e da oração, a fim de que nós possamos nos preparar integralmente para reviver a vitória sobre a morte que Cristo veio trazer para toda a humanidade.

Pela oração, tornamo-nos mais próximos de Deus, conversamos com Ele, pedimos, agradecemos, mas também aprendemos a escutar. Escutamos Deus através do nosso exame de consciência, através de nossas orações e através da análise dos acontecimentos.

A prática do jejum nos torna donos de nós mesmos, pelo domínio da força de vontade. Quando jejuamos, vencemos a vontade de comer, muitas vezes por gula, e nosso organismo agradece e se desintoxica.

Pensadores, estudiosos, médicos sugerem que o jejum “lava” o organismo. Jesus jejuou porque o jejum o tornou mais forte e mais próximo do Pai.

Oração e jejum são, pois, ferramentas indispensáveis, de uma maneira intensa, na Quaresma, mas necessárias também durante toda a nossa vida.

Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.

Evangelho do dia – Mt 9,14-15

Dias virão em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 9,14-15

Naquele tempo:
14Os discípulos de João aproximaram-se de Jesus
e perguntaram:
“Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns,
mas os teus discípulos não?”
15Disse-lhes Jesus:
“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto
enquanto o noivo está com eles?
Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles.
Então, sim, eles jejuarão.
Palavra da Salvação.

Reflexão – Mt 9, 14-15

As práticas religiosas não podem ser simples ritualismos que cumprimos por costume ou tradição. Os fariseus e os discípulos de João faziam jejum, cumprindo os valores tradicionais da religiosidade de sua época, mas o cumprimento desses valores não lhes foi suficiente para que se tornassem capazes de reconhecer o tempo em que estavam vivendo e por quem foram visitados, de modo que não puderam viver a alegria de quem tem o próprio Deus presente em suas vidas e nem puderam usufruir de forma mais plena essa presença de graça. Somente quem viver uma verdadeira religiosidade que seja capaz de estabelecer um relacionamento profundo e maduro com Deus e perceber os seus apelos nos dos sinais dos tempos pode colher os frutos dessa religiosidade.

Quaresma: tempo de jejum

A Quaresma faz memória de Cristo, em seus quarenta dias pelo deserto, revivendo, na própria experiência, os quarenta anos do povo de Deus também no deserto. Com Ele, subimos a Jerusalém, percorremos o caminho da cruz, passamos pela morte até chegarmos à nova vida, dom do Pai, pelo Espírito.

A Quaresma é o “tempo favorável” para a redescoberta e o aprofundamento do autêntico discípulo de Cristo. É espaço para um novo nascimento. Somos chamados para assumir a penitência como método de conversão e unificação interior, como caminho pessoal e comunitário de libertação pascal. É tempo forte de escuta da Palavra, pois, através dela, vamos conhecer os desejos de Deus e praticar a sua vontade. A Quaresma é o tempo propício de renovação espiritual, uma espécie de retiro pascal estruturado no trinômio: oração, jejum e esmola (solidariedade, misericórdia).

Segundo Pedro Crisólogo, séc. IV, “o que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe”.

A Quaresma é o tempo propício de nos colocarmos em espírito de penitência. Por isso, com o jejum, a oração e a esmola nós nos configuramos mais intimamente aos mistérios da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Sofrendo um pouco de privação de alimentos e de bebidas neste tempo, saibamos unir-nos de algum modo aos homens para os quais é habitual a privação de alimento, de meios econômicos. O jejum se torna um gesto simbólico, denúncia profética da injustiça que nasce do egoísmo, solidariedade com os mais pobres. Assim, a preparação para a Páscoa se torna “Campanha da Fraternidade”, e a ceia do Senhor um gesto de pobreza, contrição, esperança, anúncio. Quem participa seriamente da paixão do Senhor, ainda hoje viva nos pobres da terra, sabe que a volta ao Pai – tanto a sua como o da comunidade – já começou, e que na mortificação da carne pode florescer o Espírito da ressurreição e da vida.

O jejum e a quaresma é um tempo em que damos maior liberdade a Deus para agir em nós, refreando os desejos instintivos – não só o apetite alimentício – não porem num espírito mesquinho e dualista, mas generoso e repleto de esperança, tratando de acompanhar aquele que se libertou completamente para, em obediência a Deus Pai, se doar por nó todos.

Impondo certas restrições aos nossos impulsos, abrimos maior espaço para Deus e seus filhos, que procuram um lugarzinho em nós! Mortificação, então, não significa gosto pela morte, mas morte ao homem natural, para deixar viver com mais vigor em nós o filho de Deus e irmão dos homens que somos.

Trilhemos esse caminho como discípulos, missionários e fiéis, seguindo os passos de Jesus. Este vence as tentações do demônio, revela a nós, mediante a transfiguração, que pela paixão e cruz chegará à glória da ressurreição e nos ensina a repensar o sim pessoal da fé, num encontro profundo com Ele, a exemplo da mulher samaritana, que recebe d’Ele a salvação, do cego de nascença, que começa a ver, do amigo Lázaro, que é ressuscitado.

Que a nossa Quaresma seja ecológica, também, nos preocupando com o meio ambiente e na sua preservação!

Padre Wagner Augusto Portugal

Vigário Judicial da Diocese da Campanha(MG)