Há muito tempo queria escrever sobre isso. No entanto a falta de tempo nos último meses, em que me dediquei à minha pós-graduação, e também uma fonte que pudesse corroborar com meus pensamentos atrasaram esse projeto. Contudo, o tempo voltou e a fonte caiu em meu colo.
Lendo um artigo do André Botelho, colunista do site da Canção Nova, voltei a minha mente para esse texto.

A superstição é, infelizmente, nata em nossa sociedade. Esse mês por exemplo é o mês do “cachorro doido”, do saci, mula sem-cabeça e etc. Há pessoas que de fato acreditam nisso.
Junto a essas crendices bizarras, juntam-se as nossas crendices fanáticas do dia a dia. Santo Antônio de cabela para baixo é um clássico. Água benta em tudo e para tudo. Velas, imagens santas e não santos santos. E assim segue nossas superstições religiosas.
Sobre tudo isso é válido lembrar que o Catecismo da Igreja diz que a superstição como um pecado contra a fé, “um excesso perverso contra a religião” (CIC 2110).
E é tão perverso que nos coloca muitas vezes longe da verdade sobre nossa doutrina e sobre o Evangelho. André escreve em seu texto que:
Crer significa acreditar em algo que minha razão mesmo não observou, mas, que pela palavra de alguém fidedigno, eu acredito. Crer não significa dar razão a algo irracional, mas a algo que, embora minha razão não tenha alcançado por si mesma, é coerente com a razão.
Quem acredita na superstição crer em objetos, gestos e rituais mágicos. Não crer em Deus e se crer deixa em segundo plano. O que nos marca como cristãos é que temos fé, porque cremos “em Deus, em tudo o que Ele disse e nos revelou” (CIC 1814). O contrário da superstição.
Superstições e Deus
Para André, na superstição “não é adesão a uma autoridade superior (Deus) e Sua revelação, mas a “crendices” surgidas no meio povo, como sair de casa com pé direito para ter sorte, nunca passar debaixo de uma escada, não ter espelho quebrado em casa, porque dá azar etc. Geralmente, essas crendices supersticiosas expressam medos e inseguranças corriqueiras, mas, às vezes, tomam forma de ocultismo como na magia, adivinhação e feitiçaria, proibidos pela Sagrada Escritura (cf. 2Rs 21,6; Is 2,6), e de astrologia, prática também abominada por Deus (cf. Dt 4,19).”
Superstições na Igreja
Como já disse, colocar Santo Antônio de cabeça para baixo. Espalhar a água benta para tudo quanto é lado. Unções exageradas de óleos santos, sacramentais, gestos, objetos e ritos, são muitas vezes confundidos e explorados de forma supersticiosa. A Igreja é bem clara no Catecismo, no parágrafo 2111, diz que atribuir eficácia sobrenatural aos materiais e sinais, independentemente da disposição do fiel, é superstição. Ou seja, se o fiel atribui um poder mágico a imagem ou a medalha, por exemplo, como se ela fosse fonte de graça e poder, independente de Deus e da fé da pessoa, isso configura uma superstição.
Superstição = Idolatria
Sendo as duas sinônimos nos cânones da fé, podemos inferir que a superstição é um pecado, e bem feio.
O Catecismo, no parágrafo 2138, afirma que idolatria consiste em divinizar o que não é Deus. É quando o homem presta honra e veneração a uma criatura no lugar de Deus (cf. CIC 2113). Lembram do bezerro de ouro.
Veja o que o André Botelho escreveu em seu texto:
A idolatria é um pecado que fere gravemente o primeiro mandamento, que é “ Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento”. A idolatria é fortemente combatida em vários textos da Escritura como ICor 6,9; ICor 10,7; Ef 5,5; Ap 21,8. Sem dúvida, a idolatria é uma porta aberta para a ação do maligno na vida de uma pessoa, sendo muitas vezes causa de opressões, obsessões e até possessões do demônio.
Se a idolatria externa o pensamento manifestado por André, como explicar a beatificação de pessoas já falecidas, tornando-as santificadas, ato em que a imagem dessas configura-se em santos.
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