
O CONIC – Conselho Nacional das Igrejas Cristãs – vai divulgar no próximo dia 29 a Campanha Nacional de Combate a Intolerância Religiosa. A ação é um proposta da Rede Ecumênica de Juventude – REJU. O Objetivo desta campanha é desenvolver reflexões, parcerias e ações com as juventudes, denunciando as intolerâncias e propondo práticas, não só de tolerância, mas de convivência ecumênica.
A campanha possui como fundamento bíblico o Evangelho de São João, em especial os versículo oito do capitulo 3. “O vento sopra onde quer, ouvimos a sua voz, mas não sabemos de onde vem e nem para onde vai…” (Jo 3,8)
As ações da Campanha começam hoje, 21, com um celebração pelo Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa: na Chácara Shalom, em Teutônia, RS. No dia 23, novamente será comemorado o Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, desta vez na cidade de São Paulo, na Paróquia Anglicana da Santíssima Trindade.
Leia o que falou Jorge Atílio Iuanelli, da Equipe Interdisciplinar da REJU, sobre as religiões e a campanha:
“O versículo que nos inspira nesta Campanha Nacional pertence ao evangelho de João, um texto escrito para uma comunidade asiática muito dividida, com muitas brigas, buscando criar caminhos de unidade. Eram comunidades lideradas, também, e preferencialmente por mulheres. Brigavam entre si os(as) seguidores(as) de João Batista, os gnósticos, os judaizantes, para falar apenas de alguns grupos. A seqüência do texto: “ouvimos a sua voz, mas não sabemos de onde vem, nem para onde vai “; é parte da mensagem de Jesus. Tem um sentido claramente missionário, pois estamos todos(as) a serviço do Espírito, deste vento que sopra e tem um nome: Liberdade! O trecho é parte do texto que tem a controvérsia de como podemos nascer de novo, como podemos nascer do Espírito.
“Toda experiência religiosa é sempre um nascimento novo, um renascer. No Candomblé há essa fé muito arraigada da comunidade com a ancestralidade, onde se entende que somos todos(as) um. É a união do Orum com a terra. Todos(as) estamos ligados(as) e os orixás nos fazem viver essa força, o axé. O axé tem essa dimensão de vir de não se sabe onde e seguir para qualquer lugar, é o vento que sopra, é a força do Espírito. É interessante que na doutrina judaica não há, propriamente, uma teologia do Espírito Santo, porque o monotéismo judaico não distinguiu as três pessoas da divindade, como o fez o Cristianismo. Porém, o judaísmo fala da Ruah, o sopro de Deus. A imagem do sopro, da brisa, está no livro dos Reis, na história de Elias, por exemplo, que ouve trovões, barulhos fortes e depois ouve a brisa, e na brisa é que Deus se revela. A brisa, o vento que sopra, Deus que se mostra para cada uma e cada um de nós, como essa força unificadora, que nos faz buscar sermos aquelas e aqueles que buscam fazer a terra ser habitável para todas e todos, na força do Espírito, com o axé, na busca da Maíra de tudo (a Terra sem Males, dos Guarani).”